quinta-feira, 11 de julho de 2019

SETUR - Rondônia mostrará ao Brasil suas potencialidades turísticas


Rondônia fará o mesmo que os peruanos: mostrará ao Brasil suas potencialidades turísticas, até mesmo aquelas desconhecidas da sua própria população. O compromisso foi firmado pelo superintendente estadual de turismo, Gilvan Pereira Júnior, quarta-feira (10), durante o 1º Fórum Internacional de Turismo, no auditório do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia.
O evento mostrou exemplos da Costa Rica em termos de consciência do turismo autossustentável e melhor prestação de serviços, e do Peru, em políticas públicas para o setor. “O turismo pode ser o agente mais importante na transformação da pobreza”, proclamou a consultora internacional Lorena San Román, mencionando a atual situação de seu país, a Costa Rica.
O número de visitantes àquele país subiu de 329 mil em 1988, para 1 milhão em 1999, até alcançar 2 milhões de turistas estrangeiros em 2008. Em 2014, o número de visitantes alcançou o recorde de 2,5 milhões de turistas estrangeiros, proporcionando receita de US$ 2,6 bilhões.
Em seguida, elogiou o “calor humano e o carinho” que lhe encantaram no estado. “Para vocês serem felizes, invistam no social, vejam o que compete a cada um, ao governo e à iniciativa privada”, ela disse dirigindo-se ao superintendente estadual do turismo Gilvan Pereira Júnior.
 “O Peru só conseguiu ser o que é, ter essa marca e atrair gente de todo mundo, porque trabalhou políticas públicas 20 anos; a Costa Rica trabalhou 30 para construí-las”, disse a responsável pelo escritório comercial do Peru em São Paulo, Milagros Ochoa Koepke. 
“Não queira Rondônia se vender ao mundo com o turismo convencional, porque não tem, mas se vender o amazônico, vencerá”, aconselhou Milagros Ochoa.

“PEREGRINAR”

“Vamos peregrinar”, comprometeu-se Gilvan Pereira. Ele se inspira no exemplo de Milagros Ochoa, que deixou diversas vezes o escritório comercial do Peru em São Paulo, para divulgar as belezas de seu país em estados brasileiros.
“O turismo faz gerar renda, move a economia, e se for autossustentável crescerá, porque a população necessita dele”, disse.
Lorena San Román Silva elogiou o Programa de Modernização e Governanças de Fazendas Municipais e Desenvolvimento Econômico Sustentável dos Municípios de Rondônia (Profaz), que conseguiu ser referência na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A OCDE é uma instituição formada por 36 países com princípios da democracia representativa e da economia de mercado, e cuja maioria de membros possui elevado PIB per capita (por cabeça) e bom Índice de Desenvolvimento Humano.
“Após este Fórum, que o mundo venha para Rondônia, porque o nosso sonho é para ser realizado”, apelou Silva. 

LIÇÕES DA COSTA RICA

Parques nacionais e áreas protegidas cobrem 25% do território da Costa Rica. Desde 1995, o turismo representa a primeira fonte de moeda estrangeira da economia de Costa Rica. Desde 1999 as receitas do setor superam as da exportação de banana abacaxi e café juntos.
“É preciso alcançar o desenvolvimento sustentável em harmonia com o ambiente, comunidades e culturas”, apelou Lorena San Ramón em sua palestra.
“Como se chega, como se vai, é preciso que as pessoas saibam como chegar e como sair de Rondônia”, recomendou, antevendo maior fluxo de voos internacionais em Porto Velho.
Alinhou problemas que espera não vê-los ocorrendo no estado: 1) em Manaus, notou a necessidade de as lojas de câmbio também abrirem as portas aos domingos; 2) toda melhoria na internet é bem-vinda em qualquer lugar da Amazônia; 3) a falta de certificação de sustentabilidade turística; é preciso tê-la; 4) a necessidade de maior atenção ao visitante e da melhor prestação de serviços, sejam quais forem; 5) o ensino da língua portuguesa.
A respeito do último item, mostrou no audiovisual um grupo de jovens professores costarriquenhos ensinando espanhol a norte-americanos. (Texto Montezuma Cruz - Secom editado por Zekatraca - Fotos: Nilson Santos).

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