Tive o
privilégio de conhecer as Cachoeiras de Teotônio, um pouquinho antes delas
desaparecerem, devido às obras da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio.
Era
outubro de 2009. Falava-se muito da Cachoeira em tom de pesar, em triste
lamento.
Finalmente
consegui ter um tempo livre para ir à Vila de Teotônio.
O dia
estava parcialmente nublado, ainda assim foi possível constatar toda beleza que
só a própria Natureza é capaz de criar.
Senti
um total deslumbramento, uma sensação de liberdade, diante da força, do poder
dessas águas.
Uma
senhora majestosa, dona do próprio destino, mulher com o terrível poder
decisório, dona da vida e da morte.
Ai do
incauto que não avaliasse os riscos em sua aventurava, numa travessia, numa
pescaria...
Foi
uma compulsão. Queria registrá-la. Sua imagem ficou guardada comigo, até que me
surpreendi, preenchendo um papel com seus encantos.
No meu
imaginário, sua forte presença me levava de volta no tempo. Magicamente, estou
outra vez embevecida pelos sons de suas águas, sua forte correnteza... Eu,
audaciosa, a ouvindo esbravejar. Para tal privilégio, foram necessárias coragem
e determinação.
Todos
os registros, portanto, se tornaram únicos, demasiadamente importantes. São
parte da nossa história! Da história do país. Uma joia como outras tantas raras
da indelével memória de Rondônia.
Biografia
do Autor
Angella
Schilling
Natural
de Novo Hamburgo (RS), onde formou-se na Faculdade de Belas Artes (Feevale),
foi influenciada pelo ambiente cultural da cidade de colonização europeia.
Atraída por múltiplas possibilidades artísticas, começou pela xilogravura e
depois, no Rio de Janeiro, capital em que viveu por 34 anos, passou para a
gravura em metal e mais tarde para o desenho e pintura. Há 12 anos reside em
Porto Velho, tendo feito pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior, na
Faculdade Católica de Rondônia.
Na
capital fluminense, criou projetos, pintura de outdoors e publicou calendários
de arte, com gravuras em metal e desenhos, durante uma década. Também produziu
capas de livro e ilustrações para editoras em São Paulo e Rondônia, bem como
capas de revista e jornais, e participou da comissão de seleção da mais
importante premiação de artes plásticas do Brasil, o Prêmio Marcantonio Vilaça
(RJ), em 2015, representando o Norte do país.
Em
Porto Velho, ministra palestras, cursos livres e oficinas de gravura, além de
fazer curadorias para artistas plásticos. Membro fundadora da Academia
Rondoniense de Letras, Artes e Ciências, já realizou 30 exposições individuais
em diversos estados e na Alemanha, e participou de mais de 100 exposições
coletivas, salões de arte e bienais no Brasil e vários países, conquistando
prêmios de aquisição, primeiros lugares e menções especiais, entre outros.
Possui
trabalhos em acervos brasileiros, como os do Museu Nacional de Belas Artes,
Fundação Biblioteca Nacional e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e
internacionais. Além disso, consta em publicações e dicionários de arte do Rio
Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e em livros e catálogos do exterior.
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