Por
Silvio M. Santos
Aluizio Ferreira e amigos (foto acervo Yeda Bozarcov) |
Rondônia
se ainda fosse Território Federal, estaria completando no dia de
hoje 13 de setembro, 75 anos de criação.
Como
não poderia deixar de ser, a política partidária, desde da criação
do Território pelo presidente Getúlio Dorneles Vargas, faz parte do
cotidiano das pessoas que passaram a se denominar como “Catega”
(aquele que tem categoria para exercer um cargo público).
O
grande cacique político da época, Coronel Aluízio Pinheiro
Ferreira era respeitado até nos terreiros de macumba, que existiam
na capital Porto Velho: “Batuque de Santa Bárbara” comandado
pela Mãe Esperança Rita e o Batuque do “Samburucu” comandado
pela dona Chica Macaxeira. Aluízio foi o primeiro governador
(nomeado) do Território Federal do Guaporé assim como seu primeiro
deputado federal eleito.
Por
incrível que posso parecer, o poder a partir de 1946 passou a ser
alternado, hora quem mandava era Aluízio ora era o Coronel Joaquim
Vicente Rondon eleito deputado federal em 1954.
Cutubas
e Pele Curtas
Jucelino, Vicente Rondon e Renato Medeiros |
Na
eleição de 1958 Aluízio Ferreira se candidatou a deputado federal
tendo como suplente o Coronel Paulo Nunes Leal seu adversário, foi o
médico Dr. Renato Medeiros que teve como suplente o empresário
Miguel Chaquiam.
Em
virtude da sofrível administração do Coronel Rondon entre 1954 e
1957, Aluízio voltou com a corda toda e foi aí, que surge na
política de Rondônia as facções: Cutuba e Pele Curta.
Cutuba
eram os correligionários de Aluízio Ferreira e Paulo Leal que
receberam essa “alcunha”, por conta de uma “Estória” criada
pelo jornalista Inácio Mendes que publicou em seu jornal, que o
prefeito de Porto Velho indicado por Aluízio Ferreira, havia sido
flagrado praticando “pederastia”. Inácio o denominou de “Cutuba”
baseado na pesquisa que fez, sobre o nome da cidade paulista de
Araçá Tuba que quer dizer: Araçá (espécie de goiaba) e Tuba
(doce) então o leitor pode deduzir o qeu ele quis dizer apelidando o
correligionário de Aluízio de CUTUBA.
Para
não ficar por baixo, os aluizistas apelidaram os correligionários
de Renato Medeiros de “Pele Curta”. A alcunha foi aplicada, em
virtude do candidato a suplente de deputado federal de Renato
Medeiros Miguel Chaquiam ser baixinho, dizem que não tinha nem um
metro e meio.
Daí
diziam os “cutubas”, que o nariz do suplente que havia sido
prefeito de Porto Velho, era muito perto da bunda, daí o apelido
“PELE CURTA”.
Bacana
foi a apuração dos votos, que naquele tempo, era transmitido por
um alto-falante instalado na praça Mal. Rondon em frente ao fórum
Ruy Barbosa (hoje Fuad Darwiche). Aluízio Ferreira e Paulo Leal
dispararam na frente. Por exemplo: era 20 X 1. Vinte votos para
Aluízio e Paulo e um para Renato e Chaquiam.
O
povo logo transformou a apuração em gozação: “Aliza o Pau” e
“Renato Chateando”. Os Cutubas venceram de lavada aquela eleição.
O troco veio na eleição de 1962 quando Renato Medeiros derrotou a
chapa dos Cutubas liderada pelo Coronel Énio Pinheiro. Foi a eleição
da “Caçambada Cutuba”.
Salve
os 75 anos do Território Federal do Guaporé!
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