quinta-feira, 19 de maio de 2016

Lenha na Fogueira - 20.05.16


A partir deste sábado 21 Marcela Bonfim expõe a Amazônia Negra no espaço cultural Cujuba.
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A abertura da exposição de fotografias, impressas diretamente na madeira, do projeto “(Re)Conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta” , de Marcela Bonfim, no sábado de lua cheia, 21 de maio, no espaço cultural Cujuba - do poeta Dom Lauro, promete ser um marco da luta do negro por um espaço justo na sociedade.
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Escreveu a jornalista Ana Aranda que juntaamente com seu compnaheiro de longas datas, Bubu Jonshon, Júnior, Basinho e tantos outros artistas estarão prestigiando o evento mostrando também suas artes.
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Marcela selecionou 33 fotografias de suas andanças em Porto Velho e quilombos do vale do Guaporé, na procura da identidade dos descendentes de africanos que contribuíram para o desenvolvimento de Rondônia, a partir do remoto ano de 1750 - com a exploração do ouro e a construção do Forte Príncipe da Beira - até nossos dias, quando uma nova leva de migrantes negros - desta vez, haitianos - passou a fazer parte da população de Rondônia.
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A exposição é feita em parceria com o Sesc/Rondônia e ficará à disposição do público até o dia 20 de junho no Cujuba – um espaço cultural com a cara de Porto Velho, que abre suas portas pela primeira vez para mostrar fotografias inéditas e outras já publicadas de Marcela Bonfim.
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Quem assinas a montagem da mosta e nada-mais nada-menos que a artista plástica Margot Paiva e a arquiteta Regina Mourão. Os 50 primeiros visitantes receberão um catálogo da exposição.
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A exposição será aberta com o vídeo experimental do projeto com edição de imagens da fotógrafa Michele Saraiva, mais intervenção do poeta Dom Lauro e do artista plástico Hely Chateaubriand. Também estão programadas apresentações das bandas Três de Nós e Tuer Lapim, músicos Júnior, Bubu Johnson e Basinho, bateria da Escola de Samba Asfaltão e discotecagem de Leonardo Felizardo.
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Marcela Bonfim é paulista de Jaú e descobriu em Rondônia uma Amazônia negra, além da indígena que ela já esperava encontrar em Porto Velho, onde passou a morar a partir de 2010. “O projeto (Re)Conhecendo a Amazônia Negra propõe uma reflexão das artes visuais, no campo da antropologia visual, sobre a constituição e memória da população negra brasileira na região amazônica”, explica a fotógrafa.
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Economista e ativista cultural pelas causas dos negros, povos tradicionais, populações de rua e presidiários, Marcela faz da máquina fotográfica um instrumento de militância pelo reconhecimento do papel dos africanos na formação da Amazônia e na defesa da sua autoestima, com o olhar de quem se reconhece no foco da câmara.
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“A motivação deste trabalho, explica, se deu principalmente a partir da minha busca pelo reconhecimento pessoal e de entender-me enquanto mulher negra num país racista, onde os espaços são sutilmente fragmentados entre negros, pardos e brancos. Todos vivendo em espaços delimitados e realizando funções específicas. Só que os primeiros à margem da sociedade e da história oficial”.
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Estão todos convidados a apreciar a arte fotográfica de Marcela Bonfim amanhã a partir das 20h30 no espaço Cojuba a riua Prudente de Moraes, 2449 pertinho do Cemitério dos Inocentes.
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Em ambiente de muitas salas, muitas coisas podem acontecer, por isso é preciso ter cuidado, pois segundo informes beradeiros tradicionais: “Mata tem olho e parede tem ouvido”. No caso, a frase foi investida. “Parede tem Olho e visitante tem ouvido”. Pano por favor, se não pode dar confusão!

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