quarta-feira, 6 de março de 2019

Mangueira é a campeão dos desfiles do Grupo Especial no Rio de Janeiro






A Mangueira deu uma aula de história na Sapucaí, na madrugada Da última terça-feira (5) sagrando-se campeã com 270 pontos.
Foi uma história alternativa, com destaque para heróis da resistência negros e índios em vez dos personagens tradicionais das páginas de livros escolares.
O segundo carro apresentou uma releitura do Monumento às Bandeiras, em São Paulo. A obra apareceu manchada de sangue, em referência à forma violenta com a qual os bandeirantes exploravam o Brasil.
Uma ala com passistas, a bateria e outras partes do desfile deram destaque às rebeliões e fugas de escravos

Com 3500 componentes, a escola verde e rosa apresentou heróis como o guerreiro Sepé Tiaraju, que tentou evitar o massacre dos Guaranis pelas tropas de Portugal e da Espanha.

O enredo “História pra ninar gente grande” foi assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira e contado em 24 alas e cinco alegorias. A Mangueira trouxe uma bandeira do Brasil com as cores da escola, no final do desfile.
A comissão de frente buscou desconstruir a imagem de figuras históricas como a Princesa Isabel, o bandeirante Domingos Jorge Velho, o Marechal Deodoro da Fonseca, o Dom Pedro I e Pedro Álvares Cabral.
Foram recontadas batalhas entre índios e portugueses, com tribos dizimadas. Uma das alas mostrou os índios Cariris e sua luta para que o Nordeste não fosse invadido, em um conflito de mais de 50 anos.
Um grupo de musas da comunidade chamou a atenção por representar importantes mulheres negras como Acotirene, matriarca do Quilombo dos Palmares, e Adelina Charuteira, da campanha contra a escravidão no Maranhão.
Outro momento de representação feminina foi um dos carros que foi empurrado apenas por mulheres.
O quarto carro contou a história de Chico da Matilde. O jangadeiro negro lutou para impedir o embarque de escravos no Ceará e foi importante para abolição da escravidão na região.
As alas seguintes apresentaram caricaturas que caçoaram de Pedro Álvares Cabral (apresentado como presidiário) e Pedro I (montado em uma mula).
Cheio de livros gigantes, o quinto carro da Mangueira simbolizou "A história que a história não conta", mais uma vez questionando as lições ensinadas nas escolas.

Rebaixadas

Imperatriz Leopoldinense e Império Serrano são as duas escolas rebaixadas para a Série A do carnaval no Rio. Imperatriz ficou com 266.6 na apuração dos votos e Império com 263.8.

Nenhum comentário: