Apesar de estarmos na Semana
Santa à programação musical do Mercado Cultural continua normalmente na noite
desta quarta feira.
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Na realidade, nos dias de
hoje o povo só guarda mesmo a Sexta Feira Santa. E olhe lá!
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De acordo com a “evolução”
da cidade os costumes vão sendo alterados.
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Assim acontece em Porto
Velho. Antigamente a Semana Santa era guardada com maior rigor, os fiéis
lotavam as igrejas católicas, participando da Via Sacra ou adorando o Senhor.
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Era o dia todo, as
irmandades do Sagrado Coração de Jesus, Filhas de Maria, Nossa Senhora das
Dores, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Nossa Senhora do Carmo além dos
Marianos, se revezavam na coordenação da vigílias e na decoração da “nave”,
para as liturgias do Lava Pés, Eucaristia e Procissões que naquele tempo
aconteciam na quarta feira e na sexta feira. A quinta feira sempre foi
reservada para a liturgia do Lava Pés.
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O negócio era tão levado a
sério, que durante a quaresma não se comia carne vermelha as quartas e sextas
feiras, era só peixe ou galinha.
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Hoje, em virtude do
progresso, praticamente tudo mudou, a Semana Santa de Santa só tem a Sexta
Feira.
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Hoje a maior preocupação da
família é com o OVO DE PÁSCOA o negócio agora é consumir chocolate no domingo
de Páscoa.
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Até o sábado de Aleluia já
não tem o glamour de antigamente, pois, até a brincadeira de “Malhar o Judas”
está desaparecendo.
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O maior movimento durante a
Semana Santa no tempo dos “meninos”, Anizinho Gorayeb e do Lúcio Guzman era ir para
a catedral todas as noites, paquerar a moças que acompanhavam as mães durante a
Via Sacra, o pátio da igreja matriz ficava literalmente lotado.
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No Cine Brasil o filme
“Paixão e Morte de Jesus Cristo” mudo, era exibido em várias sessões. A fila
dava volta no quarteirão formado pelas ruas sete de Setembro, José de Alencar,
Henrique Dias e Presidente Dutra. O porteiro “Nego Gildo” se via aperreado com
tanta gente querendo furar a fila.
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Nenhuma casa noturna abria,
principalmente nas noites de quina e sexta feira Santa. As prostitutas que
moravam nas “pensões” da Anita, Maria Eunice, Mãe Preta, Madame Elvira,
Tambaqui de Ouro e Adelicia, não trabalhavam nesses dias e sexta feira, a
maioria acompanhava a Procissão do Senhor Morto, sob os olhares reprovadores
das madames esposas dos categas, e admirados pelas moças internas do colégio
Maria Auxiliadora e desejadas pelos internos do colégio Dom Bosco.
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A gurizada aproveitava para
aprontar durante a Semana Santa, pois, os pais tinham medo de castigá-las
porque era Semana Santa e a turma aproveitava.
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A forra dos pais era no
sábado de Aleluia. Geralmente os pais ameaçavam os filhos durante a Semana
Santa. “Apronta que você vai romper o Aleluia no cinturão”.
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Nem se falava em Ovo de
Chocolate, a grande disputa era saber qual a receita que a “vizinha” ia
preparar na sexta feira. Bacalhau, pirarucu ao leite de castanha ou de casaca, costela
de tambaqui frita, jatuarana assada na folha da bananeira, caldeirada de
filhote, surubim ao molho, naquele tempo pouca gente consumia o peixe Dourado,
pois para os portovelhenses da época, era peixe de terceira.
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A gente ficava esperando a
meia noite de sexta feira Santa, para correr para a Taba do Cacique. Era isso
mesmo, todas as casas noturna da época, só abriam as portas após a meia noite
de sexta feira Santa, porque já era o sábado de Aleluia.
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Se eu fosse o Chagas Neto
colocaria essa Lenha na Fogueira na página do face book “Saudosismo
Portovelhense” que no dia 10 de abril completa um ano de lembranças da nossa
cidade.
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Por falar em festa. O bicho
tá pegando entre os promotores da Seresta Cultural e da Fina Flor do Samba e os
proprietários dos bares que funcionam no Mercado Cultural.
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Como os proprietários dos
dois bares não concordam em ajudar no pagamento da aparelhagem de som e parte
do cachê dos artistas. Heitor e Ernesto firmaram parceria com uma distribuidora
de bebida e aí o negócio anda pegando.
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Começou na semana passada a
pendenga, esta semana o negócio deve ser mais calmo porque a Fina Flor não vai
acontecer em virtude da sexta feira Santa, mas, pra semana pode anotar que o bicho
vai pegar. Semana passada mostrou que os ânimos não andam muito bons pro lado
dos interessados. Vamos aguardar o próximo round!
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Quanto ao Forró, tá tudo em
paz entre o Tonhão, dona Vera e dona Almira.
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Acho que a Funcultural deve
intervir nessa pendenga entre os artistas e as proprietárias dos bares do
Mercado Cultural.
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Vamos forrorear com a
banda do Tonhão hoje à noite cambada!
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