terça-feira, 30 de abril de 2019

LITERATURA Prêmio Oceanos e Itaú Cultural apresentam número recorde


As 1.467 obras de literatura inscritas na edição deste ano do Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa concorrem nas categorias romance, conto, crônica, poesia e dramaturgia com primeira edição em 2018 e publicadas em todo o mundo, desde que originalmente escritas e editadas em português. Os livros participantes foram inscritos por 314 diferentes editoras. Neste ano, as publicações independentes, com edição do próprio autor, somam 49 livros e representam 3,3% do total das inscrições.
Concorrem ao prêmio autores de 11 diferentes origens. Entre os países de língua portuguesa, do continente africano são quatro angolanos, publicados em Portugal; dois cabo-verdianos, um publicado em Cabo Verde e um em Portugal; nove moçambicanos, sete publicados em Moçambique e dois em Portugal, e um autor de São Tomé e Príncipe, publicado em Portugal. De Portugal, foram inscritos 145 autores. Do Brasil, os inscritos são 1.300.         
Há ainda livros publicados em cinco países cujo idioma oficial não é o português: duas obras da Alemanha, quatro dos Estados Unidos, dois da Irlanda, outro dois das Ilhas Maurícias, no Oceano Indico, e um da Holanda.
Entre as categorias avaliadas pelo Oceanos, a poesia – com 690 livros – corresponde a 47% das inscrições. Os romances somam 446 obras e representam 30,4% do total; os livros de contos – 225 inscrições – perfazem 15,3%, seguidos por 82 volumes de crônicas (5,6%) e 24 obras de dramaturgia (1,6%).
Apenas dois livros inscritos em 2019 tiveram edições em mais de um país: O pai da menina morta, do brasileiro Tiago Ferro, publicado no Brasil pela Editora Todavia e em Portugal pela Tinta-da-China, e A mulher sobressalente, do moçambicano Dany Wambire, pela editora moçambicana Fundza e pela brasileira Malê. Na edição anterior, o número de livros editados em mais de um país foi também pequeno: apenas três.

Agente de transformação

A manutenção deste dado continua demonstrando a necessidade de se criarem instrumentos de difusão das literaturas em língua portuguesa para buscar conhecimento recíproco entre as comunidades que se expressam no idioma. Por outro lado, Oceanos aparece como agente importante de transformação deste cenário, uma vez que livros vencedores do prêmio têm sido publicados em novos territórios de língua portuguesa.
É o caso de Karen, romance de Ana Teresa Pereira publicado em Portugal e que, após vencer o Oceanos 2017, ganhou edição no Brasil. Outro exemplo é o livro de poemas vencedor da edição de 2018, Câmera Lenta, de Marília Garcia, que foi editado primeiramente no Brasil e ganhou, neste ano, edição portuguesa. O romance Hoje Estarás Comigo no Paraíso, do português Bruno Vieira Amaral, também vencedor do Oceanos 2018, será editado neste ano no Brasil. Além dos exemplos mencionados, há diversos livros, entre vencedores e finalistas de edições anteriores, que ganharam edição em outro país de língua portuguesa após o prêmio.

Em 2019, o corpo de 72 jurados – escritores, poetas, professores universitários, jornalistas da cultura e críticos literários – busca tornar-se ainda mais plural, com ampliação do número de países representados, para atender à diversidade das obras inscritas. Na primeira etapa, compõem o júri um membro de Angola; 51 do Brasil; um de Cabo Verde; dois de Moçambique e 17 de Portugal. Eles irão escolher 50 obras semifinalistas e elegerão, entre si, os nove integrantes do Júri Intermediário – que escolherá os 10 finalistas.
Nesta edição, o valor total da premiação foi aumentado de R$ 230 mil, em 2018, para R$ 250 mil e o Oceanos passa a contemplar três livros (as edições anteriores premiavam quatro), de modo a valorizar a singularidade de cada prêmio. O livro vencedor receberá R$ 120 mil; o segundo colocado, R$ 80 mil e o terceiro, R$ 50 mil, sendo que livros de diferentes gêneros literários concorrem entre si.

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