quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Caçambada Cutuba estreia hoje no Teatro Guaporé


Após vários anos, pesquisando sobre o episódio que mudou o resultado do pleito na eleição para deputado federal de 1962, em Rondônia, o jornalista Zola Xavier apresenta na noite desta sexta feira 13 de setembro, as 19h30,  no Teatro Guaporé, o Documentário “Caçambada Cutuba”.
O fato que gerou o Documentário,  aconteceu na noite do dia 26 de setembro do ano de 1962, durante passeata, do candidato Dr. Renato Clímaco Borralho de Medeiros, líder da facção conhecida como Pele Curta, que disputava com o candidato da facção Cutuba Coronel Ênio dos Santos Pinheiro na rua Lauro Sodré no bairro da Olaria
De acordo com vasta pesquisa desenvolvida pelo Zola Xavier da Silveira, na Biblioteca Nacional e depoimentos de pessoas que participaram daquele fatídico comício. “Um veículo tipo caçamba, chapa branca, pertencente à prefeitura municipal de Porto Velho, dirigida pelo motorista Wilson que estava vindo do comício dos Cutubas, no bairro do Areal, foi lançado contra os partidários do então candidato a deputado federal Renato Medeiros. “Os mais velhos dizem que muita gente morreu, mas não se tem até hoje, a contabilidade desses mortos”.
O escritor e colunista Antônio Serpa do Amaral em crônica publicada recentemente sobre o Documentário escreve. “Com certa dose de ironia a atormentar a amnésia dos guaporés, está escrito em latim na capa do que restou dos registros penais do episódio da Caçambada Cutuba que o processo criminal é do tipo Ad Perpetuam Rei Menoriam, isto é, para a perpétua memória do fato. Vale registrar para os anais da história que foi o advogado Fouad  Darwich Zacharias o causídico que arrolou e requereu a inquirição dos guardas territoriais José Faustino de Oliveira, José Rodrigues Maciel e Ladislau Nunes de Araújo, como testemunhas.
Para uma quarta testemunha a depor no processo, o senhor João Marques Vasconcelos, também da Guarda Territorial, o diálogo dele com o motorista da caçamba teria sido o seguinte: “Compadre, você que é chefe de família, como é que foi meter-se numa enrascada dessa?” Então o preso respondeu “aproximadamente com essas palavras: fui mandado para distribuir o pessoal do comício e ao chegar próximo do lugar, quando vi a massa procurei estacionar o carro mas o freio enganchou no acelerador e quanto mais pisava no freio, mais acelerava o carro”. Não  há nos documentos pesquisados nem a peça de interrogatório do motorista da caçamba nem a sentença, condenando ou absolvendo o réu. A justiça rondoniense deve saber explicar o porquê!

NOTAS

Para os que acham que a Caçambada Cutuba é um delírio inventado ao sabor do revanchismo histórico, a voz da perpétua memória do fato fala mais alto nos dizeres que um serventuário da justiça deixou escrito na folha de rosto do documento conseguido por Zola Xavier.

“Obs: O sr. Wilson de Tal, motorista da Prefeitura Municipal de Porto Velho, investiu com o caminhão contra o povo num comício político. Segundo testemunhas, o criminoso alega ter sido a mando de alguém”.
Tudo isso e muito mais, quem assistir o Documentário, vai ficar sabendo.
SERVIÇO
Documentário – Caçambada Cutuba
Exibição – Hoje as 19h30
Local – Teatro Guaporé a rua Tabajara
Ingresso – Franqueado ao público.

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