Após vários anos, pesquisando sobre o episódio que mudou o
resultado do pleito na eleição para deputado federal de 1962, em Rondônia, o
jornalista Zola Xavier apresenta na noite desta sexta feira 13 de setembro, as
19h30, no Teatro Guaporé, o Documentário
“Caçambada
Cutuba”.
O fato que gerou o Documentário, aconteceu na noite do dia 26 de setembro do
ano de 1962, durante passeata, do candidato Dr. Renato Clímaco Borralho de
Medeiros, líder da facção conhecida como Pele Curta, que disputava com o candidato
da facção Cutuba Coronel Ênio dos Santos Pinheiro na rua Lauro Sodré no bairro
da Olaria
De acordo com vasta pesquisa desenvolvida pelo Zola Xavier da
Silveira, na Biblioteca Nacional e depoimentos de pessoas que participaram daquele
fatídico comício. “Um veículo tipo caçamba, chapa branca, pertencente à
prefeitura municipal de Porto Velho, dirigida pelo motorista Wilson que estava
vindo do comício dos Cutubas, no bairro do Areal, foi lançado contra os
partidários do então candidato a deputado federal Renato Medeiros. “Os
mais velhos dizem que muita gente morreu, mas não se tem até hoje, a
contabilidade desses mortos”.
O escritor e colunista Antônio Serpa do Amaral em crônica
publicada recentemente sobre o Documentário escreve. “Com certa dose de ironia a
atormentar a amnésia dos guaporés, está escrito em latim na capa do que restou
dos registros penais do episódio da Caçambada Cutuba que o processo criminal é
do tipo Ad Perpetuam Rei Menoriam, isto é, para a perpétua memória do fato. Vale
registrar para os anais da história que foi o advogado Fouad Darwich Zacharias o causídico que arrolou e
requereu a inquirição dos guardas territoriais José Faustino de Oliveira, José
Rodrigues Maciel e Ladislau Nunes de Araújo, como testemunhas.
Para uma quarta testemunha a depor no processo, o senhor João
Marques Vasconcelos, também da Guarda Territorial, o diálogo dele com o
motorista da caçamba teria sido o seguinte: “Compadre, você que é chefe de
família, como é que foi meter-se numa enrascada dessa?” Então o preso respondeu
“aproximadamente com essas palavras: fui mandado para distribuir o pessoal do
comício e ao chegar próximo do lugar, quando vi a massa procurei estacionar o
carro mas o freio enganchou no acelerador e quanto mais pisava no freio, mais
acelerava o carro”. Não há nos documentos
pesquisados nem a peça de interrogatório do motorista da caçamba nem a
sentença, condenando ou absolvendo o réu. A justiça rondoniense deve saber
explicar o porquê!
NOTAS
Para os que acham que a Caçambada Cutuba é um delírio inventado ao sabor do revanchismo histórico, a voz da perpétua memória do fato fala mais alto nos dizeres que um serventuário da justiça deixou escrito na folha de rosto do documento conseguido por Zola Xavier.
Para os que acham que a Caçambada Cutuba é um delírio inventado ao sabor do revanchismo histórico, a voz da perpétua memória do fato fala mais alto nos dizeres que um serventuário da justiça deixou escrito na folha de rosto do documento conseguido por Zola Xavier.
“Obs: O sr. Wilson de Tal, motorista da Prefeitura Municipal de
Porto Velho, investiu com o caminhão contra o povo num comício político.
Segundo testemunhas, o criminoso alega ter sido a mando de alguém”.
Tudo isso e muito mais, quem assistir o Documentário, vai ficar
sabendo.
SERVIÇO
Documentário – Caçambada Cutuba
Exibição – Hoje as 19h30
Local – Teatro Guaporé a rua Tabajara
Ingresso – Franqueado ao público.
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