quarta-feira, 7 de março de 2012

CARNAVAL INESQUECÍVEL - II


Bateria das escolas de samba

Por Admilson M. Knightz (*)

Tenho muito orgulho de ter ser ritmista, já participei e comandei inúmeras baterias de diferentes escolas. Já desfilei em oito escolas num mesmo carnaval.

É nítida a evolução técnica alcançada na última década pelas baterias das escolas de samba do Rio e São Paulo. Muitos destes diretores e mestre de bateria passaram a estudar música, e a todo momentos eles estão se qualificando cada vez mais, procurando assim uma profissionalização que o carnaval atual exige. Aumentou a exigência por batidas uniformes de caixa, afinação de surdos e equilíbrio entre os instrumentos. Há uma maior exigência técnica de seus ritmistas. As baterias estão melhores, é fato. Em quase todos os aspectos.

Precisamos seguir essa evolução, não podemos para no tempo.

A cada dia surge uma paradinha mais interessante que a outra e cada vez mais integrada com a melodia dos sambas. Por isso os ensaios e as escolinhas de percussão são fatores preponderantes na composição das baterias. É importante ter em mente que a bateria deve acompanhar o samba, servir a ele, sustentá-lo e valorizar a sua musicalidade. A percussão é um acompanhamento, não o prato principal!

Amigos mestres, diretores e ritmistas: é hora de deixar vaidade de lado e pensar no rumo que estamos trilhando. Pelo bem de sua escola e do nosso carnaval.

Já algum tempo venho observando a decadência de algumas baterias de escola de samba de Porto Velho, fato que vem ocorrendo em função muita das vezes pela falta de comprometimento de alguns Presidentes de agremiações bem como a falta de humildade e de preparo de alguns mestres de bateria. Não podemos aceitar certas escolas em que suas baterias são compostas basicamente apenas por dois a três tipos de instrumentos, e o pior é contar com “batuqueiros” na sua maioria bêbados. Precisamos rever vários conceitos, por isso me coloco a disposição para a criação de workshop sobre formação de ritmistas e composição e bateria de escola de samba.

(*) O autor é mestre de bateria da escola Asfaltão

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