Por:
Sílvio M. Santos
A
partir de hoje e sempre às quintas-feiras, passo a publicar as
histórias que fazem parte do livro que está prontinho para ser
publicado, “Porto, Velho Porto – História da Cidade Onde Nasci e
Vivo”, escrito por mim.
São
histórias que pesquisei em publicações de vários autores que se
preocuparam com a nossa história, como Esron Menezes, Amizael Silva,
Abnael Machado de Lima, Manoel Rodrigues, Hugo Ferreira e em especial
do meu amigo, professor Francisco Matias, porém, a maioria das
histórias relatam fatos vividos por mim, já que apesar de ter
nascido no Distrito de São Carlos, vivi minha infância,
adolescência e vivo até hoje em Porto Velho. Muitas das histórias
que os amigos tomarão conhecimento a partir de hoje, são
exclusivas, pois foram vividas por mim, como é o caso do “Trem da
Feira” e muitas outras. Infelizmente pelas normas acadêmicas o meu
livro não pode ser considerado como de História, porém, as
histórias nele contidas, posso garantir, que (a maioria foram vividas
por mim) e as demais são fruto de dias e dias de pesquisas.
Se
você empresário editor, se interessar em produzir o meu Livro,
entre em contato através do celular: (69) 9 9302-1960.
PERCIVAL
FARQUAR O CRIADOR DE PORTO VELHO
O
engenheiro civil norte-americano Percival Farquar foi o verdadeiro
fundador ou criador de Porto Velho, já que foi ele quem autorizou a
empresa May, Jeckyll & Randolph a transferir suas instalações
da localidade de Santo Antônio no estado do Mato Grosso, para sete
quilômetros abaixo, um porto em terras pertencentes ao estado do
Amazonas. A May, Jeckyll & Randolph instalou-se no local
conhecido como Porto Velho no dia 19 de abril de 1907 e em junho do
mesmo ano deu início a construção da ferrovia.
Para
viabilizar a implantação do cais, das oficinas, da estação
inicial da ferrovia e das casas para técnicos e operários Farquar
contratou em Belém do Pará, mais de duas centenas de homens que
procederam ao desmatamento da área que pertencia a três grandes
seringais, o Santa Marta, o Crespo e o Candelária. Francisco Matias,
no livro “Pioneiros” registra: “Naquele dia uma sexta feira,
começava a surgir o núcleo habitacional de Porto Velho o mais
importante fato político gerado pela Madeira Mamoré”.
No
dia 4 de julho de 1907, em solenidade que aconteceu no pátio onde
estavam instaladas as oficinas da Empresa Madeira Mamoré, a cidade
de Porto Velho foi oficialmente criada e reconhecida como sede da
empresa construtora da Ferrovia. Na solenidade foram hasteadas apenas
as bandeiras dos Estados Unidos e da Bolívia.
Em
1908, Farquar mais uma vez, interfere na construção da cidade, ao
autorizar que fossem traçadas ruas e avenidas, visando o ordenamento
da cidade que, mesmo sem conhecer o local imaginava surgir,
estimulada pela construção da ferrovia Madeira Mamoré.
A
estrutura montada pela empresa construtora da Madeira Mamoré fez com
que aquele núcleo que mais tarde viria a ser transformado em
Município, passasse a receber a cada dia mais moradores. Porto Velho
passou a abrigar a partir de então, comerciantes, exportadores de
borracha, operários e ferroviários oriundos de diversos estados e
países, fazendo com que a cidade crescesse do dia para a noite.
O
crescimento do povoado e a ausência de autoridades brasileiras, mais
o ostensivo controle exercido pela The Madeira Mamoré Railway
Company sobre a população, fez com que o governador do Amazonas
Jonathas de Freitas Pedroza expedisse o decreto-lei nº 741, de 30 de
outubro de 1913 que elevou Porto Velho à categoria de Vila
subordinada a Comarca de Humaitá. Atendendo a comunidade que se
sentia prejudicada pelo excesso de autoritarismo dos responsáveis
pela Madeira Mamoré, Jonathas Pedroza no dia 2 de outubro de 1914,
sancionou a lei 757 que criou o município de Porto Velho e nomeou
seu primeiro superintendente (prefeito) Fernando Guapindaia de Souza
Brejense que ao assumir, se desentende com a direção da Madeira
Mamoré e a cidade é dividida: Da linha Divisória (hoje Avenida
Presidente Dutra) para cima (sentido bairros) a administração é do
município e para baixo (sentido Rio Madeira) é da Estrada de Ferro.
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