Dificuldades
na travessia da balsa após o distrito de Abunã fizeram a caravana chegar em
Brasiléia (AC) às 04 da manhã, 15 horas depois da partida de Porto Velho.
A
caravana do Cineamazônia partiu no final da manhã da
quarta-feira (02) com uma van, um caminhão e 13 pessoas para levar cinema e
arte ao Peru, Acre e distritos de Porto Velho.
Mas
o pior estava por vir: por volta das 14h30, os veículos encontraram uma fila de
quase cinco quilômetros para a travessia na balsa, logo após o distrito de
Abunã. Depois de duas horas parados, o palhaço Cloro entrou em ação para levar
um pouco de alegria aos viajantes e caminhoneiros que estavam
parados por 20,
22 e até 24 horas parados.
Houve
um pouco de tensão no ar, mas a alegria e o jogo de cintura entraram em cena
para quebrar um pouco o gelo. “Estou aqui há 24 horas, parado, com fome, sede e
sem tomar banho. Nenhum político vem aqui nos ajudar, nos dar apoio. Essa ponte
está aí, devagar, quase parando e somos reféns dela. Todo mundo só quer saber
do seu lado, enquanto os caminhoneiros ficam pra trás”, destacou Ronaldo Alves,
caminhoneiro.
Quem
também estava indignado com a demora era o companheiro de profissão de
Ariquemes, Vanderlei Martins, que já estava parado há mais de 24 horas.
“Ninguém entende nosso lado. A gente fica sem dormir, preocupado em roubarem a
carga, mas o pior é os carros pequenos e ônibus passarem na nossa frente,
achando que têm prioridade. Não é assim, desse jeito, bagunçado. A gente também
é trabalhador. Queremos entregar nossa carga, voltar para casa e ver nossa
família. A gente fecha a estrada, impede a passagem e as pessoas acham ruim.
Não é por aí”, desabafou ele.
Cinco
horas depois, por volta das 19h30, com muita conversa e risadas, os
caminhoneiros entenderam o propósito e a tenta
tiva de cumprir os prazos da
comitiva. Somente aí, o Cineamazônia Itinerante conseguiu atravessar a balsa
rumo a Brasiléia (AC), ponto de pernoite antes da chegada em Assis Brasil (AC),
local da primeira exibição da itinerância.
Porém,
ainda havia longos 450 quilômetros a serem percorridos entre o rio até a cidade
acriana. Após o distrito de Nova Califórnia, os buracos atrasaram ainda mais a
viagem. Tanto que a caravana do Cineamazônia só chegou a Brasiléia (AC), às 04
da manhã de quinta-feira (03).
Após
algumas horas de descanso, toda a equipe seguiu no início da tarde do mesmo dia
rumo a Assis Brasil para a primeira atividade do Cineamazônia Itinerante na
concha acústica soldado Marinho, às 07h30 da noite.
A
15ª edição do Cineamazônia tem o patrocínio do BNDES, Governo Federal,
Ministério da Cultura, Secretaria do Audiovisual e da Lei Rouanet. Ainda tem o
apoio cultural da Sejucel, Funcultural, Fecomércio e SESC Rondônia. O
Cineamazônia é associado ao Fórum dos Festivais e membro do Green Film Network.
(Jornalista responsável: Felipe Corona -
Fotos: Beethoven Delano)
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