terça-feira, 17 de julho de 2012

EFMM - VAGÃO BOSSA NOVA - TREM HORÁRIO

CENTENÁRIO DA MADEIRA MAMORÉ
No final dos anos cinqüenta e inicio dos sessenta, a administração da Estrada de Ferro Madeira Mamoré que agora pertencia a Rede Ferroviária Federal, na tentativa de incrementar as viagens do Trem Horário, que fazia o trecho Porto Velho/Guajará/Porto Velho, trouxe uns vagões considerados nos meios ferroviários, como modernos.  Diferente dos vagões existentes na Estrada de Ferro Madeira Mamoré que eram todos construídos em madeira de lei, os carros de trem recém chegados, chamavam a atenção por sua estrutura toda em chapa de aço, a entrada era por uma porta que ficava bem no meio e outra na parte trazeira.
A direção da Estrada de Ferro ao colocar os vagões que foram apelidados de “Bossa Nova”, criou um novo horário para a saída do trem da estação Madeira em Porto Velho. Antes do Vagão Bossa Nova o trem horário saia de Porto Velho às seis horas da manhã, passava em Jacy Paraná as 11h00 onde parava para o almoço e seguia até Abunã onde pernoitava. No outro dia saía as 7h00 rumo à estação de Vila Murtinho onde parava para o almoço e chegava a Guajará Mirim por volta das três horas da tarde e até mais cedo. Era muito cansativa a viagem, porém muito divertida, principalmente no tempo das férias de julho, quando os estudantes inventavam excursões para Guajará e viajavam na maior algazarra. Porém para os comerciantes, a viagem era considerada muito cansativa e pori isso,  muitos enviaram correspondência a Rede Ferroviária Federal solicitando uma solução para o problema do pernoite em Abunã.
Com a chegada do Vagão Bossa Nova, a diretoria da Madeira Mamoré implantou o “Trem Expresso” que saia de Porto Velho as 5h00 da madrugada e chegava em  Guajará Mirim as 17h00, a gente dizia que era apenas um dia de viagem.
O Vagão Bossa Nova era o preferido dos chamados “Categas”, pois era dotado de poltronas estofadas e até tinha um bar/lanchonete que além de lanches servia bebidas.
O primeiro arrendatário do Bar do Bossa Nova foi o empresário e radialista Humberto Amorim que transferiu a concessão para o seu Canduri – Jovito Canduri. Era mais quem queria viajar no Vagão Bossa Nova até porque, por ser de aço, as faíscas da locomotiva não perturbavam seus passageiros.
Pena que o Trem Expresso da Madeira Mamoré e seu Vagão Bossa Nova durou apenas uma década.

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