sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Lenha na Fogueira - 16.08.14



Vamos ocupar parte deste espaço, com o artigo que nos foi enviado pelo produtor cultural Judilson Dias (*).
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Recentemente tivemos a inauguração de parte do complexo cultural do Estado, que engloba o Teatro Guaporé - com capacidade para 230 espectadores -, e o Teatro Palácio das Artes, que a partir de setembro, quando for inaugurado, comportará 1.000 espectadores.
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A sala menor foi inaugurada em alto estilo com a apresentação do Espetáculo “A Falecida”, do dramaturgo Nelson Rodrigues, encabeçada pela experiente (inclusive em Nelson Rodrigues) atriz Lucélia Santos.   Nos três dias de apresentação o público superlotou o teatro: muita gente voltou da porta por falta de ingressos.   Já expressei anteriormente a minha alegria em ver fila na frente do teatro, e até em ver pessoas voltando devido à lotação esgotada das salas: um sonho acalentado ao longo de muitos anos de luta de toda uma geração de artistas para formar um público consumidor de cultura em Nosso Estado.
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Agora surgem novas necessidades e reflexões: depois de tanto sofrimento e espera por estas construções estaremos preparados para utilizá-las adequadamente?   Os artistas estarão profissionalmente preparados para assumir esta tarefa?  Como anda o nosso volume e qualidade de produção?   Estamos articulados politicamente como movimento cultural?  Os órgãos de cultura do Estado proporcionam hoje mecanismos de fomento à produção e circulação da nossa produção artística?   Onde andam os editais de fomento? E os fundos de cultura dos municípios e do Estado?  São questionamentos que carecem reflexão e respostas.
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Outra questão que me preocupa ainda mais: este público que fez longas filas na porta do teatro estará também preparado para abraçar as produções locais?   Lotar teatro com produções de fora é fácil e acontece em toda parte, mas prestigiar os artistas locais são outros quinhentos!  Estará este público (que foi acostumado a não pagar ingresso) interessado em contribuir economicamente para consumir cultura?   Estará ele bem informado e sabendo diferenciar produções oriundas de incentivos fiscais, com ingressos baratos, de produções privadas, com fins lucrativos?
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Em minha experiência de 20 anos como produtor cultural sinto-me entusiasmado a trazer várias atrações para estes novos espaços, mas sei que muitas vezes não é possível conseguir financiamento público ou patrocínio privado, e nessa condição será viável assumir responsabilidades com a compra de passagens, hotel, cachês, impostos e divulgação?  Será que nosso público acostumado à gratuidade será parceiro nessas empreitadas culturais, ou continuará pagando apenas ingressos caros em shows sertanejos, baianos e carnavais fora-de-época?  Com a palavra os artistas, gestores culturais e a razão do nosso viver: o público. (*) O autor é diretor teatral e produtor cultural.
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Só não concordo, quando autor interfere na preferência cultural do povo. Se o cara gosta de show sertanejo que pague o preço do espetáculo, assim como se gosta de carnaval fora de época, que pague pelo abada. O pagamento ou não de ingresso, se impõe pela qualidade da produção.
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Agora vamos para o espetáculo musical “Momentos de Amor” do Sandro Bacelar que acontece hoje no Mandakaru a partir das 21h00.
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O repertório Selecionado com canções que embala o coração e a alma do ouvinte somado à sensibilidade e maestria do acorde de Sandro Bacelar, convidam o público para um reencontro e imersão no saudoso mundo da música romântica brasileira.

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