Do
Sindicato dos Jornalista de Rondônia
De repente, o Sindicato dos Jornalistas de Rondônia – SINJOR começa a aparecer nos noticiários e principalmente nas mídias sociais com freqüência, coisa que há muito tempo não acontecia. Tudo isso se deve, a eleição da jornalista professora, Sara Xavier como presidente. Em menos de três meses, o SINJOR voltou a ser um dos sindicatos mais fortes do estado de Rondônia. “Isto aqui está tomando uma dimensão que não consigo mensurar sozinha”.
De repente, o Sindicato dos Jornalistas de Rondônia – SINJOR começa a aparecer nos noticiários e principalmente nas mídias sociais com freqüência, coisa que há muito tempo não acontecia. Tudo isso se deve, a eleição da jornalista professora, Sara Xavier como presidente. Em menos de três meses, o SINJOR voltou a ser um dos sindicatos mais fortes do estado de Rondônia. “Isto aqui está tomando uma dimensão que não consigo mensurar sozinha”.
Conversamos com a Sara
quarta feira passada 28, na sede do Sindicato que fica numa sala do estádio
Aluizio Ferreira e quase não conseguimos gravar a entrevista, com tanto colega
querendo ser atendido pela presidente. wattsapp, celular, ao vivo a mulher
tinha que se virar nos trinta. “Ainda bem que o vice Cavalcante passa o dia
aqui e me ajuda muito a atender todo mundo”. E assim foi, que, contando
com a participação do fotógrafo Roni Carvalho, do agora vídeo maker e repórter Analton
Alves o Da Silva mais o fotógrafo Marquinhos Freire conseguimos a entrevista
que segue:
ENTREVISTA
Zk – Quem é a Sara?
Sara Xavier – Sou uma
senhora que já tem o cartão de idosa para estacionar. Completei 60 anos no dia
12 de novembro. Nasci numa cidade chamada Campina da Lagoa no Paraná, que fica
perto de Cascavel e Foz do Iguaçu. Na verdade, nasci, cresci e vivi naquele
pequeno mundo e quando completei 18 anos, fui pra Londrina pra fazer jornalismo.Me
formei em 1981 e vim pra Rondônia.
Zk – Por que Rondônia?
Sara Xavier – Tiveram alguns
fatores, um deles foi à onda do convite “Vem pra Rondônia”! Quando estava
terminando o curso de jornalismo, no 7º período, tinha uma coisa chamada
Projeto Rondon que era ligado ao Ministério do Interior e nosso Campus era uma
cidade chamada Limoeiro do Norte no Ceará, passei uns 40 dias lá, foi quando o Ministério
despertou o interesse de alguns profissionais a vir pro Novo Eldorado que era
Rondônia, isso foi o fator preponderante pra mim. O segundo fator preponderante,
foi que eu tinha uma irmã que morava aqui. Também, na região que eu vivia
próximo a Foz do Iguaçu, o pessoal veio muito pra cá, em especial para o sul.
Zk – Quanto a emprego?
Sara Xavier – Naquela época
a oferta de emprego e o valor do salário era muito interessante. Sou de uma
família meio bandeirante, minha avó paterna era carioca e meu avô mineiro, eles
vêm pro norte do Paraná por conta do café, depois voltam pro estado de São Paulo.
A família da minha mãe vem de Minas Gerais pra São Paulo e ela e meu pai se
conhecem e então meu pai foi pro estado do Paraná pra essa cidade pequena. Meu
pai lia muito, uma das pessoas mais cultas que já conheci, porém quem tinha o
sangue de empreendedora era minha mãe.
Zk – Você chega a Rondônia
como jornalista e foi trabalhar com quem?
Sara Xavier – Cheguei em
1982 e todo mundo, tinha um emprego no ex território federal de Rondônia e fui
trabalhar, fazendo assessoria de imprensa na prefeitura municipal de Jaru. Lembro
que tinha que vir até Porto Velho e dependia de autorização de algumas pessoas,
entre elas o Chiquilito Erse que era quem autorizava os contratos; Naquele
tempo se falava no Paraná, que Rondônia era muito longe, já eu acho que não,
aqui é o começo do mundo a gente está mais perto do meio do mundo por ficar
perto da linha do Equador. Tive experiência tanto escrevendo para jornal
impresso, como para TV e experiência no rádio, porém meu ponto forte sempre foi
a assessoria de imprensa, apesar de ter uma paixão muito grande por rádio.
Lembro que quando era criança, minha família que é de origem presbiteriana,
tinha as rádios na cidade de Campo Mourão e tinha os programas da igreja e eu
gostava muito de participar daquilo. Até hoje, (é uma coisa que estou
confessando pra você). Tive um colega chamado Sérgio Pontes um jornalista do
Ceará e ele gosta de esporte, e ele dizia: “O rádio é uma maravilha, é o veículos mais
rápido, quando chegar o fim do mundo, o rádio vai dizer, ‘chegou o fim do
mundo’ e só depois o mundo acaba”.
Zk – Como surge a professora
Sara?
Sara Xavier – Isso é uma
coisa interessante, sempre achei a sala de aula como minha hora do recreio, era
o intervalo que tinha na minha vida, tudo tem um peso muito grande, eu
preparava minha aula e ia pra sala de aula e era uma delícia, aprendia muito
mais com cada aluno, com cada turma. Lecionei na Uniron e na Faro.
Zk – Vamos dar um salto no
tempo, para falar da Sara Xavier agora presidente do Sindicato dos Jornalistas
de Rondônia – SINJOR?
Sara Xavier – Isso é um
mistério, nem eu entendo como cheguei aqui, ainda hoje estava refletindo: Nessa
mesma época o ano passado não passava pela minha cabeça estar no SINJOR. Em
2011 me aposentei e estava pesando 140 quilos, tinha dificuldade de atravessar
a rua, eu esperava a morte com 52 anos, então me afastei, comecei a fazer um
tratamento de saúde e começo melhorar minha condição física, nesse período
passei a ler muito e fazer todas as coisas que gostava, aposentado não tem hora
pra nada, é você que faz sua hora e isso é muito prazeroso. Em 2016, encontrei
muitos ex alunos e eles falavam: “professora ta tão difícil a profissão”; faziam
algumas conjecturas, algumas reclamações e um dia peguei meu diploma que estava
guardado e chorei em cima dele: Meu Deus, será que fui mentirosa em sala de
aula, sempre acreditei nessa profissão, ela garantiu a renda na minha mesa,
depois que me casei o complemento da renda o pão de cada dia, nunca tive nenhum
problema. Meu Deus, será que parei muito cedo?
Zk – E a resposta?
Sara Xavier – Quando foi na
semana do Natal do ano passado, encontrei uma pessoa no super mercado que me
disse: “Você vai ser a próxima presidente do SINJOR”, respondi: Tenho
o maior respeito pelo que você está me dizendo, mais isso é uma coisa
impossível, estou aposentada e não tenho a menor vontade de ter um horário a
cumprir, não tenho a menor vontade de me manifestar publicamente em nome de uma
categoria. Essa pessoa voltou a falar algumas vezes comigo, outros colegas
entraram em contato. No mês de abril deste ano, fizeram uma reunião no SINJOR e
me convidaram e eles disseram: é pra você aceitar a concorrer a presidência do
Sindicato, respondi: Não estou louca, não vou fazer isso.
Zk – Então?
Sara Xavier – À noite,
sentei com minha filha e meu marido, e disse, que havia recebido uma intimação
pra ir la no Sindicato e aceitar ser cabeça de chapa para ser presidente. Eu
não quero, pela vez deles também não queriam, gosto de cozinhar, fazer uma
comidinha diferente essas coisas. Falei, vou a reunião amanhã, só que vocês vão
me dar sustentação. Vou dizer que não quero e vocês vão dizer que também não
querem. Eles concordaram! Me acordei, três e meia da manhã, com uma dor num
dente que havia tratado há três meses uma coisa sem explicação, naquele momento,
o único nome que veio a minha cabeça foi o do Marcelinho Freire liguei pra ele
e pedi, que ele avisasse o pessoal que não tinha como ir a reunião. Resultado:
perdi o dente e então marcaram outra reunião e mais outras e sempre me
preparava pra dizer não. Aí comecei a pensar, será que é a forma que tenho de
ajudar os meus colegas, será que é um sinalizador.
Zk – Finalmente?
Sara Xavier – Quer saber de
uma coisa, vou levar minha filha comigo e ela vai me ajudar a dizer esse não.
Pedi licença aos diretores para ela participar da reunião e eles concordaram,
ela saiu da sala ligou pro pai e ao voltar, bateu no meu ombro e disse: “Mamãe,
por mim e pelo papai a senhora está liberada para participar”. Mesmo
assim disse: vou pra casa pensar se aceito ou não. Em casa chegamos a um
denominador comum e concordei a tocar o Sindicato até onde der. Me candidatei e
fui eleita e estou aqui pedindo a Deus graça e sabedoria pra poder fazer.
Zk – Sabemos que a maioria
dos jornalistas estavam afastados do Sindicato e com a sua eleição,
praticamente todos estão voltando e se regularizando. Como você recebe esse
apoio?
Sara Xavier – Recebo como
uma gratidão muito grande, primeiro, porque me sinto muito pequena para uma
tarefa tão grande, porque pra mim o jornalista é uma das pessoas mais
importantes que existe, você não vive sem o jornalista, você passa anos sem ir
ao médico, sem nunca precisar de um engenheiro, sem precisar de um advogado
mas, o jornalista você precisa todo dia. Participei de um evento no Mistério
Público e o Procurador Samuel Alvarenga nos cumprimentar dizendo: “Vocês
são os encarregados de contar a verdade para a sociedade”. É um peso
muito grande.
Zk – Para encerrar. Como
está o SINJOR hoje?
Sara Xavier – Está
tomando uma dimensão que não consigo mensurar, a toda hora chamo um diretor, um
colaborador, para me ajudar, não consigo mensurar sozinha. Esses dias, o
presidente da Fecomércio com o diretor do SENAC fizeram questão de tomar o café
da manhã com a gente e sentaram a mesa de reunião, os jornalistas correm aqui.
Recebemos visitas de autoridades praticamente todos os dias. Os colegas do
interior estão se regularizando, é um negócio impressionante. Essa classe é
muito grande e poderosa. Me sinto pequena para essa representatividade toda. A
confiança que os colegas depositaram em mim não tem preço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário