PROMOTORES DE EVENTO QUEREM O FIM DA LEI 190
O vereador Everaldo Fogaça ressaltou que vai lutar pela
aprovação de uma Nova Lei de Grandes Eventos,
A
opinião é unânime, inclusive por parte da Prefeitura: A Lei Complementar 190,
que regulamenta os grandes eventos de Porto Velho, precisa ser reformulada,
pois só atende a princípios capitalistas e não de fomento à cultura. A
aplicação da Lei foi tema de uma audiência na tarde desta segunda-feira (11),
na Câmara Municipal de Vereadores e foi proposta pelo vereador Everaldo Fogaça
(PTB).
A
reunião contou com a presença de jornalistas, Prefeitura Municipal, promotores
de eventos e vários dirigentes carnavalescos, um dos segmentos que mais sofrem
com a aplicação da Lei. Bitributação, cobrança de taxas abusivas, interferência
extrema de órgãos nas ações culturais do município, foram algumas das situações
denunciadas na audiência que ocorrem por causa dessa Lei.
Pela
parte do município, a Semfaz – Secretaria Municipal de Fazenda e a Semtran –
Secretaria Municipal de Trânsito – foram apontadas como as vilãs dos grandes
eventos da capital. Por conta da Lei, as duas secretarias ganharam muitos
poderes e foram responsáveis diretas pelo engessamento dessas atividades. A
interferência da Polícia Militar e dos Bombeiros também foi alvo de críticas.
“Quem mandou esse ano no carnaval foi a Semtran”, disse o carnavalesco e
jornalista Silvio Santos. Por outro lado, a própria presidente da Fundação
Cultural disse que passou por constrangimento ao autorizar a folia do Carnaleste,
mas foi simplesmente ignorada pela Polícia Militar que deu ordens para que o
trio elétrico não saísse da concentração. O advogado Ernandes Segismundo
classificou a Lei como Mastodôntica e se colocou à disposição da Fundação
Iaripuna em elaborar uma nova Lei Municipal de grandes eventos com base nos
artigos 215 e 216 da Constituição Federal e que atenda realmente ao fomento da
cultura. “Essa Lei 190 não serve para a nossa cultura”, defendeu. Segismundo,
que já foi ex-presidente da Uniblocos de Porto Velho, elogiou a iniciativa do
vereador Everaldo Fogaça na proposição de uma audiência para a discussão da
cultura. “São raros os parlamentos que se dispõe a discutir o segmento. A
propositura é oportuna e estamos em um momento raro onde poderemos mudar essa
questão cultural”, ressaltou.
A
maioria dos dirigentes carnavalescos presentes à sessão disse que além da
tributação excessiva e intervenção sistemática de órgãos estranhos ao carnaval,
há ainda a burocracia. Segundo ele, enquanto no Rio de Janeiro, que possui 495
blocos carnavalescos a Prefeitura pede 4 documentos, em Porto Velho, se pede
mais de trinta. “Que tipo de fiscalização, por exemplo, de uma Delegacia de
Jogos e Diversões é realizada em um desfile de carnaval?”, questionou.
A Câmara deverá criar em breve uma comissão temática sobre
cultura, segundo o presidente Alan Queiroz (PSDB).
Ao ter o uso da palavra, o vereador Everaldo Fogaça ressaltou que vai lutar
pela aprovação de uma Nova Lei de Grandes Eventos, mas deixou claro que vai
exigir, em primeiro lugar, que haja sempre a manutenção
da segurança em todos os eventos. “A gente sabe que a lei está fora da nossa
realidade, mas não vamos a pretexto disso aprovar outra Lei que seja negligente
com a segurança do público”, finalizou. Dentre os convidados estavam presentes
à reunião, a presidente da Iaripuna – Jória Batista. Não compareceram à reunião
representantes do Ministério Público, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.
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