quarta-feira, 13 de março de 2019

LIVRO - Porto, Velho Porto – histórias da cidade onde nasci e vivo


Por: Sílvio M. Santos
A partir de hoje e sempre às quintas-feiras, passo a publicar as histórias que fazem parte do livro que está prontinho para ser publicado, “Porto, Velho Porto – História da Cidade Onde Nasci e Vivo”, escrito por mim.
São histórias que pesquisei em publicações de vários autores que se preocuparam com a nossa história, como Esron Menezes, Amizael Silva, Abnael Machado de Lima, Manoel Rodrigues, Hugo Ferreira e em especial do meu amigo, professor Francisco Matias, porém, a maioria das histórias relatam fatos vividos por mim, já que apesar de ter nascido no Distrito de São Carlos, vivi minha infância, adolescência e vivo até hoje em Porto Velho. Muitas das histórias que os amigos tomarão conhecimento a partir de hoje, são exclusivas, pois foram vividas por mim, como é o caso do “Trem da Feira” e muitas outras. Infelizmente pelas normas acadêmicas o meu livro não pode ser considerado como de História, porém, as histórias nele contidas, posso garantir, que (a maioria foram vividas por mim) e as demais são fruto de dias e dias de pesquisas.
Se você empresário editor, se interessar em produzir o meu Livro, entre em contato através do celular: (69) 9 9302-1960.


PERCIVAL FARQUAR O CRIADOR DE PORTO VELHO


O engenheiro civil norte-americano Percival Farquar foi o verdadeiro fundador ou criador de Porto Velho, já que foi ele quem autorizou a empresa May, Jeckyll & Randolph a transferir suas instalações da localidade de Santo Antônio no estado do Mato Grosso, para sete quilômetros abaixo, um porto em terras pertencentes ao estado do Amazonas. A May, Jeckyll & Randolph instalou-se no local conhecido como Porto Velho no dia 19 de abril de 1907 e em junho do mesmo ano deu início a construção da ferrovia.
Para viabilizar a implantação do cais, das oficinas, da estação inicial da ferrovia e das casas para técnicos e operários Farquar contratou em Belém do Pará, mais de duas centenas de homens que procederam ao desmatamento da área que pertencia a três grandes seringais, o Santa Marta, o Crespo e o Candelária. Francisco Matias, no livro “Pioneiros” registra: “Naquele dia uma sexta feira, começava a surgir o núcleo habitacional de Porto Velho o mais importante fato político gerado pela Madeira Mamoré”.
No dia 4 de julho de 1907, em solenidade que aconteceu no pátio onde estavam instaladas as oficinas da Empresa Madeira Mamoré, a cidade de Porto Velho foi oficialmente criada e reconhecida como sede da empresa construtora da Ferrovia. Na solenidade foram hasteadas apenas as bandeiras dos Estados Unidos e da Bolívia.
Em 1908, Farquar mais uma vez, interfere na construção da cidade, ao autorizar que fossem traçadas ruas e avenidas, visando o ordenamento da cidade que, mesmo sem conhecer o local imaginava surgir, estimulada pela construção da ferrovia Madeira Mamoré.
A estrutura montada pela empresa construtora da Madeira Mamoré fez com que aquele núcleo que mais tarde viria a ser transformado em Município, passasse a receber a cada dia mais moradores. Porto Velho passou a abrigar a partir de então, comerciantes, exportadores de borracha, operários e ferroviários oriundos de diversos estados e países, fazendo com que a cidade crescesse do dia para a noite.
O crescimento do povoado e a ausência de autoridades brasileiras, mais o ostensivo controle exercido pela The Madeira Mamoré Railway Company sobre a população, fez com que o governador do Amazonas Jonathas de Freitas Pedroza expedisse o decreto-lei nº 741, de 30 de outubro de 1913 que elevou Porto Velho à categoria de Vila subordinada a Comarca de Humaitá. Atendendo a comunidade que se sentia prejudicada pelo excesso de autoritarismo dos responsáveis pela Madeira Mamoré, Jonathas Pedroza no dia 2 de outubro de 1914, sancionou a lei 757 que criou o município de Porto Velho e nomeou seu primeiro superintendente (prefeito) Fernando Guapindaia de Souza Brejense que ao assumir, se desentende com a direção da Madeira Mamoré e a cidade é dividida: Da linha Divisória (hoje Avenida Presidente Dutra) para cima (sentido bairros) a administração é do município e para baixo (sentido Rio Madeira) é da Estrada de Ferro.

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