A Última
Entrevista do Seu Euro Tourinho.
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No dia
12 deste mês, participei a convite da equipe de alunos de jornalismo da Uniron,
responsável pela edição do E-book com a história do jornalismo em Rondônia,
escalada para escrever sobre seu Euro: “Euro Tourinho – Pelos Olhos do Alto Madeira”.
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Acontece
que há alguns meses, os jovens estudantes vinham tentando entrevistar o decano
do jornalismo regional e em virtude do seu estado de saúde não conseguia, até
que no dia 11 conseguiram autorização da família para executar a entrevista.
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Como
eu havia gravado com a equipe, contando sobre o que sabia a respeito da
trajetória do jornalista, que fez história escrevendo a Coluna Social Eurly nos
anos 1950/60, já que fui Office boy do jornal Alto Madeira justamente, quando
seu Euro estava começando a carreira jornalística fui convidado a acompanhar a
entrevista.
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Por
volta das 9 horas, do dia 12 deste mês de novembro, cheguei à sede do Jornal Alto
Madeira a rua Imigrantes e lá encontrei a equipe de estudantes integrada pelos
alunos Tamara Lima, Carlos Sabino, Manoel Victor Maciel, Nelson Maciel, Giuliana
Miranda e Camile Buzzi e o jornalista economista Silvio Persivo, o fotografo
Rosinaldo Machado e o irmão do seu Euro Manoel Tourinho.
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Câmeras
e microfones instalados. Antes de a turma começar a fazer as perguntas, Manoel
Tourinho recomendou paciência “pois o Euro não está muito bem”.
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As
perguntas como não poderia deixar de ser, começaram pela trajetória do menino
que chegou com seus pais em nossa região, pelo Vale do Guaporé e foi estudar em
Manaus onde conheceu dona Maria Kang com quem se casou.
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“O
pai da Maria tinha um restaurante e meu
pai o nomeou meu tutor, era ele quem recebia a mesada enviada para mim e por
isso, sempre ia ao seu estabelecimento e ali, via aquela chinesinha bonita por
quem me apaixonei e casei”.
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As
histórias foram sendo lembradas e a turma estava extasiada assim como eu, com a
memória do seu Euro que aos 97 anos de idade, lembrava-se dos mínimos detalhes
de casos que aconteceram a dezenas de anos.
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Em determinado
momento perguntaram: Como o senhor conheceu o Silvio Santos – Zekatraca? – “Ele
era o menino que varria o jornal, além de fazer os recados do tipo, ir ao
Correio levar e buscar correspondência entre outros afazeres, além de ser o entregador
dos jornais dos assinantes de manhazinha”.
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Os
jovens e ninguém que se encontrava no ambiente, notaram, mas, por dentro, me
senti a pessoa mais privilegiada desse mundo, pela lembrança do seu Euro sobre
minha passagem pelo jornal Alto Madeira entre os anos de 1958/1960. Chamei o
fotografo Rosinaldo Machado de lado e falei: Sem dúvida, ele alcançara os Cem Anos
de Vida.
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Minha
profecia não deu certo. Segunda feira dia 25, quando estava escrevendo a Lenha
na Fogueira, recebo a notícia de que seu Euro havia sido internado no hospital
9 de julho e o quadro não era animador. Mais tarde, quando já havia distribuído
a Coluna, veio a noticia do seu falecimento.
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Lembrei-me
da turma responsável em editar o E-book com sua história e falei: “Graças
a Deus, tive o privilegio de participar da última entrevista concedida pelo seu Euro Tourinho”.
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Obrigado
equipe de alunos da Uniron orientada pelos professores de jornalismo Benedito
Teles, Iule Vargas e José Gadelha.
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Euro
sempre foi Euro em todos os lugares. Descansa em Paz, Mestre dos Mestres do
jornalismo da região Norte!
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