quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Lenha na Fogueira - 18.02.16

Ontem a escola Asfaltão comemorou 45 anos de fundação. Acontece que a história postada pela direção da escola não bate de jeito nenhum com os fatos.
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Acontece que a terça feira de carnaval de 1971 foi no dia 23 de fevereiro e não no dia 17 de fevereiro, como a história está sendo passada para a juventude.
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Vou dar uma de Antônio Cândido o Poeta que se preocupa em contar a história real e não a sonhada ou imaginada.
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É só prestar atenção no trecho da entrevista que fiz com o José Araújo – Bacu um dos fundadores do Bloco para ver que a decisão de desfilar não foi tomada no dia dos desfiles dos blocos e escolas de samba, ou seja, 23 de fevereiro. (Naquele tempo os desfiles dos blocos e escolas de samba aconteciam na terça feira de carnaval).
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E segundo Bacu eles estavam degustando uma “Panelada”, prato típico da nossa região, que é preparado com as Patas do Boi ou Vaca, tripas, bucho, livro, etc... na Usina de Asfalto que ficava na hoje esquina da Rua Tiradentes (antes era Estrada da Penal) com a Rio Madeira nas proximidades do Conjunto Marechal Rondon e tomando Mocoró, uma invenção do José Meireles outro fundador do bloco, que era uma mistura de várias bebidas alcoólicas.
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Bacu também afirma que por ser amigo do então prefeito Luiz Gonzaga, foi escalado para pedir a ajudada financeira do prefeito para comprar os apetrechos do bloco inclusive a bebida, no que foi atendido.
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Isso quer dizer, que o Bloco surgiu antes dos desfiles de carnaval daquele ano, ou seja, no dia 17 de fevereiro uma semana antes do carnaval oficial. 17 de fevereiro de 1971 foi uma quarta feira e mais... Conta Bacu que o bloco saiu da Usina de Asfalto com aproximadamente 50 brincantes e passou pela frente do palanque oficial montada na avenida Sete de Setembro (onde hoje é a Discolândia) com no máximo dez brincantes.
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Não estou dizendo que o Asfaltão não foi criado no dia 17 de fevereiro de 1971. O que quero esclarecer, é que seus fundadores, não estavam naquele dia, trabalhando no asfaltamento da avenida Sete de Setembro, eles haviam terminado o trabalho uma semana antes do carnaval e resolveram criar o Bloco de Originalidade Asfaltão. Se organizaram e criaram a entidade que por muito tempo foi considerado como Bloco Oficial da Prefeitura e até recebia subsídio “por fora”, ou seja, independente dos subsídios repassados as demais agremiações carnavalescas, o Asfaltão recebia mais uma ajuda da prefeitura.
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A data está correta, o que não está correta é a história do jeito que está sendo contada, inclusive por mim. Só depois da entrevista com o Bacu foi que as coisas ficaram claras.
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Independente de data certa ou não, desejamos a escola de samba Asfaltão muitas glórias, muitos carnavais vitoriosos. Hoje a escola de samba Asfaltão é a única agremiação carnavalesca que realmente se preocupa em fomentar a cultura do samba em Porto Velho.
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Durante o ano todo e todo ano, sua diretoria passa promovendo eventos culturais na famosa Tenda do Tigre. Pelos grandes carnavais, pelo respeito para com a nossa cultura e acima de tudo, pelos seus carnavais, tiramos o chapéu para o Grêmio Recreativo Escola de Samba Asfaltão.
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Asfaltão que este ano vai cantar na Passarela do Samba Edson Fróes o enredo: Não Sei se é Sonho, Utopia ou Ilusão... Vou Cumprir Minha Missão”.
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A escola será a primeira a desfilar no dia 27 deste mês na Passarela Edson Fróes montada no Parque dos Tanques, isso que dizer, que vai entrar na Passarela as 20 horas. Parabéns Asfaltão!

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