quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Morre Claudio B. Feitosa O escritor e carnavalesco



Rondônia deixa de contar com a presença física de Cláudio Batista Feitosa, não posso cravar “Morte” porque Cláudio Feitosa é Imortal por ser membro da Academia de Letras de Rondônia e da Academia de Letras Maçônica do Estado de Rondônia.
Claudio Feitosa era eximindo contador da ‘causos’ em especial no livro “Gente da Gente” onde encontramos a verdadeira história da criação do “Bloco da Cobra”, “O Enterro do Balbino” e o “Bote da Boiuna” entre tantos contos por ele publicados.
Conheci seu Claudio Feitosa ainda adolescente, quando fui trabalhar como office boy no Jornal Alto Madeira cuja redação ficava a rua Barão do Rio Branco onde por muitos anos, seu Claudio morou. Depois, já no final da década de 1960 e inicio dos anos 1970, fui contratado para trabalhar no seu escritório de representações que entre outras marcas, representava o primeiro cartão de crédito a funcionar em Rondônia o Diners Clube e a Empresa de Malotes Aero Rápido. Eu era o responsável por essas duas carteiras. Claudio Feitosa era uma máquina de criação, de vez em quando ele surgia com uma idéia a ser colocada em prática, assim criou a primeira Lanchonete de Porto Velho a Delta na esquina da Barão do Rio Branco com a José de Alencar, foi um dos fundadores do Bloco da Cobra além de ser o responsável por “plantar” as matérias sobre seus bastidores, diria até que foi o Zekatraca de sua época, pois vivia postando principalmente no Alto Madeira, que a tinta (óleo) que serviria como pintura dos cobreiros “naquele” carnaval, estava chegando diretamente da Groelândia e que era feita com Banha de Baleia da Sibéria.
Compositor de mão cheia, sua obra musical, é recheada de canções consideradas orfeônicas sobre o folclore e lendas da Amazônia.
O sonho de Claudio Feitosa era compor um SAMBA ENREDO para ser cantado por uma escola de samba. Esse sonho foi materializado no carnaval de 1980, quando dona Marise Castiel resolveu contar na avenida no desfile do Império do Samba “Pobres do Caiari” em 1980, o enredo “CARNAVAIS DOS CARNAVAIS” e convidou Claudio Feitosa para compor o samba. A Caiari foi campeã cantando o refrão: “Vem meu amor; Vem gingar; Rebolar; No compasso do samba; Que eu vou cantar”.
Quando surgiu a Loteria Esportiva, Claudio foi o primeiro a explorar o jogo em Porto Velho, o escritório representava a “Banca” do Ademar da Silva de São Paulo, os responsáveis em registrar os jogos eram Eu, Almir Canduri (Birula) e o Esli Cabral.
Seu Claudio Feitosa não foi apenas o melhor patrão que já tive, foi e continuara sendo, um grande amigo. Descansa em Paz!

Trabalhos literários publicados pelo imortal Claudio Batista Feitosa

Foram de sua autoria o Hino do Município de Porto Velho (1983), homologado pela Câmara Municipal de Porto Velho; a Canção da Brigada Príncipe da Beira (17ªBrigada de Infantaria de Selva) com sede em Porto Velho (1982), homologada pela Portaria nº 63 de 14/09/1982 da Chefia/E.M.E.; as Canções da Base Aérea de Porto Velho (1986) e da Polícia Militar de Rondônia (1994), assim como o Brasão do Grande Oriente Estadual de Rondônia –GOER e a Medalha Identificadora de membro da Academia de Letras de Rondônia.
Dentre suas obras encontra-se o que ele considerava ser um “anedotário” de Porto Velho sob o título “O Bloco da Cobra” e o “O Bote da Boiuna, Primeiro e Último” e “O Enterro do Balbino”.
Outros livros: “Gente da Gente”, e, ainda, o que seria sua última obra, o romance “Camarão Verde”. (Fonte Lucio Albuquerque).

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