quinta-feira, 18 de julho de 2019

FESTEJO - Começa hoje Festival Cultural do Distrito de Nazaré do Madeira

De barco motor, rabeta, motor de popa e até de canoa, a população do baixo e médio rio Madeira e de Porto Velho se encontra nesta sexta feira 19 e amanhã sábado 20, da 53ª  edição do Festival Cultural do Distrito Nazaré, localizado entre os Distritos de São Carlos e Calama.
Desde o inicio da semana, os chamados barcos de recreio e lanchas expressas, transportam amantes da cultura regional rumo a Nazaré. Hoje o Festival conta com a coordenação do Instituo Minhas Raízes dirigido pelos músicos produtores culturais Teimar, Tim Maia e Túlio. A programação conta com show musicais, exibição de documentários, apresentações folclóricas e forró. “Nazaré é a capital cultural do baixo e médio rio Madeira”, disse a blogueira Luciana Oliveira.
O idealizador do festival foi o pioneiro professor, Manoel Maciel Nunes pai dos criadores do Instituto Minhas Raízes.

HISTÓRIA DE NAZARÉ

Transcorria o ano de 1916, quando subiu as barrancas do Rio Madeira em uma erma localidade do Baixo Madeira, um rico cearense à procura de aventura e riquezas. Este aventureiro chamava-se Eduardo Costa, que logo adquiriu terras em torno de um grande seringal, que mais tarde seria chamado de Seringal Nazaré e estava localizado cerca de dez quilômetros da margem direita do rio Madeira. Para facilitar o escoamento da produção de Seringa e Sorgo, o já seringalista Eduardo Costa começou a abrir um canal que ia da margem do Rio Madeira até o primeiro lago que é chamado de Lago do Peixe Boi.
Deu muito trabalho para concluir o canal, que levou o nome de “Boca do Furo” e levou mais de 9 anos para se chegar ao Rio Madeira e segundo a lenda, isto só foi possível depois de Eduardo Costa fazer uma promessa, de que após a conclusão da obra, ele construiria uma Igreja em homenagem á Nossa Senhora de Nazaré. A igrejinha ficou pronta em 1951.
Acometido por uma forte malária o Sr. Eduardo Costa faleceu no final de 1956 e o seu primogênito Eduardo Costa Filho assumiu o controle dos negócios do pai. Conhecido pelo carinhoso apelido de seu Nanã, começou a ter problemas no seringal devido a brusca queda de preço do Sorgo e Seringa e começou a dispensar os funcionários e estes ficaram em torno do Barracão de seu Nanã e da Igreja, depois de um certo tempo, já tinha aproximadamente 15 famílias no local e assim surgiu a Vila de Nazaré do Rio Madeira.

MACIEL

Em 1966 apareceu na Vila, um seminarista chamado de Manoel Maciel Nunes, que aos poucos foi se tornando um grande líder, professor e uma espécie de clérigo religioso.
Seu Maciel foi o grande incentivador e formatador da Cultura do Baixo Madeira, compunha letras e músicas, ensinava também a fazer artesanatos e peças de barro.
Chamou um antigo companheiro o Sr Artêmio Áquila Ribeiro, hoje conhecido por seu Artêmis, para dividir o ensino das aulas para os alunos da Comunidade, eram ministradas aulas de português, matemática, ciências, história e geografia e em dois turnos; manhã e a tarde.
Seu Artêmio encerrou suas atividades como professor em 2002 e se orgulha em dizer que deu aulas pra mais de 900 alunos.
O grande diferencial de Nazaré do Rio Madeira está na sua Cultura e movimentos artísticos e o grande responsável foi Seu Maciel, que trouxe para a Comunidade a tradição da Dança do Seringandô, oriunda do Lago Uiruapiara, estado do Amazonas.
Outro pioneiro da Comunidade, excelente torrador de farinha de mandioca; Venâncio Ferreira Brandão, que criou o famoso Boi Curumim, disse que no início de 1987 os festejos eram realizados no mês de junho, ele que carregava o boi e organizava toda a garotada.
Todos os anos, na Abertura do Festival Folclórico de Nazaré, o Trio Filhos de Nazaré, ou a Velha Guarda de Nazaré, composta dos antigos pioneiros: Artêmis, Venâncio e Getúlio com suas afinadíssimas vozes, abrilhantam os Festejos.

O seu Artêmis sempre fala: “Venha Conhecer Nazaré do Rio Madeira, o Nosso Paraíso".


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