segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A história politicamente incorreta da literatura brasileira

Do clássico Machado de Assis aos contemporâneos Bernardo Carvalho e Daniel Galera, retrocedendo a Padre Antonio Vieira passando por nomes como Guimarães Rosa, Cecília Meirelles e Nelson Rodrigues, são poucos os que se salvam neste livro de Martim Vasques da Cunha, uma obra que pretende descortinar as “relações insuspeitas que há entre literatura e política”, “A poeira da glória” é um ensaio de crítica cultural, frisa o autor, que a literatura como seu principal objeto de análise. Aos que pensavam que a crítica cultural no Brasil – mais que a simplesmente literária – havia encontrado “o fim da história” em Antônio Cândido e seus discípulos, o livro representa uma imensa surpresa: Martim recoloca todas as peças no tabuleiro, inclusive a de Cândido. 
A poeira do título segundo o autor, é uma referencia a uma expressão do escritor Otto Lara Resende e também é a soma de equívocos que cobrem os autores brasileiros e com os quais os leitores brasileiros tiveram que lidar por medo ou reverencia. “Minha intenção é analisar um determinado estado de coisas e descobrir por que estamos nessa situação de calamidade pública e privada que contamina o país desde o descobrimento; e a única ferramenta que tenho em mãos é justamente esta literatura que tanto depreciamos e que somos obrigados a suportar, como um xarope amargo, na hora de enfrentar o Enem, o vestibular ou cocktail regado a vinho branco alemão” escreve o autor no texto abertura do livro.
“A poeira da glória” chega às livrarias em novembro pela editora Record.

Martim Vasques da Cunha é escritor, jornalista, Doutor em Ética e Filosofia Política pela Universida.

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