O documentário “A Ferrovia
do Diabo” exibido na primeira noite do Festcineamazônia no teatro Banzeiros, é
uma peça que bem poderia servir de parâmetro para que o povo do estado de
Rondônia ajuizasse uma ação, contra o governo federal, pelo Crime cometido, com
a desativação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e o sucateamento de
praticamente todo seu acervo.
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Foi e é um Crime contra o
Patrimônio histórico, financeiro, sentimental e social cometido pelo governo
federal e executado pelas forças armadas através o 5º Batalhão de Engenharia e
Construção.
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Realizado em 1981 justamente
quando o governo estadual após realizar um grande Seminário, que aconteceu nas
dependências da Oficina da EFMM com entrada pela Rotunda, reativou a viagem do
Trem entre Porto Velho e Santo Antônio.
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O diretor João Batista de
Andrade retrata justamente o sentimento dos ferroviários e do povo de Porto
Velho, Guajará e Guayaramerim, sobre o quanto a desativação da ferrovia afetou
suas vidas.
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Realizado a menos de dez
anos após a desativação, o documentário apesar da precariedade da qualidade da
imagem, é de vital importância para a história de Rondônia e deve o mais
urgente possível, ter cópias adquiridas pelo governo estadual para fazer parte
do acervo do museu da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.
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Quando escrevi no inicio
dessa coluna, que o filme pode muito bem servir como testemunha num processo
judicial, impetrado pelo povo de Rondônia contra o governo federal, não estou
brincando não.
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O estado de Rondônia merece
ser indenizado pelos danos causados, primeiro com a desativação das viagens do
trem de Porto Velho a Guajará Mirim. Depois pelo sucateamento das composições
ferroviárias e suas peças.
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E ainda pelo grande prejuízo
causado aos colonos que tinham suas plantações e delas dependiam para a
sobrevivência de seus familiares ao longo dos 366 km de ferrovia. E ainda pelo
prejuízo sentimental causado aos ferroviários que trabalharam na empresa
Madeira Mamoré.
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No filme do João Batista o
que mais se ver, são “velhos” ferroviários chorando de saudade ao ver o trem
apitando novamente e trafegando pelo menos até Santo Antônio.
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São depoimentos que nos
deixam emocionados e que podem ser utilizados como testemunhos do Crime
cometido contra o povo de Rondônia.
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Vamos consular o Dr. Ricardo
Leite pra ver se cabe uma ação judicial de indenização a favor do estado de
Rondônia e contra o governo federal.
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É claro que não estamos
sonhando com a reativação total da ferrovia, mas, de alguns trechos, como de
Porto Velho a Santo Antônio e quem sabe até Teotônio; de Guajará Mirim ao Iata
e outro trecho em Vila Murtinho. Abunã também merece atenção especial assim
como Jacy Paraná.
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Além da recuperação desses
trechos que podem ser explorados como atração turística, o governo federal se
obrigaria a indenizar o estado de Rondônia com valores relativos aos que foram
pagos a empresa de Farquar pela a construção da ferrovia. É claro que esses
valores devem ser corrigidos.
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É sonho, não temos dúvidas,
mas que podem muito bem ser transformado em realidade depende apenas de uma boa
banca de advogados.
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Depois dessa, só embarcando
na viagem espetacular que nos foi proporcionada pelo compositor José Miguel Wisnik
durante o show “Nas Palavras das Canções”.
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Miguel Wisnik como se diz na
gíria musical, colocou o público no bolso e então cantou, tocou e declamou de
uma maneira tão envolvente, que se tivesse disposição e aguentasse poderia ter
amanhecido o dia, que o público ainda pediria mais.
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José Miguel Wisnik não é um
simples compositor musicista, que coloca música em poemas e nem tão pouco um
simples poeta que coloca poesia na música. Ele é música, poesia e poemas
musicados assim como pode ser considerado um contador de histórias através dos
versos de uma música super elaborada, que agrada a todos os públicos.
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O show do Wisnik é daqueles
que não cansa, é daqueles que sempre deveriam ser apresentado.
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Aliás, seria ótimo, se a
produção do Festcineamazônia, nos proporcionasse novamente o espetáculo que é o
show aula do José Miguel Winisk.
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Por falar em cinema o
Festcineamazônia prossegue no dia de hoje com exibições de filmes por tudo
quanto é canto, em especial no teatro Banzeiros!
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