quarta-feira, 16 de março de 2011

O ANAFALBETO SOCIOLÓGICO

Por Antonio Serpa do Amaral - Basinho


Marcos Wendell Silva é um analfabeto sociológico de pai, mãe e vizinhança. Ele, olhando para o país, é como um burro olhando pra frente de um palácio. É um pequeno-burguês pudico, retrógrado e elitista. O sem-caratismo da folia momesca parece mexer com sua libido atravessada na auto-repressão. Vocifera como um elefante e pensa que pensa como um gafanhoto. Dos migrantes abestados que vieram pra cá, Wendell não é o primeiro a vomitar no prato que come. Dos idiotas que nestas barrancas vieram se estabelecer, para sobreviver, para ter um salariozinho mais ou menos, não é o primeiro, nem será o último, a chamar os rondonienses e rondonianas de feios, depois da ganhar o pão da vida na terra onde chegou puxando uma macérrima e pirenta cachorrinha. Sua fala é medieval e subserviente ao conservadorismo fascista.
Luciana Oliveira, com muita lucidez jornalística e cultural, tocou no âmago da questão: a necessidade de se criar um movimento de resistência à ameaça de engessamento da quizomba mameluca guaporé. Cretinos da laia de Marcos Wendell não têm sangue nas veias, são víboras moralizadoras destilando fel na ponta da língua, são toupeiras grávidas de concepções esdrúxulas e agressivas. Não lançam um olhar para o homem de Rondônia e sua realidade, lançam jatos de verborréia azeda, à guisa de interpretação do todo circundante. E por serem burros e toscos, deságuam de forma patética no lamaçal do senso comum. São asnos querendo voar, lesmas escrevendo tratado sobre a questão cultural do homem. Marcos Wendell é um nazista de carteirinha criado sem cueca no quintal no neo-conservadorismo puritano. Não tem a coragem nos grandes navegantes nem conhece a poesia de Cervantes.
Nós, rondonienses, já estávamos meio à deriva com seguidos fluxos migratórios a bagunçar nosso coreto cultural. Agora, com a construção dessas usinas e o conseqüente novo fluxo migratório, estamos meio que bosta nágua, boiando à deriva dos modelos impostos pelos prepostos do Poder, e ainda temos que ler arrazoados escritos por patetas como Marcos Wendell. Ele não passa de um inocente útil, um puritano de quinta categoria a pagar o mico de ser boneco de ventrículo de contradições complexas que ele mesmo, xucro que é, nem suspeita que existam. Ele é um pau mandado dos poderosos. Em regra, os novos poderosos agora são paulistas e sulistas. Essas figuras, junto com outras da polícia militar e do ministério público (salvo raríssimas e honrosas exceções) são apenas reprodutores funcionais da ideologia de dominação articulada, imposta e praticada pelo agronegócio e pela alta burguesia do sul e sudeste nestas terras. Os diversos aparelhos do Estado tendem a reproduzir essa ideologia em suas atitudes práticas, impregnadas de praticismo mecânico, obtuso, míope e moralismo barato. Os Guaporés e os Karipunas, os Beradeiros e Caboclos devem formar um grande bloco, o Bloco da Resistência, para fazer valer o nosso bioritmo, a nossa maneira de ser, os nossos valores lúdicos, e anárquicos, para não sucumbir ante ao ataque indiscriminado das agências estatais, precisamos juntar os nossos cacos de identidade, precisamos colar esses cacos um a um, para nos reconhermos, para nos autoafirmarmos, para propormos a construção de uma sociedade heterogênea, sem dúvida, mas com a nossa marca, os nossos princípios culturais como matrizes oritentadoras das edificações civilizatórias que hoje tentam nos impor a qualquer custo. Essa gente pensa que nós somos tapados de tudo, porque não temos o mesmo grau de ambição desmedida que conjugam; pensam que não temos hombridade, porque não agimos com tamanha ferocidade e crueldade com os outros, na disputa pelo domínio dos bens da vida; pensam, ainda, que não temos valores, porque nos vêem assim brincando, curtindo a vida e vivendo à moda cabocla. Estão redondamente enganados. Vamos dar de pau na moleira deles, para que na dor da lambada aprendam a nos respeitar como amazônidas politizados, guerreiros, pensantes e criativos que somos.
Basinho

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