O Bloco da Cobra fez muito sucesso como bloco de rua |
É longa e rica a história do
carnaval de Porto Velho, nasce quase junto com a cidade e se fortalece a partir
dos anos 50 com os desfiles de corsos, cordões, blocos de clubes sociais e
escolas de samba.
Os trios elétricos gigantes chegaram com força e mantêm seu público, mas será
sempre dos blocos de rua tradicionais a essência do carnaval popular.
Tem ‘bloco de sujo’ que
virou superbloco e sem concorrência, como é o caso da Banda do Vai Quem Quer.
Os blocos antigos que
estimulam a resistência dos mais novos serão homenageados no desfile do bloco
Pirarucu do Madeira que este ano completa 25 anos.
Bloco Rei Da Selva, Bloco
Triângulo Não Morreu, Bloco da Cobra, Bloco da Dona Joia, Bloco do Bode, Bloco
das Piranhas, Bloco Oxerevause, Bloco Lira do Amor, Bloco Purgatório, Bloco
812, Bloco Seca Buteco, Bloco Escorrega Lá Vai Um e tantos outros que
acompanharam o crescimento da cidade, serão lembrados no circuito Caiari.
“Muitos fatos e personagens
importantes da cidade passam pela história desses blocos. O tom satírico com
marchinhas e fantasias nos desfiles segue como forma de protesto e cobrança por
mudanças, sobretudo na política”, disse Silvio Santos, jornalista que vai lançar
um livro contando as histórias do carnaval.
Como embriões das grandes
manifestações carnavalescas, esses blocos constituem patrimônio imaterial
cultural transmitido de geração em geração. São símbolos da tradição de folia
barata com a sonoridade das ruas e a diversidade de saberes e modos de criação.
“Nossa intenção é lembrar o
quanto contribuíram com a nossa identidade carnavalesca e proteger essa memória
estimulando a tradição”, disse Ernande Segismundo, presidente do Pirarucu.
O desfile acontece dia 04 de
fevereiro, na avenida Pinheiro Machado, ao lado do Poliesportivo Deroche
Pequeno Franco. A concentração começa às 15 horas e por volta das 17 horas a
orquestra Puraqué puxa os foliões.
O bloco Pirarucu do Madeira
só cobra alegria. Não há venda de abadás, nem cordas que separem os foliões.
O uso da fantasia é
estimulado e o trio elétrico foi dispensado há alguns anos para que o formato
seja o mais tradicional possível.
“Quando percebemos que o
bloco havia crescido demais, exigindo mais custos e penosa submissão à
burocracia estatal, optamos por ‘desorganizá-lo’ como antigamente. É um bloco
que não vende nada, tradicional, familiar, seguro e democrático”, disse
Segismundo.
Os blocos que deram
origem ao carnaval da capital serão homenageados com estandartes.
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