Hoje
à noite os dirigentes de grupos folclóricos do segmento Boi Bumbá se reúnem na
sede da Federação – Federon, para discutir o Regulamento que deverá ser
observado durante as apresentações n o 38º Arraial Flor do Maracujá marcado
para começar no dia 26 deste mês.
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Depois
do que aconteceu no Festival de Parintins este ano, quando os jurados publicaram
uma carta (está nesta página), se posicionando contra a Black face, ou melhor,
explicando.
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Os
jurados que atuaram no Festival de Parintins deste ano, todos capacitados com
Mestrado, Doutorado e até Pós-doutorado, contra a pintura de pessoas brancas
nas cores pretas para representarem as figuras do Nego Chico e Catirina.
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Deixou-nos
preocupado, com tanta preocupação com a cultura etnográfica.
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Etnografia é o estudo
descritivo da cultura dos povos, sua língua, raça, religião, hábitos etc., como também
das manifestações materiais de suas atividades. É a ciência das etnias. Do grego ethos(cultura) + graphe (escrita).
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O
Auto do Boi Bumbá ou Bumba-Meu-Boi diz que Catirina escrava que servia de ama
da Sinhazinha (filha do fazendeiro), com inveja do tratamento que a jovem sinhá
dispensava ao seu boi de estimação.
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Instigou
seu marido Pai Francisco – Nego Chico a matar o boi de estimação da Sinhazinha
e é justamente a partir desse ato que começa no desenrolar da encenação da
brincadeira ou Auto do Boi Bumbá.
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Acontece
que Bumba-Meu-Boi, Boi Bumbá, Boi de Calendra, Boi de Mamão e outras
denominações era uma brincadeira na qual apenas os brancos participavam, daí os
personagens que representavam os NEGROS ESCRAVOS, eram brancos pintados de negro.
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Pois
os escravos negros não eram bem aceitos nas festas produzidas pelos brancos,
daí na maioria das localidades onde se pratica a brincadeira de Boi Bumbá como
em Parintins, Manaus e Porto Velho (RO), ainda hoje se utiliza o sistema de se
pintar uma pessoa não negra com tinta preta para representar o Nego Chico e a
Catirina, Cazumbá e Mãe Maria.
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Em
Parintins só utilizam os personagens, Pai Francisco (Nego Chico) e Catirina,
mas, em Porto Velho, utilizamos além do Nego Chico e Catirina o Cazumbá e a Mãe
Maria.
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Quando
digo que acho que é excesso de protecionismo, o que está patente na carta dos
jurados, que atuaram no festival de Parintins este ano é porque, daqui a pouco, não vamos poder
colocar como representando esses personagens nem mesmo pessoas NEGRAS.
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Pois
pessoas como as que atuaram como jurados em Parintins, podem alegar que estamos
discriminando a raça, ao liberarmos suas participações apenas representando
Negros Escravos. Já pensou!
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Daqui
a pouco não vamos mais poder utilizar pessoas não índias (co0mo0 acontece
hoje), dançando nas tribos que se apresentam na brincadeira de Boi Bumbá. Já
pensou!
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Em
minha opinião não podemos de maneira alguma, discriminar seja qualquer etnia,
porém, também não podemos mutilar uma brincadeira folclórica, apenas por que
algumas pessoas (radicais), acham que estamos discriminando essa ou aquela
etnia.
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Nada
disso. É preciso que essas pessoas também respeitem a tradição popular de um
povo. Essa é a essência do folclore.
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Folclore é o conjunto de costumes,
lendas, provérbios, manifestações artísticas em geral, preservado por um povo
ou grupo populacional, por meio da tradição oral; populário.
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Folclore é a ciência das tradições,
dos usos e da arte popular de um país ou região; demologia, demopsicologia,
populário.
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Vamos
para a discussão do Regulamento que vai reger as apresentações dos Bois Bumbás
de Porto Velho na 38ª Mostra de Quadrilhas e Bois Bumbás – Arraial Flor do
Maracujá.
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