Vamos
lembrar algumas histórias dos bastidores do nosso carnaval. Exemplo:
1981 o ano que o Bainha nos vendeu para a Diplomatas do Samba.
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O
Bainha foi levado para a escola de samba Pobres do Caiari por mim no
final do ano de 1973 e juntos, fizemos o samba enredo “Odoiá
Bahia”, que foi o enredo da escola no carnaval de 1974. Depois do
carnaval de 74, dona Marise resolveu dar uma parada nos desfiles da
escola e deu todos os instrumentos da bateria para o Bainha.
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De
posse dos instrumentos, Bainha me procurou e juntos criamos a escola
de samba “Mocidade Independente do KM-1”, que desfilou até o ano
de 1980. Na época, nosso grupo “Samba Sete” tocava no “Caiari
Cobra Show”. Que ficava na rua Afonso Pena no bairro São
Cristóvão.
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Enquanto
isso, Heitor Costa assumiu a direção da escola de samba Os
Diplomatas e convidou Bainha a retornar a escola que ele havia
criado, junto com o Cabeleira, Valério, Ricardo e Tário de Almeda
Café. O convite veio acompanhado de uma gorda quantia em dinheiro e
o compositor não contou conversa. Além de aceitar a proposta, ainda
garantiu que nós, integrantes do Samba Sete iriamos também desfilar
pela Diplomatas.
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O
Samba Sete era composto pelo Bainha, Jorge Andrade, Sílvio Santos,
Deusdete Careca, Pedro Silva e as vezes o Osires Lobo, Babá e
Haroldão.
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Acontece
que nesse mesmo tempo, havíamos decidido parar com a Mocidade do
KM-1 e voltamos para a Pobres do Caiari, foi quando levei o Babá e
ele se tornou o Mestre Sala da escola. Não sei porque, aceitei a
proposta do Bainha em desfilar pela Diplomatas. Porém, certo dia,
fui ao ensaio da Pobres do Caiari que estava acontecendo no quintal
da casa da dona Marise e o amor pela azul bateu forte e então
comuniquei ao Bainha que não desfilaria pela vermelha e branco.
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O
problema foi que no negócio fechado com o Dr. Heitor, Bainha se
comprometia em me levar para desfilar na Diplomatas e como jamais
tinha vestido “Vermelho” na minha vida, não aceitei de jeito
nenhum.
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Certo
dia Bainha levou o tecido para confeccionar minha fantasia e deixou
lá em casa, quando cheguei, peguei aquele pano vermelho, fui até o
bar do Cassimiro e joguei o embrulho com o tecido da fantasia nos pés
do meu amigo Waldemir Pinheiro da Silva.
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O
interessante disso tudo, foi que o Bainha não ficou com raiva de
mim, até porque, naquele carnaval ele desfilou pelas duas escolas de
samba, Diplomatas e Caiari. Como nem eu nem ele havíamos participado
das composições dos sambas enredos das escolas, ficou praticamente
por isso mesmo. Fomos apenas mais um brincante.
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Acontece
que pouquíssimos da escola de samba Pobres do Caiari, sabiam da
arrumação do Bainha, entre eles a professora Marise Castiel que até
concordou que o Bainha desfilasse nas duas agremiações. Porém:
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Quando
alguns brincantes e torcedores mais acirrados da azul e branco, viram
o Bainha também desfilando pela Diplomatas queriam linchar o
baixinho, o que só não aconteceu, porque dona Marise acalmou os
ânimos dos mais exaltados.
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Naquele
ano, Bainha perdeu desfilando pela Di0plomatas e foi campeão como
“sambista show” (ele é exímio passista) pela Pobres do Caiari.
O enredo foi “Carnaval dos Carnavais” e o samba enredo quem
compôs foi o Cládio Feitosa.
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No
carnaval de 1982, primeiro de Rondônia Estado, Bainha foi um dos
autores do samba enredo da escola Os Diplomatas e a escola foi
campeã.
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Daí
pra frente Bainha voltou pro Caiari e foi campeão no ano de 1986 com
o samba enredo que falava sobre Orellaña e as Amazonas. Compôs
também em 1987, o samba “Sobre o Verde Selvagem da Amazônia, o
Límpido Azul do Céu”, último enredo escrito pela professora
Marise Castiel para a escola de samba Pobres do Caiari.
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