segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Lenha na Fogueira - 07.10.14



Parabéns minha querida porto velho, estou morando a trinta anos no Recife, mas meu coração está sempre em Porto Velho. Saudades. (Leonildo Bezerra)


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Por falar em fatos pitorescos, domingo 05, durante a cobertura da eleição pela da Rádio Parecis (FM 98.9), com a participação dos “Dinos” Beni Andrade, Sergio Pires e Everton Leone meu amigo jornalista e historiador de quem sou fã Anízio Gorayebe - Anizinho fez relato sobre sobre as Facções Cutuba & Pele Curta que existiram em Rondônia até acontecer o Golpe Militar de 1964.

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Vou contar a história dos termos Cutuba e Peles Curtas que ouvi, li e testemunhei nos jornais da época, inclusive a “Folha de Rondônia”, o primeiro jornal do Inácio Mendes, depois vieram o “Combate” e mais tarde “O Combatente”, não sei se o Lucio Albuquerque sabe disso!

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Tudo começou quando Aluizio Ferreira perdeu para Joaquim Vicente Rondon (o cérebro de concreto armado) a eleição de 1954 e criou o Jornal O Guaporé, para principalmente, “meter o pau” no Rondon e seus correligionários e passou a tratar os adversários de Peles Curtas “consideradas pessoas analfabetas e de baixa renda (pobres).


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Aí para fazer frente a essa desfeita, Inácio Mendes publicou em seu jornal uma história sobre o então prefeito de Porto Velho José Saleh Morheb. “Que após saber a origem do nome do município paulista de Araçatuba (Araça – Goiaba e TUBA – Doce), passou a se auto-proclamar como CUTUBA”. acho que deu pra entender o que o Inácio Mendes quis dizer.

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Outra versão - Os aluizistas não sabiam como devolver tamanha desfeita, até que na eleição de 1958 Renato Medeiros escolheu como suplente o Miguel Chaquian para disputar o cargo de deputado federal com Aluizio Ferreira que tinha como suplente o Paulo Leal.

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E era Cutuba pra cá, Cutuba pra lá e a turma do Aluizio incomodada, até que alguém saiu com a seguinte idéia. Eles são uns Peles Curtas. Acontece que o cidadão que sugeriu o Apelido justificou:


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O Miguel Chaquian é tão baixinho que quando olha pra trás seu nariz fica perto do anus. Aí o negócio pegou, pois nos comícios os oradores passaram a incluir em seus discursos: “...São uns Peles Curtas...”.

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Naquela eleição aconteceu outro fato pitoresco: A apuração acontecia dentro do Fórum Rui Barbosa (hoje Fuad Darwiche) e o povo se concentrava na praça Rondon para acompanhar a “marcha da apuração”, que era transmitida através de um serviço de alto falante.


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Era voto a voto da seguinte maneira: Aluizio e Paulo; Renato e Chaquian.

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A coligação Aluizio Ferreira e Paulo Leal disparou numa margem de voto surpreendente. 

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O povo cansava de ouvir o locutor dizer; Aluizio e Paulo, Aluizio e Paulo e depois de muito tempo, saia um voto para Renato e Chaquian.

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Então o povo passou a fazer a seguinte gozação “Alisa o Pau” e Renato Chatiando”.

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Há quem diga que o termo Pele Curta era utilizado para diferenciar os “Categas” (os ricos) do povão Pele Curta (pobres).

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Devo esclarecer que a época (1958), eu trabalhava no jornal O Alto Madeira como Office Boy e sempre era contratado juntamente com os tipógrafos do Alto Madeira para desempastelar o jornal “A Folha de Rondônia” vítima dos correligionários de Aluizio Pinheiro Ferreira.


Renato Medeiro só veio ganhar, na eleição de 1962 e seu suplente foi o Hegel Morhy. Pelo lado dos Cutubas o candidato foi o Enio Pinheiro, que perdeu após o episódio que ficou conhecido como “Caçambada”!

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 Nesse tempo eu já trabalhava na Rádio Caiari.      









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