terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Lenha na Fogueira 14.01.15


Pra amar tem gay, sapatão e tem piranha, simpatia é quase amor, nessa vida tão estranha...

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Eis o refrão do samba de enredo “Simpatia é Quase Amor”, da escola de samba Os Diplomatas no carnaval de 1987. A história foi assim:

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O compositor Silvio Santos da escola de samba Pobres do Caiari, insatisfeito com a diretoria da sua escola, em especial, com o presidente Haroldo Castiel, que havia dado a vitória através de voto de minerva para o samba do Bainha, que havia empatado com o seu nas notas dos jurados, para o enredo “Sob o Límpido Azul do Céu, o Verde Selvagem da Amazônia”.

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Atendeu o convite do compositor Torrado para juntos, concorrerem na disputa do samba enredo da escola de samba Os Diplomatas.

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O compositor da azul e branca relutou, pois não queria trair sua escola de samba do coração, a Pobres do Caiari da qual foi um dos fundadores.

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Acontece que todo dia no Chaveiro do Manelão Torrado o aperriava para terminar o samba que ele havia começado e falta apenas parte da ultima estrofe e o refrão.
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Por outro lado o carnavalesco da Diplomatas do Samba Flávio Daniel tomando conhecimento que Silvio estava chateado com a direção da Caiari, o procurou e o instigou a concorrer com um samba no concurso da Diplomatas.

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O dia do fechamento das inscrições foi chegando e nada do Silvio se decidir se terminava o samba do Torrado ou se faria uma composição apenas sua para concorrer, porém o que pesava mesmo era o seu amor pela Caiari.

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Deixa que o Silvio já estava com sua parte do samba pronto, com letra e melodia. E deu 19, 20, 21, 22 horas e o Torrado já muito nervoso, pois estava vendo à hora dar meia noite (prazo máximo para a entrega da Fita Cassete com a melodia e letra do samba) chegar e o Silvio sem se decidir.

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Por volta das dez e meia da noite, e depois de vários pedidos do Torrado, Silvio com o gravador ligado. Pegou seu tan tan e pediu para o torrado cantar a parte do samba que ele havia feito...

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Conta a história que arlequim e a colombina, sorridentes no carnaval a brincar, encontraram o pierrô apaixonado e ele se, pois a chorar. Não chora pierrô, não chora! Faça como o trovador em serenata que a sua musa cantava assim:
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Oh deusa da minha rua, meu último desejo afinal, minha musa inspiradora, meu chão de estrelas nesse carnaval. Na gafieira...

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Seguia o baila calmamente quando cupido de mansinho ali chegou, dançando a noite inteira alegremente, com Afrodite, linda deusa do amor...//... Amor de uma dama de aluguel, comandada por um empresário de bordel...


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Aí parava a letra do Torrado e a Melodia, e então o Silvio cantou na mesma balada: Ai que saudade...


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Ai que saudade da Lapa, onde o malandro era senhor e coronel.

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Pra amar tem gay, sapatão e tem piranha. Simpatia é quase amor, nessa vida tão estranha... Era o refrão que faltava. Torrada pulou de alegria.

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Manelão também super empolgado com a conclusão do samba de seus amigos Torrado e Silvio se avexou... Vamos logo que ta pra dar meia noite.

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Chegamos à residência do Flávio Daniel em frente ao 3° DP, faltavam três minutos para o encerramento das inscrições e lá estavam esperando o samba da parceria Silvio e Torrado os diretores Leônidas, Roosevelt e Flávio Daniel.

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Resultado, o samba ganhou a disputa e foi gravado pelo cantor Quinzinho famoso puxador de samba enredo do Rio de Janeiro e a escola foi campeã no carnaval de 1997, em cima do “Límpido azul do céu” da Caiari.

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