quarta-feira, 7 de novembro de 2012

LENHA NA FOGUEIRA - 08.11.12


O documentário “A Ferrovia do Diabo” exibido na primeira noite do Festcineamazônia no teatro Banzeiros, é uma peça que bem poderia servir de parâmetro para que o povo do estado de Rondônia ajuizasse uma ação, contra o governo federal, pelo Crime cometido, com a desativação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e o sucateamento de praticamente todo seu acervo.

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Foi e é um Crime contra o Patrimônio histórico, financeiro, sentimental e social cometido pelo governo federal e executado pelas forças armadas através o 5º Batalhão de Engenharia e Construção.

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Realizado em 1981 justamente quando o governo estadual após realizar um grande Seminário, que aconteceu nas dependências da Oficina da EFMM com entrada pela Rotunda, reativou a viagem do Trem entre Porto Velho e Santo Antônio.

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O diretor João Batista de Andrade retrata justamente o sentimento dos ferroviários e do povo de Porto Velho, Guajará e Guayaramerim, sobre o quanto a desativação da ferrovia afetou suas vidas.

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Realizado a menos de dez anos após a desativação, o documentário apesar da precariedade da qualidade da imagem, é de vital importância para a história de Rondônia e deve o mais urgente possível, ter cópias adquiridas pelo governo estadual para fazer parte do acervo do museu da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.

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Quando escrevi no inicio dessa coluna, que o filme pode muito bem servir como testemunha num processo judicial, impetrado pelo povo de Rondônia contra o governo federal, não estou brincando não.

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O estado de Rondônia merece ser indenizado pelos danos causados, primeiro com a desativação das viagens do trem de Porto Velho a Guajará Mirim. Depois pelo sucateamento das composições ferroviárias e suas peças.

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E ainda pelo grande prejuízo causado aos colonos que tinham suas plantações e delas dependiam para a sobrevivência de seus familiares ao longo dos 366 km de ferrovia. E ainda pelo prejuízo sentimental causado aos ferroviários que trabalharam na empresa Madeira Mamoré.

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No filme do João Batista o que mais se ver, são “velhos” ferroviários chorando de saudade ao ver o trem apitando novamente e trafegando pelo menos até Santo Antônio.

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São depoimentos que nos deixam emocionados e que podem ser utilizados como testemunhos do Crime cometido contra o povo de Rondônia.

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Vamos consular o Dr. Ricardo Leite pra ver se cabe uma ação judicial de indenização a favor do estado de Rondônia e contra o governo federal.

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É claro que não estamos sonhando com a reativação total da ferrovia, mas, de alguns trechos, como de Porto Velho a Santo Antônio e quem sabe até Teotônio; de Guajará Mirim ao Iata e outro trecho em Vila Murtinho. Abunã também merece atenção especial assim como Jacy Paraná.

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Além da recuperação desses trechos que podem ser explorados como atração turística, o governo federal se obrigaria a indenizar o estado de Rondônia com valores relativos aos que foram pagos a empresa de Farquar pela a construção da ferrovia. É claro que esses valores devem ser corrigidos.

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É sonho, não temos dúvidas, mas que podem muito bem ser transformado em realidade depende apenas de uma boa banca de advogados.
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Depois dessa, só embarcando na viagem espetacular que nos foi proporcionada pelo compositor José Miguel Wisnik durante o show “Nas Palavras das Canções”.

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Miguel Wisnik como se diz na gíria musical, colocou o público no bolso e então cantou, tocou e declamou de uma maneira tão envolvente, que se tivesse disposição e aguentasse poderia ter amanhecido o dia, que o público ainda pediria mais.

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José Miguel Wisnik não é um simples compositor musicista, que coloca música em poemas e nem tão pouco um simples poeta que coloca poesia na música. Ele é música, poesia e poemas musicados assim como pode ser considerado um contador de histórias através dos versos de uma música super elaborada, que agrada a todos os públicos.

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O show do Wisnik é daqueles que não cansa, é daqueles que sempre deveriam ser apresentado.

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Aliás, seria ótimo, se a produção do Festcineamazônia, nos proporcionasse novamente o espetáculo que é o show aula do José Miguel Winisk.

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Por falar em cinema o Festcineamazônia prossegue no dia de hoje com exibições de filmes por tudo quanto é canto, em especial no teatro Banzeiros! 

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