Todos os brasileiros que atuam na gestão, preservação,
valorização e promoção do Patrimônio Cultural podem participar do Prêmio
Rodrigo Melo Franco de Andrade.
Promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan) desde 1987, esta é a maior premiação nacional no
campo do Patrimônio Cultural e tem como objetivo valorizar aqueles que atuam em
favor da preservação dos bens culturais do país.
Reconhecido
mundialmente pela sua diversidade cultural, o Brasil é um país que condensa a
influência de vários grupos que colaboraram para a formação de uma identidade
nacional. Por isso, o edital,
disponível no site do Iphan e publicado no Diário
Oficial da União (DOU), desta segunda-feira, dia 23
de março, traz novos segmentos na premiação, visando a atender a uma maior
gama de ações que já acontecem em todo o território nacional.
Serão
selecionadas 12 ações no campo do Patrimônio Cultural Brasileiro. Cada premiado
receberá o valor de R$ 20 mil. Para participar, os proponentes deverão acessar
o formulário de inscrição,
disponível no site do Iphan, até o dia 18 de maio.
As ações serão pré-selecionadas pelas Comissões Estaduais,
compostas por representantes das diferentes áreas culturais de cada Estado,
presidida pelo superintendente. As ações vencedoras na etapa estadual serão
analisadas pela Comissão Nacional de Avaliação, formada pela presidência do
Iphan e por 21 jurados que atuam nas áreas de preservação ou salvaguarda do
Patrimônio Cultural. O resultado final do concurso deverá ser divulgado até o
dia 30 de agosto de 2020, no site do Iphan.
Nesta
edição, o Prêmio Rodrigo traz duas grandes
categorias subdivididas em seis segmentos:
Categoria 1 - Iniciativas de
excelência no campo do Patrimônio Cultural Material referem-se
às ações nas áreas de preservação de bens de natureza material como paisagens
culturais, cidades históricas, sítios arqueológicos, edificações e monumentos;
e ainda as coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais,
bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos,
assim como ações relacionadas de comunicação, difusão e educação.
Categoria 2 - Iniciativas de
excelência no campo do Patrimônio Cultural Imaterial referem-se
às ações nas áreas de salvaguarda de práticas e domínios da vida social que se
manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; ritos e festas
que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade e do entretenimento;
formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares que
abrigam práticas culturais coletivas. Ainda, coleções e acervos associados a
estas manifestações culturais, assim como ações de comunicação, difusão e
educação relacionadas.
Para concorrer à premiação, podem participar pessoas
físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que tenham desenvolvido ou estejam
desenvolvendo ações voltadas para a preservação do Patrimônio Cultural
Brasileiro em qualquer lugar do território nacional e que já tenham resultados
verificáveis no ano de 2019. Elas também deverão ser inscritas em um dos seis
segmentos definidos no edital:
Segmento
I – Administração direta e indireta (exceto municípios);
Segmento II – Administração direta e indireta Municipal;
Segmento III – Universidades (Públicas e Privadas);
Segmento IV – Fundações ou Empresas Privadas, exceto Micro
Empreendedor Individual (MEI);
Segmento V – Cooperativas, associações formalizadas ou
redes e coletivos não formalizados;
Segmento VI - Pessoas Físicas ou Micro Empreendedor
Individual (MEI).
É importante ressaltar que no caso das redes e dos
coletivos não formalizados, na fase de inscrição será necessário o envio de uma
carta de anuência assinada por seus componentes.
A Comissão Nacional de Avaliação
Desde sua criação, a Comissão Nacional de Avaliação
desempenha um papel de extrema relevância para a promoção dos bens culturais do
Brasil. Responsável pela seleção dos trabalhos premiados, a comissão é formada
por 21 profissionais, representantes de instituições públicas e da sociedade
civil, experientes, qualificados e envolvidos em caráter permanente com a
produção e proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro.
Além dos 12 grandes vencedores, a Comissão Nacional, no
momento da análise das ações concorrentes, poderá definir cinco delas que
receberão a distinção de menção honrosa. Essas ações não receberão a premiação
principal, mas serão reconhecidas por seu mérito para a preservação,
salvaguarda, promoção e valorização do Patrimônio Cultural Brasileiro.
O Patrimônio Cultural Moderno
no Brasil
Em 2020, o Prêmio Rodrigo fará, também, uma homenagem ao Patrimônio Cultural Moderno. A construção do campo do Patrimônio Cultural no Brasil está intrinsicamente relacionada aos modernistas e ao movimento moderno da semana de 1922, razão pela qual a criação do Iphan, em 1937, trouxe contribuições do ponto de vista conceitual e de valores patrimoniais que ainda não eram trabalhados internacionalmente.
Em 2020, o Prêmio Rodrigo fará, também, uma homenagem ao Patrimônio Cultural Moderno. A construção do campo do Patrimônio Cultural no Brasil está intrinsicamente relacionada aos modernistas e ao movimento moderno da semana de 1922, razão pela qual a criação do Iphan, em 1937, trouxe contribuições do ponto de vista conceitual e de valores patrimoniais que ainda não eram trabalhados internacionalmente.
Desta forma, a arquitetura e o urbanismo brasileiros
tiveram uma contribuição preponderante ao Movimento Moderno em âmbito mundial.
Muitos são os casos que marcam essa história, como a construção do prédio do
Ministério da Educação e Saúde – Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro
(RJ); as obras dos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer; os trabalhos do
paisagista Roberto Burle Marx e do artista plástico Athos Bulcão; a escola
paulista com as construções de Warchavchik e de Vila Nova Artigas, Reidy e os
Irmãos Roberto, no Rio de Janeiro.
Outros dois exemplos incontestáveis da importância
brasileira no Movimento Moderno são o Conjunto Urbano de Brasília (DF) e o
Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte (MG). Ambos são reconhecidos
como Patrimônio Mundial pela Unesco, sendo que a capital brasileira, que comemora
60 anos em 2020, foi a primeira cidade do mundo a ser tombada como Patrimônio
Cultural Moderno.
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