sábado, 15 de junho de 2019

Os Amores do Paulo Fuá - O livro que está causando polêmica

Paulo Roberto da Silva

Domingo passado dia 9, a moçada que se reúne na calçada da Casa da Cultura Ivan Marrocos durante o Café da Manhã dos Pobres do Caiari, foi festejou o aniversário de 71 anos, do Paulo Fuá. Paulo podemos afirmar, é uma das pessoas mais queridas da moçada que participa do Café e agora se tornou o centro das atenções, pois o Altair dos Santos Lopes - Tatá um cronista de primeira linha, surgiu com a ideia de escrever um livro sobre “Os Amores do Paulo Fuá”. “As esposas dos amigos me ligam pedindo para não citar o nome de seus companheiros no livro, é uma loucura”. O certo é que Paulo Fuá que já era considerado passou a ser tratado como celebridade, inclusive tem sido solicitado para entrevistas em vários órgãos da imprensa. O livro é uma verdadeira incógnita, pois o Tatá só apresenta a capa e um bocado de páginas em branco. “Tem gente que ameaçou entrar com liminar para que o livro não seja publicado”.
Na tentativa de descobrir alguma coisa sobre as histórias que podem fazer parte do livro, conversamos com o Paulo Fuá justamente na festa do seu aniversário.

ENTREVISTA

Zk - Qual seu nome completo e a data de nascimento?
Paulo Fua – No dia 08 de junho de 1948, brilhava essa estrela no céu de Porto Velho, capital do Território Federal do Guaporé que foi batizada com o nome de Paulo Roberto da Silva. Meu pai Francisco Roberto da Silva nascido em Porto Velho era funcionário da EFMM, já minha mãe era de Santarém (PA), dona Estefânia Macambira da Silva.

Zk – Fala sobre a infância?
Paulo Fua – Minha infância foi no bairro da Olaria; Ainda menino ajudava no mantimento da nossa casa, vendendo salgadinhos na beira do rio Madeira onde via atracar os grandes navios Lobo D’almada, Augusto Monte Negro, Lauro Sodré e outros. Meus fregueses a maioria trabalhava como estivador no Plano Inclinado. Não foi fácil minha infância, eu sofri na mão da minha mãe, mas, agradeço a ela pois se não fosse ela, quem sabe eu seria um marginal. Naquele tempo quando a gente chegava da aula tinha que mostrar a tarefa, não mostrasse a “madeira” cantava no lombo. Estudei no Duque de Caxias, Escolas Reunidas Samaritana, Escola Frederico Trota e também no Murilo Braga. Certa vez ‘gazeteie’ aula, para olhar o avião PP-BTU da Paraense que havia caído, eu o Moa filho do radialista Petrônio de Almeida Gonçalves e o Careca filho do Simeão Tavernard e fomos suspensos pela diretora da escola.

Zk – Fala sobre amizade com pessoas importantes?
Paulo Fua – Nessa minha vida tive boas amizades com pessoas importantes da cidade, como seu Joaquim Pereira da Rocha, Abdon Jacob Athala, João Elias de Souza Martins que foi prefeito de Porto Velho. Graças às amizades, trabalhei no jornal O Gauporé do seu Emanoel Pontes Pinto, aprendi a imprimir jornal trabalhando no Alto Madeira com o finado Boy. O primeiro Juiz de Direito que tivemos em Porto Velho Dr. Joel Quaresma de Moura gostava muito de mim e graças a isso, escapei da Maravilha.

Zk – Que história é essa?
Paulo Fua – Não sei o que foi que houve, só sei que eu não era boa peça e minha mãe queria me internar na Maravilha (Patronato de Menores delinquentes) que ficava no quilômetro 25 da hoje BR 364  e o Dr. Joel falou: “A senhora está com o pensamento mau a respeito do seu filho, ele é um menino muito bom e trabalhador”, voltei pra casa.

Zk – É verdade que as madames da sociedade também gostavam de você?
Paulo Fua –  Todas respeitavam a minha opção sexual. A última na qual fiquei por quase trinta anos, foi dona Josefa Romiê, ela não era uma patroa, era uma mãe pra mim. Eu chegava morto de bêbado e a Natália empregada escondido da dona Josefa abria o portão, no outro dia, dona Josefa me esculhambava: “Já criei meus filhos e ainda arranjo esse diabo aqui pra dentro de casa pra ta me chegando bêbado”. Eu queria responder e ela dizia: “Cala tua boca, vai tomar teu banho, tua comida ta lá dentro do fogão”. Ali todos são pessoas maravilhosas.

Zk – E a amizade com o Manelão da Banda do Vai Quem Quer?
Paulo Fua – Era uma amizade muito boa apesar da gente viver brigando, quando eu não ia ao chaveiro ele me ligava. Quando ele chegou aqui foi morar perto do quartel da 3ª Cia de Fronteira hoje 17ª Brigada de Infantaria de Selva, era um garotão de 14 pra 15 anos, ele veio com o pai seu Jersey irmão do seu Aurélio que juntos, abriram a Rondomarsa revendedora da William na Barão do Rio Branco. Eu fazia (registrava) todos os jogos dele, era jogo do bicho, mega sena, lotomania etc. Certa vez a mega sena acumulou em 75 Milhões, os jogos se encerravam sábado às 16 horas e Manelão já meio dia, pede pra eu registrar a mega sena dele, eu liso, pensei: ele vai me dar pelo menos uns 10 Reais pra tomar uma. Peguei aquele bolo de jogo e mal cheguei à lotérica ele liga e com aquela arrogância que conhecíamos, fala: “Seu Paulo o senhor ainda não fez esse jogo?” – Manelão agora que cheguei à loteria!. A fila tava muito grande e o sol escaldante e ele: “Seu Paulo eu já tô pra ir embora e o senhor não chega com os jogos”. Falei pra mim mesmo: Esse corno não quer jogo não! Rasguei tudinho joguei na sarjeta, peguei um amigo e fui tomar cerveja com o dinheiro do jogo dele lá no Candeias. Passei quase uma semana sem ir ao chaveiro. Me deu coragem e fui lá. Quando chego na porta ele olha de lá e diz pros seguranças: “Não deixa entrar, é ladrão, me roubou e eu respondi: Roubou o que vagabundo safado. Ele precisava pegar dinheiro com sua filha Siça. Eu tô em casa e ele me liga e diz: Vem aqui no chaveiro pra ir ali comigo. Chegamos na UNIRON e ele mandou eu ir pegar o dinheiro com a Siça, quase 2 Mil e escondi 100 Reais, ele contou o dinheiro e disse: “Ta faltando 100”! Porra, não inteirou nem um mês e tu já quer me roubar de novo”.


Zk – Como surgiu o apelido de Paulo Fuá?
Paulo Fua – Eu estudava na Samaritana e tinha um neguinho que era chamado de Bibito irmão do advogado Paulo Jorge. Bibito trabalhava na prefeitura e eu não sei como diabo foi, que ele botou esse apelido em mim e pegou, isso na década de 1960.

Zk – E a amizade com o Chiquilito?
Paulo Fua – Quando ele foi prefeito chegou comigo e disse: “Dia de sexta feira fica na calçada da casa da tua patroa (que era atrás da prefeitura) que quando eu passar jogo um negócio pra ti”. E partir de então toda sexta ele jogava 100 Reais.

Zk – E o livro Os Amores do Paulo Fuá?
Paulo Fua – Essa história  surgiu no café da manhã do Caiari e o que era apenas uma brincadeira, acabou por gerar o livro. Quem vai escrever autorizado por mim, é o meu amigo Altair o conhecido TATA um cara muito legal que eu gosto muito e o Tatá é quem está fazendo todo o fuzuê, publicando nas redes sociais o andamento das histórias.

Zk – A grande expectativa, é que no livro você revele o nome de alguns dos seus casos de amor. Tem fundamento esse receio das pessoas?
Paulo Fua – Não é tanto a questão das amizades amorosas. A questão são as amizades de muitos que tenho. Uns foram amigos que curtiram um relacionamento entre abraços e beijos e isso tem me dado dor de cabeça.

Zk – Por quê?
Paulo Fua – Muitos me ligam pedindo pra não citar seus nomes. Tenho recebido inclusive, pedidos de esposas de alguns e elas pedem pelo amor de Deus pra eu não colocar o nome de seus maridos. Já pensou que situação a minha. Tem quem ameaçou entrar com mandato de segurança para o livro não ser publicado.

Zk – Por você optar por ser gay, sofreu ou sofre preconceito?
Paulo Fua – Pode acreditar, eu nunca fui discriminado por ninguém, seja amigos ou pessoas da sociedade como um todo. Acho que a discriminação surge quando a pessoa não tem moral e não se dar o respeito. A discriminação se é que podemos assim classificar, acontecia no tempo de colégio, quando os colegas, de sacanagem gritavam quando eu passava: Ei viado! Ei Baitola vem cá Peroba e eu não ligava. Essas coisas nunca me intimidaram.

Zk – Pra finalizar?
Paulo Fua – Não sei quando realmente vai sair o livro que o Tata  está escrevendo. Só sei que o Paulo Fuá teve muitos amores. Será que o seu nome faz parte da minha história? Aguarde, vem aí: Os Amores do Paulo Fuá. 

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