segunda-feira, 30 de outubro de 2017

A história de Porto Velho, pelos filhos, dos filhos

Lavadeiras em ação
O espetáculo “Canto para Todos – Cantando História” um projeto do Tribunal de Justiça - TJ, que foi apresentado nos dias 24, 26 e 27 no teatro Guaporé, pelos Corais Canto Livre, Vozes do Madeira e ONG Moradia e Cidadania, encantou as mais de 2 Mil pessoas que literalmente lotaram as dependências do Teatro. “Esse teatro é muito pequeno para um show desse porte” comentava uma senhora na expectativa da produção permitir, a entrada de mais algumas pessoas no teatro. Era sexta feira dia 27 último dia do espetáculo. Programado para as 20 horas, só começou as 20h30 justamente porque a produção tentava acomodar o maior número possível de pessoas dentro do teatro. “Tem que manter um corredor para qualquer emergência” lembrava um dos produtores do espetáculo.

Os músicos liderados pelo tecladista e arranjador Mauro Araújo se acomodaram em suas posições no palco, enquanto a maestrina Sabrynne Sena deu início ao espetáculo. A luz foi dirigida a um determinado ponto e ali uma pessoa conta a história ouvida de um de seus ancestrais ou sobre a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, ou como o Arigó que veio para esta região como soldado da borracha. “Você precisa ver, para saber como é, que andava o trem da Madeira Mamoré... [Lá vai o trem com o menino/Lá vai a vida a rodar/Lá vai ciranda e destino/Cidade e noite a girar/Lá vai o trem sem destino...], pois nossa história com a história mineira. A cada nova canção uma nova (velha) história. “Minha família passou vários dias viajando do Paraná pra cá em busca de melhorar nossas vidas. Hoje somos todos felizes por essa terra ter nos acolhido com amor”. “Quem quiser viver bem, vá pra la. Conhecer porto velho, vê que bom lugar...”.

E o público em êxtase aplaudia, logo tudo ficava em silencio, pois, alguém no palco, dava inicia a mais uma contação de história sobre o que seus ancestrais lhes contaram sobre a formação do estado de Rondônia.
Porto Velho foi a cidade mais cantada. “Tabua, cacete e sabão vixe menino cagão... É o canto das lavadeiras que o Bado cansou de ouvir no igarapé das Pedrinhas e transformou numa parceria com o Binho, em música de sucesso.

O show não parava, graças ao profissionalismo dos integrantes dos corais do TJ. MP e Caixa Econômica. Vieram Djavan, Chico Buarque e a sua “Geni e Zepelin”, Gilberto Gil, Clube da Esquina com Milton Nascimento. O Mocambo do Bazinho e Funeral de um Lavrador de João Cabral de Melo Neto. Pois é, e como não poderia deixar de ser, o povo aplaudindo de pé, foi saindo do teatro Guaporé, enquanto os corais entoavam de Luiz Gonzaga “A Vida do Viajante”. “Minha vida é andar por esse país...” E nós simples mortais, vamos ficar andando pelos quatro cantos da cidade, até o próximo ano chegar, para aplaudir se Deus quiser, a 5ª edição do Canto para Todos!

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