sábado, 29 de dezembro de 2018

Antônio Ocampo Fernandes Ações da Funcultural de Porto Velho em 2018


É mania do brasileiro, cada um puxar a brasa para sua sardinha. Isso quer dizer, que na maioria das vezes, só cobramos as ações, que dizem respeito a cultura que praticamos ou que estamos envolvidos e, se por acaso, o poder público não der o apoio que sonhamos, criticamos seus gestores. Isto posto, deixamos de levar em consideração as demais ações culturais desenvolvias pelos órgãos públicos, sejam municipal ou estadual.
Em conversa com a equipe da Fundação Cultural de Porto Velho comandada pelo museólogo Antônio Ocampo Fernandes tomamos conhecimento das realizações da entidade municipal e ficamos surpresos com os números.
A prefeitura de Porto Velho através da Funcultural realizou em 2018, 89 Projetos próprios e apoiou 83 Projetos de terceiros, inclusive nos Distritos.
Para falar sobre as atividades desenvolvidas pela Fundação em 2018, conversamos com o Ocampo e o resultado você acompanha na entrevista que segue:

ENTREVISTA


Zk – Vamos fazer um balanço da sua gestão a frente da Funcultural?
Ocampo – Como trata-se da minha vida, acho que nunca disse isso publicamente, primeiro agradecer a Deus pôr a gente está aqui, ainda convivendo com os amigos. Depois agradecer ao prefeito Hildon Chaves que me deu uma grande oportunidade de mostrar um pouco da nossa experiência na vida pública, são 39 anos como servidor federal, a quinta vez como secretário. Ao assumir a Fundação ha 2 anos, trouxemos algumas pessoas que foram saindo e hoje, temos uma equipe muito boa. Agradecer especialmente o prefeito, porque fui a primeira pessoa nomeada por ele e isso ocorreu no intervalo do primeiro pro segundo turno, a gente se abraçou e ele falou, você vai fazer parte da minha equipe.


Zk – E a nomeação aconteceu!
Ocampo – Antes teve aquele problema com a estátua do Governador Jorge Teixeira, acontece que o Grêmio havia ganho o campeonato e alguém vestiu uma camisa na estátua e eu fui lá e queimei. Por conta disso o prefeito ficou chateado e quase não assumo a Funcultural. É que eu sou muito polêmico mesmo, mas, polêmica só é causada por pessoas que têm coragem, sem ser irresponsável.

Zk – Quando você assumiu, como estava a Fundação em se falando de Projetos Culturais?
Ocampo – Não é querer esnobar, não recebi nenhum Projeto em andamento, a não ser o costumeiro que qualquer secretário tem que fazer, que é o carnaval e as festas juninas. Saímos daquela mesmice para produzir uma política de cultura que tivesse a cara da Funcultural e da nova gestão. Hoje a Funcultural conseguiu consolidar projetos pequenos, que são constantes como o Tacaca Musical.Temos o Som Livre que acontece durante o verão amazônico. Para suprir o Som Livre na época das chuvas, estamos com o Canta Mercado que acontece dentro do Mercado Cultural. O Boto Rock um Projeto que deu certo que agradou até quem não é muito fã de rock. Deu certo pela organização e pela qualidade de nossas bandas, aliás, o movimento do rock é o que mais produz música autoral em Porto Velho. O Balé que é orgulho meu, por ter colocado em prática na Zona Leste a escola de dança que funciona no Complexo Céu. Para você fazer idéia, uma professora só, que é a Micilene Félix dar aula pra 150 crianças. A prefeitura fornece os quites com a roupinha de bailarina, sapatilha etc. Este ano, como o Teatro Palácio das Artes ainda não estava liberado, realizamos o encerramento das atividades, lá mesmo no Céu foi um negócio fora de série, o local ficou superlotado, isso me orgulha muito, porque estamos investindo em crianças que no futuro, podem atuar como professores de balé.

Zk – Sobre o Bolshoi
?
Ocampo – Pela primeira vez trouxemos a equipe do Bolshi aqui em Porto Velho e pra nossa sorte, de 150 crianças que vieram do interior do nosso estado, do Acre e Humaitá (AM), foram selecionadas 14 para fazer o teste em nível nacional lá em Santa Catarina e dessas, duas (casal) de Porto Velho foram aprovadas, e vão estudar em Santa Catarina, isso comprova o alto nível das nossas professoras de balé. Antes era muito difícil porque os pais tinham que levar seus filhos até Santa Catarina, em tese, 150 pais, olha a despesa e nós conseguimos trazer o pessoal de lá pra fazer o teste com a nossa criançada aqui.

Zk – Outro evento que se destacou?
Ocampo – O Circuito Junino em Porto Velho envolve milhares de pessoas, pois, além dos brincantes, mobiliza a cidade, porque é o único segmento que praticamente compra todo o material de fantasias e alegorias aqui em Porto Velho. A prática das danças folclóricas existem em Porto Velho ha dezenas de anos, porém, nós o organizamos criando o Circuito e as pessoas passaram a ver que não temos apenas o Flor do Maracujá. Este ano também apoiamos os Arraiais de Nova Mutum, São Carlos e Nazaré. No caso do Circuito Junino contamos com o apoio de várias secretarias municipais. Outra coisa, a festa de aniversário do município de Porto Velho que não trouxemos nenhum cantor de fora, todos artistas e bandas que participaram são daqui e foi o maior sucesso de público, as pessoas estão passando a valorizar a Prata da Casa o que é nosso, tanto que o Réveillon este ano, será realizado com 8 (oito) Bandas de Porto Velho. A festa está programada para começar as 19 horas, na avenida Sete de Setembro com a Farquar. Outro evento é o Dia do Samba que este ano transformamos na Semana do Samba. Apoiamos a festa da escola de samba Acadêmicos da Zona Leste, a festa de aniversário da escola Os Diplomatas do Samba, o Samba Autoral pelo Dia do Samba e o Tributo ao Menestrel uma homenagem a você Sílvio Santos.

Zk – E o carnaval?
Ocampo – O carnaval de Porto Velho é diferenciado dos outros. Aqui temos o carnaval de blocos de trio elétrico e tem o carnaval dos desfiles das escolas de samba. Realizamos várias festas pré-carnavalescas no bairros da cidade e no Mercado Cultural. Um evento que foi a menina dos olhos foi o Curumim Folia. Me assustei, eu pedi pra equipe providenciar 300 certificados para entregar às crianças e pra nossa surpresa, deu umas 1.300 fora os adultos. Este anos vamos realizar o Baile Municipal com duas bandas, queremos fazer diferente, com mais decoração, concurso de fantasia; vamos colocar no centro do salão, um elevado aonde vai se apresentar a Corte do Rei Momo e mais, vamos homenagear a Professora Marise Castiel que se viva fosse, estaria completando 100 anos.

Zk – Tributo ao Menestrel?

Ocampo – Foi um Projeto que pegou muito bem! Estamos homenageando pessoas vivas que estão atuando no meio artístico-cultural. Este ano foi uma honra homenagear o nosso querido Bainha festejando seu aniversário de 80 anos de vida; homenageamos o Zezinho dos Cobras do Forró que é uma lenda, cujo show foi assistido por várias pessoas no Nordeste poque foi transmitido pela RedeTV/RO e o mais recente, você Sílvio Santos que também é uma pessoa que o estado de Rondônia deve muito, em especial Porto Velho.

Zk – Finalmente?
Ocampo – Trouxe aqui minha amiga Maureane pra mostrar que hoje, a Fundação foi regularizada em todos os aspectos. Recebemos um passivo junto a Receita Federal, Estadual a receita Municipal que estava atrapalhando nosso trabalho, não podíamos receber emendas. Tivemos que pagar mais de três anos de dívidas, isso não foi fácil, mas, conseguimos..
Zk – E os desfiles das escolas de samba?
Ocampo – Vamos passar recursos para as escolas de samba, não será o valor solicitado mas, é um valor que pode ser compatibilizada para as escolas desfilarem. Temos que bater nessa tecla que, a escola de samba é a origem do nosso carnaval, junto com o bloco de sujo e que tem que ser valorizada pelo poder público. O carnaval de bloco é um trio elétrico com uma banda em cima que leva uma multidão que paga pra se divertir. A escola de samba coloca uma multidão trabalhando pela cultura e não exige nada do brincante é a verdadeira cultura carnavalesca. A prefeitura está disponibilizando R$ 300 Mil porém, as escolas precisam de mais.

Zk – Como mensagem?
Ocampo – Só tenho que agradecer a classe cultural que teve uma compreensão de uma queda vertiginosa do orçamento da Funcultural que passou de DOIS MILHÕES para algo que não chega a HUM Milhão. Essa compreensão dos artistas de procurarem os Editais que este ano foram quatro cujo de maior destaque foi o do Credenciamento de Artistas que contempla com cachê as apresentações dos artistas cadastrados. Minha mensagem de Ano Novo é que confiem mais no poder público. Venham aqui na Fundação que serão ouvidos e quem sabe, contemplados!

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