sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Lenha na Fogueira - 02.08.14


Em tempo de campanha eleitoral, muitos candidatos convidam para reuniões nas quais discutirão os problemas que afligem os movimentos culturais em Rondônia e em especial em Porto Velho.
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Não sei os demais colegas, mas, já estou cansado de participar dessas reuniões cujos candidatos prometem mundo e fundos. “Quando eleito vou trabalhar em prol do desenvolvimento cultural e apoio aos grupos de vocês etc”.

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Os candidatos sabem que os movimentos culturais congregam grande contingente de eleitores, que podem ajudar e muito, na eleição de qualquer candidato seja a governador, senador, deputado federal ou deputado estadual.

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Apesar do TRE não ter divulgado ainda qual será em média, o coeficiente eleitoral para a eleição deste ano, pelo que acompanhamos nos pleitos passados. Um deputado estadual dependendo da coligação, pode ser eleito com pouco mais de 5 mil votos ou até menos.

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Agora vamos aos números. Só os grupos folclóricos filiados à Federon concentram mais de 8 Mil eleitores. É só fazer as contas. São mais de 40 grupos filiados à entidade e cada grupo reúne entre brincantes e diretores em média 200 pessoas, sem contar com os artesãos (costureira, carpinteiro, iluminador, decorador, pintor, aderecista, marcador, entre outros).

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Se formos contabilizar com o pessoal das escolas de samba, vamos ter mais aproximadamente 5 Mil eleitores envolvidos diretamente e indiretamente com o carnaval. Sem falar nos blocos de trio elétrico.

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Ainda temos os artistas plásticos, atores e atrizes (olha que o movimento teatral em Porto Velho é bem significativo), basta acompanhar festivais de teatro como o Amazônia Encena na Rua.

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Não existe maior contingente de formadores de opinião que o pessoal integrante dos segmentos culturais. Um diretor de teatro pode influenciar na eleição de qualquer candidato, basta durante a apresentação do seu grupo, passar para a plateia se estar ou não satisfeito com aquela pessoa, falar bem ou mal de determinada administração.

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Agora, imaginem quando isso é declarado pelo sistema de som de qualquer arraial, como o Flor de Cacto e outros que concentram durante suas realizações mais de 30 Mil pessoas.

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Mesmo sabendo desse potencial dos grupos que compõem o segmento cultural em Rondônia, os deputados ou os políticos de um modo geral, não fazem nada pela cultura.

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Aí quando chega o período eleitoral, convidam para reunião. Por que não fizeram nos quatro anos que permaneceram como governador, senador, deputado federal ou deputado estadual. Se não fizeram nada durante o mandato como é que vão fazer agora?

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A Cultura em Rondônia vive mendigando apoio há muito tempo e ninguém faz nada para amenizar a dor do desprezo vivida pelos segmentos culturais.

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Apesar de sermos um dos primeiros estados a implantar o Sistema Estadual de Cultura, até hoje esse Sistema não pode sair do papel por falta de responsabilidade de quem de direito.

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A documentação tá toda pronta e dentro dos conformes, mas, o Fundo de Cultura homologado pelo governador, não recebeu até hoje o repasse que foi aprovado pelos deputados e aprovado pelo executivo, para poder financiar os projetos culturais do segmento.

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É o empurra, empurra com a barriga. Agora, querem reunir a categoria para discutir o futuro da cultura no estado de Rondônia.

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O futuro da nossa cultura se fosse depender dos políticos, com certeza já estaria se diluído no Banzeiro do Rio Madeira.

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De qualquer maneira, antes que o milênio se acabe, quem sabe!

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