A Mangueira deu uma aula de
história na Sapucaí, na madrugada Da última terça-feira (5) sagrando-se campeã
com 270 pontos.
Foi uma história alternativa, com
destaque para heróis da resistência negros e índios em vez dos personagens
tradicionais das páginas de livros escolares.
O segundo carro apresentou uma
releitura do Monumento às Bandeiras, em São Paulo. A obra apareceu manchada de
sangue, em referência à forma violenta com a qual os bandeirantes exploravam o
Brasil.
Uma ala com passistas, a bateria
e outras partes do desfile deram destaque às rebeliões e fugas de escravos
Com 3500 componentes, a escola
verde e rosa apresentou heróis como o guerreiro Sepé Tiaraju, que tentou evitar
o massacre dos Guaranis pelas tropas de Portugal e da Espanha.
O enredo “História pra ninar gente grande”
foi assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira e contado em 24 alas e cinco
alegorias. A Mangueira trouxe uma bandeira do Brasil com as cores da escola, no
final do desfile.
A comissão de frente buscou
desconstruir a imagem de figuras históricas como a Princesa Isabel, o
bandeirante Domingos Jorge Velho, o Marechal Deodoro da Fonseca, o Dom Pedro I
e Pedro Álvares Cabral.
Foram recontadas batalhas entre
índios e portugueses, com tribos dizimadas. Uma das alas mostrou os índios
Cariris e sua luta para que o Nordeste não fosse invadido, em um conflito de
mais de 50 anos.
Um grupo de musas da comunidade
chamou a atenção por representar importantes mulheres negras como Acotirene,
matriarca do Quilombo dos Palmares, e Adelina Charuteira, da campanha contra a
escravidão no Maranhão.
Outro momento de representação
feminina foi um dos carros que foi empurrado apenas por mulheres.
O quarto carro contou a história
de Chico da Matilde. O jangadeiro negro lutou para impedir o embarque de
escravos no Ceará e foi importante para abolição da escravidão na região.
As alas seguintes apresentaram
caricaturas que caçoaram de Pedro Álvares Cabral (apresentado como presidiário)
e Pedro I (montado em uma mula).
Cheio de livros gigantes, o
quinto carro da Mangueira simbolizou "A história que a história não
conta", mais uma vez questionando as lições ensinadas nas escolas.
Rebaixadas
Imperatriz Leopoldinense e Império Serrano são as duas
escolas rebaixadas para a Série A do carnaval no Rio. Imperatriz ficou com
266.6 na apuração dos votos e Império com 263.8.
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