Antônio
Chagas Campo o popular Cabeleira, aos 79 anos de idade, continua
dando show se apresentando como Mestre Sala.
Sábado
passado dia 8, quando a escola de samba Acadêmicos do Armário
Grande foi convocada para promover o lançamento do samba enredo para
o carnaval de 2019, ele que é o presidente da agremiação, fez
questão de cortejar a Porta Bandeira Neca, mostrando toda sua leveza
como Mestre Sala.
Cabeleira
por alguns anos morou no Rio de Janeiro e por lá se entrosou com a
nata das escolas de samba e graças a sua desenvoltura ao sambar,
chamava a atenção. “Meu pai se dava muito com um criolo que tinha
o apelido de Amazonas e esse cidadão um dia, chegou e disse: Hein
moleque, vamos la na Mangueira? Na minha primeira noite de samba no
Rio de Janeiro e ainda por cima na Mangueira, fiquei tão encantado,
que só sai quando o dia clareou. Depois apareceu um garçom chamado
Severino com quem passei a ir pra Mangueira e ele me entrosou no meio
dos passistas da escola, foi então que conheci o Mestre Sala
Delegado que era o rival do Noé Canelinha outro grande Mestre Sala”
conta Cabeleira.
Em
Porto Velho, Cabeleira ajudou a criar em 1958, junto com os
carnavalescos Bainha, Valério, Ricardo e Tário de Almeida Café a
escola de samba “Os Diplomatas”. Em 1961 assumiu como Mestre
Sala.“Foi o seguinte: o Agostinho Reis – Bizigudo que havia
chegado de Belém e ingressado na escola, inclusive sugeriu a mudança
do nome de “Prova de Fogo” para “Universidade
dos Diplomatas do Samba” em
1961, disse, ta faltando pra ser uma escola de samba de verdade, as
Baianas e o casal de Mestre Sala e Porta Bandeira e eu sugeri que
ensaiássemos o Bola Sete com a Gladys. Durante os ensaios comandados
pelo Bizigudo e o Bainha o Bola Sete andou pisando no pé da Gladys e
ela disse que com ele não dançaria, foi então que me olharam e
disseram, vai ter que ser você. Eu já traquejado por ter tido aulas
com o Delegado no Rio de Janeiro fui e fiz minha letra e o Bizigudo
virou pro Bainha e disse: o homem ta pronto! Me transformei no
primeiro Mestre Sala de uma escola de samba de Porto Velho”.
O
tempo passou, até que Cabeleira resolveu se despedir da função de
Mestre Sala e a escola promoveu uma festa de despedida, que aconteceu
no clube Ypiranga e os compositores Torrado e Sílvio Santos fizeram
o samba “O Magnífico Mestre Sala Cabeleira”. Acontece que após
alguns anos, já como integrante da escola de samba Acadêmicos do
Armário Grande ele voltou a se apresentar como1º Mestre Sala função
que de vez em quando assume. “Hoje participo de apresentações
especiais, quando me convidam”. Foi o caso de sábado passado,
durante a festa em homenagem ao Sílvio Santos, Cabeleira foi show
dançando com a Porta Bandeira Neca.
O
fotografo Rosinaldo Machado encantando com a performance do
Cabeleira, registrou toda a apresentação, que terminou com o Mestre
aplaudido calorosamente pelos presentes.“Mostramos que idade não é
problema para quem entende do assunto Mestre Sala”, finalizou
Cabeleira
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