A comunidade negra do Vale do Guaporé
principalmente a que reside nos distritos de Santo Antônio e Pedras Negras em
Costa Marques, não reverenciam como os demais negros brasileiros, a figura de
Zumbi, para eles os heróis são José Piolho e a “Rainha” Tereza de Benguela, que
apesar de hoje serem motivos de vários artigos acadêmicos e publicações, não
são reverenciados como deveriam pelo governo rondoniense e mato-grossense.
Nesse dia consagrado a Consciência Negra bem que o governo estadual deveria ter
programado algum evento para aquelas comunidades remanescentes quilombolas. E
quem foi Tereza de Benguela?
Teresa de Benguela foi a mulher de José Piolho, que
chefiava o Quilombo do Quariterê, na região do Vale Guaporé, que ficava próximo
à fronteira de Mato Grosso com a Bolívia. Sob a liderança da Rainha Teresa, a
comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas,
sobrevivendo até 1770. (Zumbi morreu em 20 de novembro de1695)
A Rainha Teresa comandou a estrutura política,
econômica e administrativa do Quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas
trocadas com os brancos ou resgatadas das vilas próximas.
Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade
negra que lá se refugiava eram transformados em instrumento de trabalho, visto
que dominavam o uso da forja. O Quilombo do Quariterê, além do parlamento e de
um conselheiro para a rainha, desenvolvia agricultura de algodão e possuía
teares onde se fabricavam tecidos que eram comercializados fora dos quilombos,
como também os alimentos. Tereza de Benguela foi enredo da escola de samba
Unidos do Viradouro (RJ) em 1994 e Falcões do Planalto de Rolim de Moura RO (em
2012).
Precisamos reverenciar nosso heróis!
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