De como a Beth Carvalho falecida
no último dia 30 de abril, no Rio de Janeiro, influenciou na minha vida como
compositor de samba. Foi assim:
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No carnaval de 1966 o grande
sucesso foi o samba tema do Bloco Cacique de Ramos do Rio de Janeiro gravado
pela Beth Carvalho intitulado “Água na Boca” cujo refrão levantava até moribundo.
“La la la ia lala, laia laia, lala laia Hê (Bis).
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Eu havia feito e 1960, uma marchinha carnavalesca e
nunca mais tinha feito nenhuma música. Assim que terminou o carnaval de 1966, o
Zé Carlos Lobo – Tucano, um dos fundadores da escola de samba Os Pobres do
Caiari, passou a me instigar a compor uma samba, com um refrão parecido com o
do Água na Boca e eu que nunca havia composto um samba, quando via o Zé Carlos
até me escondia, para que ele não visse me perturbar com esse negócio de fazer
um samba parecido com o do Cacique de Ramos.
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Não teve jeito, certa vez nos encontramos ao lado da
Catedral do Sagrado Coração de Jesus e conversa vai conversa vem, ele voltou a
insistir que eu fizesse um samba com o refrão no estilo daquele cantado pela
Beth Carnaval.
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Me aperreou tanto, que fomos para o Bar do Canto e
ali nasceu o Samba “Rondônia Futuro do Brasil” que de carnavalesco mesmo só
tinha o refrão, realmente parecido com o do Água na Boca.
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Zé Carlos gravou a música e levou a Mestre da Banda
de Música da Guarda Territorial conhecido como Mestre Louro para que ele
fizesse o arranjo do samba.
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Chegou o carnaval de1977 e mais uma vez, após
ingerirmos umas batidas de Amendoim no Bar do "Suruca", que ficava ao
lado do Bancrévea Clube na esquina da Campos Sales com a Carlos Gomes e após a
meia noite, resolvemos ir brincar carnaval no Bancrévea Clube. A orquestra Jaz
Brasil tinha justamente o Mestre Louro como trompetista, Manga Rosa no trombone
de vara, João Miguel no sax, Adamor na bateria, Valdemar no banjo e seu Wilson
no pandeiro.
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Não sei se o Mestre Louro viu a gente entrando no
clube ou foi mera coincidência. Pois quando pisamos no batente do portão de
entrada do clube, o Jaz Brasil atacou os acordes do refrão do nosso samba.
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Até hoje jamais senti emoção igual. Nos abraçamos eu
e o Zé Carlos Lobo chorando emocionado por ter nosso samba tocado no clube mais
chic da cidade, o Bancrévea Clube.
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Pois é, graças à gravação do samba Água na Boca para
o carnaval de 1966 por Beth Carvalho, passamos a ser compositor de samba, fato
que acontece até nos dias de hoje.
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Quer dizer,
sem querer, a Beth Carvalho também é Madrinha do Samba de raiz de Porto Velho e
em especial, desse amigo que vos escreve essas mal traçadas linhas.
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Por falar nisso, no próximo
sábado estaremos nos apresentando no Projeto Samba Autoral cantando algumas composições
de nossa autoria.
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Não tenho dúvida de que a
turma do Asfaltão coordenadora do Samba Autoral, vai nos orientar a prestar
homenagem a Beth Carvalho, interpretando algumas de suas canções.
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Se isso acontecer, cantarei
o samba “Água na Boca” aquele que me inspirou a compor meu primeiro samba.
Vamos lá amigos sambistas, prestigiar os nossos autores.
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Sem sombra de dúvida, o
samba de Porto Velho conta com uma ala de compositores do melhores do Brasil.
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Vai sábado ao Samba Autoral
conferir, Waldison Pinheiro, Makumbinha, Mávilo Melo, Piaba, Toninho Tavernard,
Oscar Knightz, Zé Baixinho, Bainha, Silvio Santos, Ernesto Melo, Walber do
Cavaco, As Pastoras Silvia, Vanilce, Vilma, Léia e Cristina entre outros.
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Só para lembrar. Hoje tem seresta
no Mercado Cultural com Ciro Rodrigues e Zezinho dos Teclados e convidados. A
roda musical começa as 19h30 e entrada é franca.
Um comentário:
Esqueceu de citar o inoxidável Carlinhos Maracanã, também conhecido como Maraca a entidade cultural de Rondônia.
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