Antigamente,
quando as tradições do nosso povo eram mais respeitadas, no dia de
hoje 23 de junho, véspera do dia de São João, a cidade “ardia”
com tanta fogueira. Os bois bumbás desfilavam pelas ruas, rumo as
residências dos chamados “categas” onde se apresentavam, em
troca de pagamento de cachê,
********
Geralmente
os “categas” montavam um arraialzinho e convidavam os mais
chegados para apreciar, além das danças folclóricas, as iguarias
regionais tipo munguzá, bolo de macaxeira, aluá de milho, quentão,
pato no tucupi e vatapá, enquanto a juventude brincava de passar
fogueira de compadre e comadre, padrinho e madrinha e até namorado e
namorada.
********
Os
donos da casa contratavam um trio de forró com Sanfona, Zabumba e
Triângulo para animar a festa após a apresentação do boi bumbá.
Isso acontecia em muitas casas. Como já disse os “categas” mais
famosos em promover esse tipo de encontro era: O seringalista Paiva
(pai do Chiquito e do Janjão), Pedrinho do Bar do Canto, Teodorino
Torquato Dias dono da Casa Saudade, Mourão Paulo e irmãos
proprietários do Armazém Tico Tico, Girão José Machado dono da
Casa Girão, José Oceano Alves, Tufy Matny isso entre os
comerciantes.
********
Tinham
os “categas” do bairro Caiari que também promoviam seus arraiais
e contratavam grupo de bois bumbás para dançar.
********
O
interessante era a maneira de como essas pessoas, pagavam o cachê do
grupo. Era assim: Durante a apresentação do boi bumbá se realizava
o ritual do Auto do Boi que consiste no desejo de Catirina em comer a
língua do boi e esse desejo é atendido pelo seu marido Pai
Francisco (Nego Chico), que mata o boi e depois acusa seu compadre
Cazumbá. O Amo do Boi convoca então os vaqueiros e rapazes para
prenderem os dois “Nego” Escravos e estes alegam que os “Negos”
Véios eram muito valente e então o Amo manda chamar o Diretor
(Tuxaua) dos Índios que com seus cabos prende Nego Chico e Cazumbá
junto com Catirina e Mãe Maria. Nessas alturas Nego Chico tira a
língua do boi e oferece ao dono da casa que a compra por um valor
previamente combinado. Assim era pago o cachê do Boi Bumbá naquele
tempo.
********
Não
falei em quadrilha junina, porque as apresentações desses grupos,
aconteciam em sua maioria na quadra dos colégios. Naquele tempo a
brincadeira mais valorizada era a de Boi Bumbá.
********
Hoje
os grupos folclóricos, tanto de Boi Bumbá como de Quadrilha, passam
por dificuldades para confeccionarem suas indumentárias, para se
apresentar no Arraial Flor do Maracujá.
*********
Ha
alguns anos, o governo estadual e o governo municipal não destinam
recursos para os grupos investirem em suas apresentações, no
Arraial Oficial.
*********
Aqui
temos que abrir um parêntese, para elogiar a atitude dos dirigentes
da empresa MARQUISE que desde o ano passado, vêm colaborando com os
grupos folclóricos de Porto Velho, destinando recursos para estes
adquirirem suas fantasias.
*********
A
MARQUISE segundo seus dirigentes, entende que o investimento em
cultura, é fundamental para a preservação da tradição de um
povo. Talvez por ser uma empresa nascida em Fortaleza (CE), onde o
folclore é valorizado, a Marquise vem colaborando com nossos grupos
de Bois e Quadrilhas.
********
Segundo
a direção da Federação de Grupos Folclóricos de Rondônia –
Federon a Marquise já se comprometeu, a repassar para os grupos
folclóricos que irão se apresentar na XXXVII Mostra de Quadrilhas e
Bois Bumbás – Arraial Flor do Maracujá o valor de R$ 200 MIL
*******
Tanto
o governador Daniel como o prefeito Hildon estão empenhados em
conseguir juntos a outras empresas, mais recursos para nossos grupos
folclóricos. Tudo indica que eles vão conseguir.
*******
E
Viva
São João!
Nenhum comentário:
Postar um comentário