quinta-feira, 21 de abril de 2011

MENINO BARRIGUDO

O galinheiro do Colégio Dom Bosco

Corria o ano de 1961, a Rádio Caiari havia sido inaugurada oficialmente no 21 de fevereiro, então, o então Padre Vitor Hugo, convocou os técnicos Artur Marques, Fernando Barbosa e o sonoplasta faz tudo, Francisco Abemor para instalarem o equipamento para a transmissão da missa de Aleluia. Naquele tempo a missa começava a meia noite.
O Senai - Serviço de Aprendizagem Industrial também tinha sido inaugurado e além dos alunos de Porto Velho recebeu alunos oriundos da Bolívia, Guajará Mirim e do estado do Acre, todos ficaram internados no Colégio Dom Bosco.
No feriado da Semana Santa, o diretor do Senai professor Chico Otero, decidiu liberar os alunos internos no colégio Dom Bosco para passarem o feriado fora do internato.
Antes, é preciso lembrar que os padres salesianos que residiam no Dom Bosco tinham uma criação de galinha. Eram galinha branca, acho que as primeiras que apareceram em Porto Velho criadas à base de ração e em conseqüência, poedeiras fora de série.
Os alunos do Senai marcaram encontro no pátio da catedral antes da missa começar. Não sei de quem foi a “brilhante” idéia: “Vamos roubar as galinhas dos padres!”. Foi mesmo que jogar gasolina em brasa, todo mundo concordou de imediato. Fomos todos, mais de 100 jovens, estudantes dos cursos de carpintaria, mecânica de manutenção, eletricidade e construção civil no rumo do campo de futebol do colégio Dom Bosco.
Os galinheiros ficavam pelo lado da Carlos Gomes e para o leitor fazer idéia da quantidade de alunos que participaram da “empreitada”, fizemos uma cobrinha que ia da porta do galinheiro até o final do muro do colégio pelo lado da D. Pedro II. As galinhas eram passadas de mão em mão até chegar ao último que a colocava num saco de sarrapilha de 60 quilos.
Tudo estava correndo bem, até o padre Vitor Hugo chegar correndo para buscar qualquer coisa que estava faltando para a transmissão da missa do galo pela Rádio Caiari. Aí um dos nossos, pensando que o padre havia descoberto o “roubo”, largou a galinha no meio do campo de futebol do colégio e em vez de pular o muro pelo lado da Julio de Castilho, correu para a porta de entrada do colégio e foi visto pelo padre. Resultado, com o alarme a turma largou as galinhas e pulou o muro e se espalhou. Vitor Hugo escolheu um de nós para seguir e o pegou na Sete de Setembro em frente ao Cine Lacerda. Levou o jovem que era um estudante boliviano até a Central de Polícia que ficava na Farquar com a Carlos Gomes.
O Boliviano apesar da pressão, não entregou ninguém.
O diretor do Colégio Dom Bosco expulsou os internos que estudavam no Senai, mas, o diretor do Senai não puniu ninguém.
Epilogo – Só quem saiu perdendo foram os padres, que ficaram sem as galinhas.
NA – Não aconselhamos essa prática!

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