sexta-feira, 18 de junho de 2021

Cachoeiras de Teotônio por Angella Schilling.

 


Tive o privilégio de conhecer as Cachoeiras de Teotônio, um pouquinho antes delas desaparecerem, devido às obras da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio.

Era outubro de 2009. Falava-se muito da Cachoeira em tom de pesar, em triste lamento.

Finalmente consegui ter um tempo livre para ir à Vila de Teotônio.

O dia estava parcialmente nublado, ainda assim foi possível constatar toda beleza que só a própria Natureza é capaz de criar.

Senti um total deslumbramento, uma sensação de liberdade, diante da força, do poder dessas águas.

Uma senhora majestosa, dona do próprio destino, mulher com o terrível poder decisório, dona da vida e da morte.

Ai do incauto que não avaliasse os riscos em sua aventurava, numa travessia, numa pescaria...

Foi uma compulsão. Queria registrá-la. Sua imagem ficou guardada comigo, até que me surpreendi, preenchendo um papel com seus encantos.

No meu imaginário, sua forte presença me levava de volta no tempo. Magicamente, estou outra vez embevecida pelos sons de suas águas, sua forte correnteza... Eu, audaciosa, a ouvindo esbravejar. Para tal privilégio, foram necessárias coragem e determinação.

Todos os registros, portanto, se tornaram únicos, demasiadamente importantes. São parte da nossa história! Da história do país. Uma joia como outras tantas raras da indelével memória de Rondônia.

 

Biografia do Autor

Angella Schilling

 

Natural de Novo Hamburgo (RS), onde formou-se na Faculdade de Belas Artes (Feevale), foi influenciada pelo ambiente cultural da cidade de colonização europeia. Atraída por múltiplas possibilidades artísticas, começou pela xilogravura e depois, no Rio de Janeiro, capital em que viveu por 34 anos, passou para a gravura em metal e mais tarde para o desenho e pintura. Há 12 anos reside em Porto Velho, tendo feito pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior, na Faculdade Católica de Rondônia.

Na capital fluminense, criou projetos, pintura de outdoors e publicou calendários de arte, com gravuras em metal e desenhos, durante uma década. Também produziu capas de livro e ilustrações para editoras em São Paulo e Rondônia, bem como capas de revista e jornais, e participou da comissão de seleção da mais importante premiação de artes plásticas do Brasil, o Prêmio Marcantonio Vilaça (RJ), em 2015, representando o Norte do país.

Em Porto Velho, ministra palestras, cursos livres e oficinas de gravura, além de fazer curadorias para artistas plásticos. Membro fundadora da Academia Rondoniense de Letras, Artes e Ciências, já realizou 30 exposições individuais em diversos estados e na Alemanha, e participou de mais de 100 exposições coletivas, salões de arte e bienais no Brasil e vários países, conquistando prêmios de aquisição, primeiros lugares e menções especiais, entre outros.

Possui trabalhos em acervos brasileiros, como os do Museu Nacional de Belas Artes, Fundação Biblioteca Nacional e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e internacionais. Além disso, consta em publicações e dicionários de arte do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e em livros e catálogos do exterior.

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