sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Lenha na Fogueira - 12.09.15



A Cultura ficou do lado de fora!
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O Teatro Palácio das Artes Rondônia construído com o objetivo de abrigar eventos culturais como encenação de peças de teatro, dança, música etc. Isto está na Lei que criou a Fundação Palácio das Artes Rondônia – FUNPAR, no Estatuto e no Regimento Interno da Fundação.

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Acontece que o Sesc solicitou há alguns meses para realização do Palco Giratório entre os dias 30 de agosto e 27 de setembro, o complexo formado pelos Teatros Palácio das Artes Rondônia e Guaporé. O teatro Guaporé com capacidade para pouco mais de 200 pessoas, serviria para a aplicação das oficinas que fazem parte do Palco Giratório enquanto o Palácio das Artes abrigaria as encenações teatrais, ou seja, as Companhias Teatrais convidadas.

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Porém, a coisa não está acontecendo como deveria acontecer. Apesar da direção da Funpar ter dado parecer contrário, os responsáveis pelo II Congresso Rondoniense de Direito das Famílias mexeram os “pauzinhos” e conseguiram, tirar do Teatro Palácio das Artes Rondônia a programação do Palco Giratório. Resultado:

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Pois é meus amigos, aquilo que muitos previram, está acontecendo mal o Teatrão completou seis meses.

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As peças do Palco Giratório estão sendo realizadas no Teatro Guaporé para apenas 200 e poucas pessoas, enquanto o TJ, OAB e MP ocupam os mais de MIL lugares do Palácio das Artes Rondônia.

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A cultura ficou do lado de fora da sua casa. Isso só acontece em Rondônia e em especial em Porto Velho, onde a valorização da cultura é ZERO.
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Aqui em Porto Velho a cor e o corte do TERNO ainda têm muita força na hora da chamada “carteirada”.
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Quinta feira passada dia 10, mais de quinhentas pessoas não puderam assistir a peça “Antes da Chuva”, por falta de lugar no teatro. A fila tava dobrando a esquina da Tabajara com a Farquar. Muita gente questionou a direção da Funpar na pessoa do presidente Severino. Por que o governo (o primeiro nome que sai é o do governo estadual), prefere ceder o Palácio das Artes Rondônia para um evento não cultural, enquanto o evento realmente cultural vai para uma sala pequena?

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Só para lembrar! As entidades envolvidas na realização do Congresso, todas, contam com auditório em suas sedes, ou seja, OAB, MP e TJ. Por que não utilizaram esses espaços. O Congresso bem poderia ser realizado cada dia num dos auditórios.

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Acontece que o melhor mesmo, é utilizar a estrutura do TEATRÃO e deixar o evento cultural que já havia reservado o espaço no espaço pequeno. “Esse negócio de teatro é pra quem não tem o que fazer”, vai ver pensaram assim!

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Agora quem sou eu para contestar tão poderosas entidades. Entidades que abrigam homens togados, doutores da lei, conhecedores de todos os direitos?

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Tô ficando é velho, burro não! Mas que a turma que gosta de prestigiar os eventos culturais do segmento Artes Cênicas, ta chiando mais que tampa de panela de pressão não tenham dúvidas.

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E tem mais, Para participar do Congresso, os interessados tiveram que desembolsar entre R$ 100 e 150. É isso mesmo, alunos pagam 100 e professores 150.

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O evento também conta com o apoio da Caixa e das Usinas do Madeira. Será que esse apoio foi apenas na confecção do material do tipo pasta, caneta, bloco de notas e programação?

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Com certeza a “Saga Beradeira” passou na noite de ontem pelo mesmo problema da peça de quinta feira, ou seja, muita gente pra pouco espaço.

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É triste, constatar que o Teatro Palácio das Artes Rondônia deixou de abrigar um evento cultural para se transformar em auditório de palestra cuja entrada saiu pelos “olhos da cara”!

3 comentários:

cleberix disse...

Caros,
Eu era membro da Comissão de Pauta da Fundação Palácio das Artes.
Tomei a decisão de sair dessa comissão, quando em reunião o presidente da fundação nos comunicou que a pauta aprovada por nossa comissão havia sido substituída a revelia pelo Governo do Estado para dar prioridade a um evento da OAB, TJ e MP. Este evento da notícia é lamentável.
Enquanto Rondônia viver a política dos caciques, doutô (que geralmente são bacharéis) e coroné continuaremos a ver obras inacabadas e a as acabadas com uso comprometido, como é o caso da Fundação Palácio das Artes.
Enquanto os favorecimentos políticos em nome dos contatos forem mais importantes do que os protocolos estaremos condicionados a situações como essa: Um espaço destinado às artes ser destinado a outro evento por preferência do Governo do Estado à revelia dos interesses do teatro. Sem contestar o mérito do evento da OAB, II Congresso Rondoniense de Direito das Famílias, que é deveras nobre.
O triste disso, é ver que os atores envolvidos são a OAB, o MP e o TJ, instituições que deveriam ser o bastião de uma sociedade justa.
Enquanto colocarmos a educação e a cultura em segundo plano, daremos cada vez mais valor a justiça de "doutores". A justiça se faz com investimento em educação e cultura. o Tribunal deveria ser a exceção, porém, infelizmente virou a regra e o "carteiraço" vale mais do que os protocolos.
A pauta deveria ter sido solicitada à FUNPAR e não ser tratada em gabinete na Casa Civil e depois somente ser informada à FUNPAR, de modo que a nós bastava unicamente acatar a decisão.
Para que serve a Comissão de Pauta então? E o que já havia sido deliberado?
Solicitei a minha saída da Comissão de Pauta da Fundação Palácio das Artes na reunião que soube que nossa deliberação havia sido suprimida pela Casa Civil, e pedi para registrar em ata que não via função para aquela comissão se situações como essa seriam recorrentes. Essa já era a terceira vez que essa situação ocorria, o que me fez pensar que mais vezes ocorreria, e que, portanto, minha presença em tal comissão era desnecessária, pois tal comissão seria algo fantasioso, somente para constar como aparência da defesa dos reais objetivos do teatro: artes, educação e cultura.
O governo do Estado de Rondônia tem de pensar muito bem sobre o que fará com a Fundação Palácio das Artes, atualmente maior equipamento cultural do gênero na Região Norte. Esses dois teatros e as áreas contíguas poderão se transformar em estacionamento e auditório de engravatados, políticos e politicagens ou podem ser transformados em exemplo de gestão para as artes no Brasil.
Há que se lembrar que um equipamento desses não se faz somente construindo-o. Há que se destinar verba no orçamento estadual para equipamentos, manutenção, quadro de funcionários, rotina e programação. Além disso há que se pensar qual o modelo: Casa de espetáculos artísticos ou casa de espetáculos e formação em artes.
Não se pode deixar um equipamento como esses ser usurpado por interesses politiqueiros. Há que se pensar a longo prazo em uma Fundação Palácio das Artes com orçamento próprio, quadro concursado (por mais que seja contrato via CLT, com a autonomia da Fundação), possibilidade de autonomia para captação de recursos com a iniciativa privada e foco nas artes.
Rondônia tem uma oportunidade ímpar de consolidar um Equipamento Cultural de nível nacional, e não tenho medo em dizer, internacional. Porém não se pode deixar a tacanhice do poder ser superior à inteligência das artes.
Deixo aqui meu reconhecimento ao bom trabalho do atual Presidente da FUNPAR, Severino Costa, e aos outros diretores do teatro que desejam fazer o correto dentro da instituição. Testemunhei diretores do teatro pegando em vassouras para organizar os camarins. O que, por um lado, é uma demonstração de humildade e vontade de que as coisas aconteçam, porém de outro, mostra o descaso do Governo Estadual para uma gestão da Fundação Palácio das Artes que tenha estrutura de trabalho.
Enquanto isso não mudar...
Leia em: https://www.facebook.com/cleberix/posts/10153027310607601

PROFª IVONE APARECIDA disse...

E como justficar q o projeto mais educação traga o teatro para os currículos escolares com uma carteirada dessa? Teatro é só para os pobres pais e alunos eleitores na próxima campanha eleitoral.

PROFª IVONE APARECIDA disse...

E como justficar q o projeto mais educação traga o teatro para os currículos escolares com uma carteirada dessa? Teatro é só para os pobres pais e alunos eleitores na próxima campanha eleitoral.