Rondônia
fará o mesmo que os peruanos: mostrará ao Brasil suas potencialidades
turísticas, até mesmo aquelas desconhecidas da sua própria população. O
compromisso foi firmado pelo superintendente estadual de turismo, Gilvan
Pereira Júnior, quarta-feira (10), durante o 1º Fórum Internacional de Turismo,
no auditório do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia.
O
evento mostrou exemplos da Costa Rica em termos de consciência do turismo
autossustentável e melhor prestação de serviços, e do Peru, em políticas
públicas para o setor. “O turismo pode ser o agente mais importante na
transformação da pobreza”, proclamou a consultora internacional Lorena San
Román, mencionando a atual situação de seu país, a Costa Rica.
O
número de visitantes àquele país subiu de 329 mil em 1988, para 1 milhão em
1999, até alcançar 2 milhões de turistas estrangeiros em 2008. Em 2014, o número
de visitantes alcançou o recorde de 2,5 milhões de turistas estrangeiros,
proporcionando receita de US$ 2,6 bilhões.
Em
seguida, elogiou o “calor humano e o carinho” que lhe encantaram no estado.
“Para vocês serem felizes, invistam no social, vejam o que compete a cada um,
ao governo e à iniciativa privada”, ela disse dirigindo-se ao superintendente
estadual do turismo Gilvan Pereira Júnior.
“O Peru só conseguiu ser o que é, ter essa
marca e atrair gente de todo mundo, porque trabalhou políticas públicas 20
anos; a Costa Rica trabalhou 30 para construí-las”, disse a responsável pelo
escritório comercial do Peru em São Paulo, Milagros Ochoa Koepke.
“Não queira Rondônia se vender ao mundo com o
turismo convencional, porque não tem, mas se vender o amazônico, vencerá”, aconselhou
Milagros Ochoa.
“PEREGRINAR”
“Vamos
peregrinar”, comprometeu-se Gilvan Pereira. Ele se inspira no exemplo de
Milagros Ochoa, que deixou diversas vezes o escritório comercial do Peru em São
Paulo, para divulgar as belezas de seu país em estados brasileiros.
“O
turismo faz gerar renda, move a economia, e se for autossustentável crescerá,
porque a população necessita dele”, disse.
Lorena
San Román Silva elogiou o Programa de Modernização e Governanças de Fazendas
Municipais e Desenvolvimento Econômico Sustentável dos Municípios de Rondônia
(Profaz), que conseguiu ser referência na Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A OCDE
é uma instituição formada por 36 países com princípios da democracia
representativa e da economia de mercado, e cuja maioria de membros possui
elevado PIB per capita (por cabeça) e bom Índice de Desenvolvimento Humano.
“Após
este Fórum, que o mundo venha para Rondônia, porque o nosso sonho é para ser
realizado”, apelou Silva.
LIÇÕES DA COSTA RICA
Parques
nacionais e áreas protegidas cobrem 25% do território da Costa Rica. Desde
1995, o turismo representa a primeira fonte de moeda estrangeira da economia de
Costa Rica. Desde 1999 as receitas do setor superam as da exportação de banana
abacaxi e café juntos.
“É
preciso alcançar o desenvolvimento sustentável em harmonia com o ambiente,
comunidades e culturas”, apelou Lorena San Ramón em sua palestra.
“Como
se chega, como se vai, é preciso que as pessoas saibam como chegar e como sair
de Rondônia”, recomendou, antevendo maior fluxo de voos internacionais em Porto
Velho.
Alinhou
problemas que espera não vê-los ocorrendo no estado: 1) em Manaus, notou a
necessidade de as lojas de câmbio também abrirem as portas aos domingos; 2)
toda melhoria na internet é bem-vinda em qualquer lugar da Amazônia; 3) a falta
de certificação de sustentabilidade turística; é preciso tê-la; 4) a
necessidade de maior atenção ao visitante e da melhor prestação de serviços,
sejam quais forem; 5) o ensino da língua portuguesa.
A
respeito do último item, mostrou no audiovisual um grupo de jovens professores
costarriquenhos ensinando espanhol a norte-americanos. (Texto Montezuma Cruz -
Secom editado por Zekatraca - Fotos: Nilson Santos).
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