Siça
Andrade da Vai Quem Quer
O tema da Banda do Vai Quem
Quer para o carnaval deste ano, apresentado na última quinta feira dia 18, esta
causando preocupação entre a classe política detentora de mandato. A presidente
do bloco advogada Sicília Andrade filha do general da Banda Manelão, explica na
entrevista que segue, os motivos que a levaram a optar pelo tema: Para
o Brasil Voltar a Ser Campeão, Não Reeleja Ladrão. “Cheguei a passar
noites acordadas, pensando em substituir a palavra LADRÃO porém, não encontrei
nenhuma adequada, para aplicar à situação atual de alguns políticos
brasileiros”.
Você fica sabendo também,
sobre as taxas que um bloco como a Banda tem que recolher à municipalidade,
para poder desfilar no carnaval de Porto Velho.
A Banda vai desfilar no dia
10 de fevereiro entre as 16 e as 22 horas.
ENTREVISTA
Zk – Como surgiu a idéia do
nome do tema da Banda 2018?
Siça – Eu queria falar sobre
política e futebol, foi diferente, porque a gente nunca colocou um tema duplo
na camisa.. Fui à casa do Rondinelli Gonzalez que é o nosso arte finalistas –
designe e falei sobre a idéia dos dois temas, e como em tudo ele põe
dificuldade: “Presidente é complicado fazer isso” - Sei que você consegue.
Quero política porque é ano de eleição e futebol porque o Brasil perdeu muito
feio a última Copa. Daí pra frente, fizemos alguns ajustes. Quando concluiu
ficou o título “Para o Brasil voltar a ser campeão, não reeleja ladrão”.
Zk – Você não acha que a
palavra ladrão, é muito pesada?
Siça – Inclusive pensei em
mudá-la para charlatão, só que ficava muito comprido o título e no fundo,
charlatão seria a mesma coisa que ladrão. Acontece que quando a gente escolhe o
tema, tem que pensar na marchinha também.
Zk – Esse processo começou
quando?
Siça – Começamos a fazer a
camisa no início de outubro e quando estava na primeira semana de novembro
estava concluída, foi um mês.
Zk – Em algum momento você
chegou a pensar que sofreria alguma retaliação por parte dos políticos, em
virtude da palavra ladrão?
Siça – Pensei sim e muito,
até aproveito a oportunidade, para esclarecer que o tema não é direcionado a
ninguém, não tenho inimigos políticos, não tenho antipatia por ninguém, adoro
meus amigos políticos. Eu não tenho tendência política nenhuma, até porque meus
conceitos são diferentes do conceito das pessoas que se tornam políticas. A
idéia realmente é fazer uma alusão ao cenário político atual.
Zk – E então?
Siça - Ladrão! Essa palavra
como já disse, tentei substituí-la, não vou negar, pensei em várias outras, teve
dia d’eu acordar no meio da noite e ficar escrevendo, tentando ajustar o texto
pra mudar a palavra LADRÃO, no fim, achei que no fundo no fundo, essa é a
palavra.
Zk – O objetivo é que esse
tema seja lembrado na hora do voto em outubro?
Siça – É isso mesmo, a idéia
é fazer o eleitor fixar o tema da Banda até a hora de votar. Pro eleitor votar
na mudança, na melhoria do nosso Brasil e para voltarmos a ser campeão no
futebol e campeão na superação de tudo isso que o país tem passado,
principalmente na política. Que não fique apenas na brincadeira de carnaval.
Vamos colocar em prática: “Para o Brasil voltar a ser campeão, não
reeleja ladrão”.
Zk – Fala sobre o mecanismo
que é colocar a Banda na rua?
Siça - Não é fácil. Nosso staff
é composto de aproximadamente 20 pessoas, que estão ali diariamente dentro da
sede. Se a gente for contar realmente quem ajuda, quem estar de fora,
principalmente os amigos da imprensa, vão ser muito mais do que vinte pessoas.
Eu começo a Banda em outubro, em novembro começo a finalizar a camisa e envio
para a fábrica confeccionar. Depois fico esperando a publicação por parte do
prefeito do Decreto do período momesco, que diz de quando a quando vai acontecer
o carnaval. É a Lei que dar condição para as entidades carnavalescas promoverem
fechamento de vias para seus ensaios, para utilizarmos todo o aparato de apoio
do contingente dos órgãos públicos, como é o caso da Semtran, Semusa (código de
postura), Emdur com a iluminação, Sema (poda de árvores), sempre lembrando que
mesmo com o Decreto, a gente paga taxa para usufruir de todos esses serviços. É
uma estrutura bem complexa. Quando o Decreto é publicado, consigo formalizar o
meu processo pra realização do evento.
Zk – Em que consiste a
formalização desse projeto?
Siça – Nosso evento é
considerado de grande porte, pela quantidade de pessoas que a gente leva e por
isso, tenho que ter uma estrutura gigante para tudo, ainda que eu venda 3 Mil
camisas tenho que ter uma estrutura para 100 Mil pessoas, ai tenho que ver
seguranças, trios elétricos; pros trios elétricos tenho que contratar
eletricistas e esses trios precisam ter ART que é emitida pela CREA, tenho que
dar entrada nos Bombeiros, na Semtran, no Detran, na policia Militar na Jogos
Diversões. Isso tudo é pago.
Zk – Dessas taxas todas,
qual a mais cara?
Siça – É o ISS das camisas e
esse a gente paga adiantado, numa cacetada só para a prefeitura. Se não pagar
não tem camisa pra vender. Quando a gente coloca o trio na concentração, já tem
que estar com tudo pago e pelo menos com a Banda, a gente cumpre toda a
burocracia de pagamento das taxas e documentação solicitada. Até porque eles só
emitem o Alvará do evento, se estiver tudo em ordem, inclusive o recolhimento
das taxas. Se a gente somar impostos e
taxas chega a R$ 20 Mil e neste ano vai aumentar porque entraram dois impostos
que antes a gente não pagava que são Alvará da Semusa que custa R$ 750 e o
Alvará da Jogos e Diversões que foi R$ 2 Mil.
Zk – Você estava falando que
trocou de fábrica. Agora as camisas estão sendo confeccionados em qual estado?
Siça – Agora to fazendo no
Maranhão com uma qualidade bem melhor. É um pouco mais cara, porém, a qualidade
é bem melhor. Antes, por mais de dez anos, fazia no interior de Pernambuco. Por
questão de qualidade, decidi mudar, mesmo pagando mais. Sabe por que, eu acho
muito bacana quando estou andando na rua e vejo o folião usando Camisa da Banda
fico encantada, por isso pensei se faço uma camisa com qualidade, ela vai ter
maior durabilidade e vai ser usada e lembrada sempre.
Zk – E essa história de que
a Siça é filha da Banda?
Siça – Jamais vou poder
esconder minha idade, pois tenho a idade da Banda. Segundo minha mãe, eu
literalmente fui feita na Banda. Só não foi embaixo do trio, porque na época,
não existia trio elétrico. A Banda desfilou em fevereiro de 1981 e eu nasci em
novembro do mesmo ano. Quer dizer nove meses depois. O carnaval está no meu
sangue, ta na veia. Juro que nunca pensei que um dia estaria à frente de sua
diretoria e no ano que meu pai pediu pra eu assumir a Banda fui pega de
surpresa e não imaginava que dali mais um ano, estaria assumindo e tocando a
Banda praticamente sozinha. Quando falo
sozinha, é sem a presença do meu pai.
Zk – Quantos trios vão puxar
os foliões este ano e segurança?
Siça – Serão três trios de
grande porte. Os melhores que existem em Porto Velho, além disso, o desfile
será transmitido por uma rádio FM. Mais de MIL seguranças entre PMS e segurança
particular estarão acompanhando nosso desfile.
Zk – Fala sobre a promoção
de troca de chapéu por alimento?
Siça – Em menos de quatro
horas acabaram os chapéus. Foi maravilhoso. Às cinco horas da madrugada e olha
que estava chovendo, já tinha gente esperando a sede abrir pra trocar o
alimento pelo chapéu. Fiquei surpreendida com o sucesso da promoção. O
interessante foi que mesmo sem ter mais chapéu os foliões deixaram os alimentos
que serão doados a uma entidade especializada. Obrigado meu povo.
Zk - Para encerrar?
Siça – A camisa custa apenas
R$ 50 e estão a venda na sede da Banda à rua Joaquim Nabuco entre a D, Pedro II
e a Carlos Gomes; na Loja Real e nas lojas Capri. Na sede aceitamos parcelamento
no cartão de crédito, nos demais pontos de venda, só no dinheiro.
Zk – Tema?
Siça – “Para o Brasil Voltar
a Ser Campeão, Não Reeleja Ladrão”!
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