Autor:
Sílvio M. Santos
A construção do Mercado começou em 1915 e terminou em 1950 |
Nesta
edição damos continuidade as histórias que fazem parte do livro de
minha autoria, que está prontinho para ser publicado, “PORTO,
VELHO PORTO – HISTÓRIA DA CIDADE ONDE NASCI E VIVO”.
São
histórias que pesquisei em publicações de vários autores que se
preocuparam com a nossa história como Esron Menezes, Amizael Silva,
Abnael Machado de Lima, Yedda Bozarcov, Manoel Rodrigues, Hugo
Ferreira e em especial do meu amigo professor Francisco Matias,
porém, a maioria das histórias relatam fatos vividos por mim, já
que apesar de ter nascido no Distrito de São Carlos, vivi minha
infância, adolescência e vivo até hoje, em Porto Velho. Muitas das
histórias que os amigos tomarão conhecimento a partir de hoje, são
exclusivas, pois foram vividas por mim, como é o caso do “Trem da
Feira” e muitas outras. Infelizmente pelas normas acadêmicas, meu
livro não pode ser considerado como de História, porém, as
histórias nele contidas, posso garantir, (a maioria. foram vividas
por mim) e as demais, são fruto de dias e dias de pesquisas.
Se
você empresário editor, se interessar em produzir o meu Livro,
entre em contato através do celular: (69) 9 9302-1960.
O
Mercado Municipal - demorou décadas para ficar pronto
Graça
a uma das brigas do Major Fernando Guapindaia com a administração
da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, a população de Porto Velho
ganhou o seu Mercado Municipal. A construção do logradouro, começou
na administração Guapindaia e só foi totalmente concluída em
1950.
O
historiador Antônio Cândido da Silva escreve: “Vários
Superintendentes e Prefeitos deram a sua parcela de colaboração
para que o Mercado Municipal fosse construído, entre eles Boemundo
Álvares Afonso, Mario Monteiro, Carlos Costa e Dr. Celso Pinheiro,
cujos esforços não conseguiram ir além da cobertura do prédio.
Somente
na administração do Prefeito Ruy Brasil Cantanhede, iniciada em
junho de 1948, as obras de construção do Mercado Municipal tomaram
novo impulso e, quatro anos depois, em 12 de junho de 1950, o prédio
foi finalmente inaugurado”.
Yedda
Bozarcov na crônica "Porto Velho Que Vi Vivi" inserida no
livro "Escritos de Rondônia" página 41, escreve o
seguinte: “... Havia o Mercado Municipal, situado entre a
Avenida Presidente Dutra e Rua José de Alencar, com seu alvoroço,
com as suas banquinhas de mingau de banana, de tapioca e de milho;
doces e cocadas. Vendedores de peixes, de frutas regionais, de ervas
medicinais, de verduras. Os amigos se encontravam na banca do jornal.
Só existia “O Alto Madeira”, conversavam, colocavam os assuntos
em dia.
Mercado Cultural |
Hoje
não existe mais o Mercado Municipal e a arquitetura da época
acabou. Não existe mais aqueles encontros de amigos. Até as
andorinhas que lá faziam em determinada época do ano seus ninhos,
desapareceram. Um incêndio o destruiu. Olhei os escombros e cinzas.
Vi o povo chorando, a beleza da cidade se distanciando…
acabando...".
Em
1966 no mês de agosto, um incêndio destruiu totalmente a parte do
Mercado Municipal que ficava no espaço onde hoje existe um prédio
de quatro andares, com o nome de Edifício Rio Madeira.
Os
proprietários desse empreendimento, à época, compraram as
concessões de parte dos comerciantes cujas lojas ficavam para o lado
do Palácio Presidente Vargas, na tentativa de construir o edifício
“Rio Mamoré”, porém, o comerciante conhecido como Zizi Casal
não aceitou a proposta oferecida pela sua Concessão e graças a
esse ato, parte da arquitetura do prédio cuja construção começou
no governo do Major Guapindaia pode ser preservada.
Na
gestão do prefeito Roberto Sobrinho aconteceu a tentativa da
revitalização do Mercado Municipal o que acabou por gerar a
existência do hoje, Mercado Cultural..
A
FILA DA CARNE
Ainda
criança, cansei de acompanhar minha mãe dona Inês Macêdo dos
Santos ainda de madrugada, rumo à Fila da Carne. Era assim: Naquele
tempo, nem todo dia se vendia carne (verde), nas bancas dos
açougueiros do Mercado Municipal e então quem quisesse comprar pelo
menos um quilo de carne, teria que ainda de madrugada, colocar a
sexta na fila. (Deixava a sexta e ia pra casa dormir ou então dormia
la mesmo). Aconteceu de muitas vezes, a pessoa ao chegar à beira do
balcão e o açougueiro anunciar que “acabou a carne”. Muitos
açougueiros recebiam propinas dos “CATEGAS” (pessoas que
exerciam cargos importantes no governo do Território ou da Estrada
de Ferro Madeira Mamoré e Empresários), para guardar carne, cujas
sextas seriam pegas depois. Quando alguém descobria essa “mutreta”
a confusão estava formada e só parava com a chegada dos Guardas da
Guarda Territorial.
Houve
época que a carne consumida pelos porto-velhenses vinha da Bolívia
no Loyde Aéreo Boliviano ou de Mato Grosso em aviões da Paraense.
Também
se abatia
boi
aqui em Porto Velho. O
matadouro (curre) por certo tempo, funcionou no Início
da rua
Pinheiro Machado onde depois foi construído
o Barracão da Escola de Samba Pobres do Caiari. Depois funcionou no
“Três e Meio”, local onde foi criado o bairro Areal da Floresta,
até hoje existe a rua
Três e Meio. Por último, foi para a Estrada do Belmonte. Comer
carne em Porto Velho até meados da década de 1960, era coisa pra
Catega!
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