Autor: Sílvio M. Santos
Nesta edição
damos continuidade às histórias que fazem parte do livro de minha autoria, que
está prontinho para ser publicado, “PORTO,
VELHO PORTO – HISTÓRIA DA CIDADE ONDE NASCI E VIVO”.
São histórias
que pesquisei em publicações de vários autores que se preocuparam com a nossa
história como Esron Menezes, Amizael Silva, Abnael Machado de Lima, Yedda
Bozarcov, Manoel Rodrigues, Hugo Ferreira e em especial do meu amigo professor
Francisco Matias, porém, a maioria das histórias relatam fatos vividos por mim,
já que apesar de ter nascido no Distrito de São Carlos, vivi minha infância,
adolescência e vivo até hoje, em Porto Velho.
Muitas das histórias que os amigos tomarão conhecimento a partir
de hoje, são exclusivas, pois foram vividas por mim, como é o caso do “Trem da
Feira” e muitas outras. Infelizmente pelas normas acadêmicas, meu livro não
pode ser considerado como de História, porém, as histórias nele contidas podemos
garantir, a maioria. foram vividas por mim e as demais, fruto de dias e dias de
pesquisas.
Se você
empresário editor, se interessar em produzir o meu Livro, entre em contato
através do celular: (69) 9 9302-1960
O TREM DA
FEIRA
A Feira era abastecida pelo Trem da Feira da EFMM |
Porto Velho cidade que nasceu graças à
construção da ferrovia, tão logo passou a categoria de município em 1914, foi agraciada com a construção do Mercado
Municipal e também passou a contar com as famosas feiras livres.
A primeira feira livre de Porto Velho foi
montada justamente onde hoje é a Praça Getúlio Vargas em frente ao prédio onde
até bem pouco tempo funcionava como Palácio Presidente Vargas sede do governo
de Rondônia e hoje abriga o Museu da Memória Rondoniense.
Foi nessa feira, que juntamente com minha mãe,
passamos a trabalhar como vendedor de SACO que era feito com as folhas de saco
de cimento enquanto minha mãe dona Inez Macêdo mantinha uma “BANCA” de venda de
comida isso no ano de1951.
Assim que o Palácio Presidente Vargas foi
inaugurado, a feira foi transferida para o local onde hoje fica a Rua Euclides
da Cunha (na época Rua do Coqueiro) no espaço entre o Clube Ferroviário (na
época era o Clube Internacional) e a Ceron (na época Usina do Salft). Em 1958 o
governador Ênio dos Santos Pinheiro inaugurou a Feira Livre com o nome de
“Feira Modelo” num galpão construído onde hoje é o Mercado Central na Rua Fraquear.
Nossa casa ficava exatamente ali, onde existe
uma parada de ônibus em frente ao Mercado Central. Por detrás do nosso quintal,
toda quinta feira, estacionava o TREM da FEIRA. O Trem da Feira trazia produtos
dos agricultores que moravam do KM 25 – Teotônio, até Porto Velho, os produtos
eram Farinha, Feijão, Arroz, Banana, Carvão, frutas de um modo geral, Milho e
muitos outros.
O Trem da Feira era fonte de renda não só para
os ferroviários e agricultores, mas, para uma gama considerável da sociedade
como carroceiros, carregadores, atravessadores, vendedores ambulantes, além é
claro, de beneficiar o comércio, já que os agricultores com o apurado com a
venda de seus produtos, compravam no comercio de Porto Velho.
O Trem da Feira fazia a viagem de volta no
sábado pela manhã. Com a desativação da Madeira Mamoré as colônias que existiam
ao longo da ferrovia de Porto Velho a Teotônio deixaram de existir. Vale
salientar que Teotônio era o maior produtor de farinha de mandioca de Rondônia.
Quem viveu aquele tempo, com certeza lembra da Farinha do “seu” Jorge Alagoas.
A LANCHA
DO BERADÃO
Assim como a Madeira Mamoré mantinha Trem da Feira,
o governo do Território Federal do Guaporé/Rondônia colocava a disposição dos ribeirinhos
que mantinham propriedades entre Porto Velho e São Carlos, a famosa "Lancha
do Beradão” administrada pelo Serviço de Navegação do Madeira – SNM.
A Lancha do Beradão saia do Porto do SNM que
depois passou a ser denominado de ENARO, quinta feira a tarde e na Sexta Feira,
carregada com os produtos dos agricultores do Baixo Madeira (de São Carlos a
Porto Velho), atracava por volta do meio dia em Porto Velho e os produtos como
Macaxeira, Banana, Açaí, Bacaba, Peixe Salgado, caça como paca etc. além de
farinha, milho e feijão verde.
A Lancha do Beradão retornava com os ribeirinhos
sábado, após o meio dia. Vale salientar que o frete era grátis.
PORTO
VELHO HOTEL
O Prédio do Porto Velho Hotel (hoje UNIR –
Centro) foi projetado pelo arquiteto Leogrin de Vasconcelos Chaves, do Rio de
Janeiro que o projetou com linhas sóbrias e graciosas em estilo neocolonial.
O inicio de sua construção data de 1.948, no governo de Joaquim
Araújo Lima. Seu término aconteceu em 1.953 no governo de Jesus Bulamarque
Hosana. A firma Belmiro Galloti foi quem assumiu a empreitada pela construção e
na época o Diretor de Obras (hoje seria secretário) era o arquiteto Leonardo R.
Carvalho que supervisionou a obra, auxiliado pelo engenheiro Carlos Sales.
O historiador Antônio Cantanhede escreve: “Trata-se de edifício de grande porte que terá 30 quartos e 20 apartamentos, além de salões e diversos serviços”. E acrescenta “a área coberta, é de 1.780m2”.
O historiador Antônio Cantanhede escreve: “Trata-se de edifício de grande porte que terá 30 quartos e 20 apartamentos, além de salões e diversos serviços”. E acrescenta “a área coberta, é de 1.780m2”.
O prédio foi inaugurado no dia 20 de janeiro de
1.953, ‘às 10 horas e 30 minutos, com a presença do governador do Acre, João
Kubitschek, convidado especial do governador Hosana para descerrar a fita com
as cores nacionais. Às 22 horas, o salão abriu-se para uma noite de gala.
“Foi um baile suntuoso, com smoking e longuinho” escreve Yedda Borzacov.
Com a construção do Porto Velho Hotel o governo
do Território Federal do Guaporé preencheu uma grande deficiência existente na
cidade; a ausência de hotéis. Naquela época, só existia o Hotel Brasil, casarão
de madeira construído pela administração da EFMM, em uma área que se
localizaria hoje entre as ruas Henrique Dias e José do Patrocínio, em frente ao
Memorial Jorge Teixeira e a residência do comandante do 5º BEC.
O governo do Território, proprietário do Porto
Velho Hotel, para fazê-lo funcionar, arrendava-o a pessoas de sua escolha.
Assim, foram arrendatários: Senhor Henrique Valente, no período de 1953 a 1961;
Senhor Abelardo Townes de Castro, no período de 1962 a 1963 e Senhora Nilce
Guimarães, no período de 1964 a 1969.
Não se conhecia a figura do gerente, a não ser no governo do Major José Campedelli, em que foi nomeado Carlos Augusto Halói para administrar ou gerenciar o estabelecimento.
Não se conhecia a figura do gerente, a não ser no governo do Major José Campedelli, em que foi nomeado Carlos Augusto Halói para administrar ou gerenciar o estabelecimento.
Quando o hóspede era oficial, o governo assumia
a despesa com uma porcentagem de abatimento, conforme constava no contrato de
arrendamento.
Quando se falava em Porto Velho Hotel, sentia-se o sabor de elite social. Hospedava-se ali a classe média, pessoas tais como; políticos, autoridades vindas de outras unidades da Federação, empresários, engenheiros construtores da BR-29 (hoje 364); visitantes turistas, viajantes, etc.
Quando se falava em Porto Velho Hotel, sentia-se o sabor de elite social. Hospedava-se ali a classe média, pessoas tais como; políticos, autoridades vindas de outras unidades da Federação, empresários, engenheiros construtores da BR-29 (hoje 364); visitantes turistas, viajantes, etc.
Era uma clientela distinta. Pode-se afirmar que
era um hotel com certo luxo. Ali se reuniam as personalidades da cidade.
O Porto Velho Hotel também preencheu uma lacuna grande na vida social da cidade, consternada com a demolição do Clube Internacional, situado onde hoje é o clube Ferroviário, na Av. 7 de Setembro.
Nos seus salões realizaram-se muitos bailes elegantes. Funcionava o requintado bar “Abunã” e uma boate denominada “Urucumacuã”.
No governo do Cel. João Carlos Mader, em 1965, houve a elaboração de projeto que alterava a estrutura arquitetônica do prédio, acrescentando-lhe mais um pavimento. Ao ser informado do fato, o arquiteto José Otino de Freitas protestou veementemente. Felizmente foi atendido.
O Porto Velho Hotel também preencheu uma lacuna grande na vida social da cidade, consternada com a demolição do Clube Internacional, situado onde hoje é o clube Ferroviário, na Av. 7 de Setembro.
Nos seus salões realizaram-se muitos bailes elegantes. Funcionava o requintado bar “Abunã” e uma boate denominada “Urucumacuã”.
No governo do Cel. João Carlos Mader, em 1965, houve a elaboração de projeto que alterava a estrutura arquitetônica do prédio, acrescentando-lhe mais um pavimento. Ao ser informado do fato, o arquiteto José Otino de Freitas protestou veementemente. Felizmente foi atendido.
O Porto Velho Hotel foi desativado no segundo
governo do Cel. Carlos Marques Henrique em 1974, considerando que sua
existência já não mais tinha razão de ser, pois surgira os Hotéis Vitória;
Selton Hotel e Floresta Hotel.
Em 1975, durante o governo do Cel. Humberto da
Silva Guedes, o prédio sofreu uma reforma para sediar o “Palácio das
Secretarias” e, em 1979, no inicio do governo Jorge Teixeira – Teixeirão abrigou
algumas secretarias até a inauguração do que ficou conhecido como “Esplanada
das Secretarias”, no espaço onde hoje
funciona o CPA – Palácio Rio Madeira.
Mais tarde acolheu a FUNDACENTRO, que se
transformou na Fundação Universidade de Rondônia - UNIR, implantada por Euro
Tourinho Filho, seu 1º Reitor e Raymundo Nonato Castro, seu 1º Vice-Reitor.
Na década de 1970 funcionou a famosa “Varanda Tropical do Porto Velho” e foi justamente na Varanda Tropical que o conjunto Bossa Nova integrado pelo Ricardo (bateria), Bainha, Cabeleira e Leônidas (percussão); João Henrique - Manga Rosa (sax e flauta), Paulo Santos (violão) e Dinoel (guitarra), ficou conhecido pelo público de Porto Velho.
Na década de 1970 funcionou a famosa “Varanda Tropical do Porto Velho” e foi justamente na Varanda Tropical que o conjunto Bossa Nova integrado pelo Ricardo (bateria), Bainha, Cabeleira e Leônidas (percussão); João Henrique - Manga Rosa (sax e flauta), Paulo Santos (violão) e Dinoel (guitarra), ficou conhecido pelo público de Porto Velho.
Hoje é a sede da reitoria da Fundação Universidade Federal de Rondônia -
UNIR
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