Estudo inédito da Fundação Getúlio
Vargas (FGV), encomendado pelo Ministério da Cultura (MinC), mostra que a Lei
Rouanet não só impulsiona a economia criativa brasileira, como gera dividendos
para o País. A cada R$ 1 investido por patrocinadores em 53.368 projetos
culturais por meio da Lei em 27 anos, R$ 1,59 retornaram para a sociedade por
meio da movimentação financeira de uma extensa cadeia produtiva, que vai desde
a equipe contratada para construção de um cenário à logística de transporte
necessária para a montagem de um show.
O impacto econômico total da Lei
Rouanet sobre a economia brasileira foi de R$ 49,8 bilhões, concluiu o estudo.
O valor diz respeito à soma do impacto econômico direto (R$ 31,2 bilhões
referentes ao valor total dos patrocínios captados historicamente, corrigido
pela inflação) e do impacto indireto (R$ 18,5 bilhões, referentes à cadeia
produtiva movimentada pelos projetos). O índice de alavancagem (R$ 1,59) é
obtido por meio da divisão do impacto total (R$ 49,8 bilhões) pelo impacto
direto (R$ 31,2 bilhões).
Esta é a primeira vez desde que a Lei
foi criada, em 1991, que seu impacto é avaliado por meio de estudo. Para tanto,
a Fundação Getúlio Vargas desenvolveu uma metodologia específica, que considera
as seis áreas culturais contempladas pela Rouanet separadamente: Artes Cênicas,
Artes Visuais, Audiovisual, Humanidades (setor editorial), Música e Patrimônio
Cultural (museus e memória).
Para o cálculo do impacto direto,
foram considerados os valores captados via Lei Rouanet, corrigidos pela
inflação. Não foram considerados outros valores arrecadados pelos
organizadores, como patrocínios e recursos provenientes de outras fontes, nem
receitas com a venda de produtos, como livros, catálogos e
ingressos.
Para o cálculo do impacto indireto, a
FGV analisou a cadeia de fornecedores movimentada pelos eventos de cada uma das
áreas culturais contempladas no estudo. Não foram considerados os impactos pela
ótica do consumo, que leva em consideração os gastos que o público dos eventos
tem com hotéis, transporte, bares e restaurantes. Isso por causa da
impossibilidade de se fazer pesquisa de campo junto ao público de cada um dos
projetos já executados no âmbito da Rouanet. Caso esses dados tivessem sido
considerados, os impactos seriam exponencialmente maiores. "O estudo
da FGV comprova que a Lei Rouanet é fundamental para o Brasil. Além de todo o
benefício que ela traz para a cultura, garantindo a realização de milhares de
projetos culturais Brasil afora, a Lei também tem grande impacto sobre a
economia, gerando renda, emprego, arrecadação e desenvolvimento para o
País", afirmou o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, durante o anúncio
dos dados.
O estudo foi apresentado no Fórum
Cultura e Economia Criativa, realizado pela Revista Exame, em São Paulo, nesta
sexta-feira (14). O Fórum visa debater o potencial das atividades culturais e
criativas, que têm crescido a taxas superiores às de setores tradicionais da
economia brasileira.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
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