Na
manhã de ontem, meu amigo compositor Erivaldo Melo conhecido no
mundo artístico musical como BADO, ligou querendo saber sobre a
história do samba em Porto Velho.
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Acontece
que ele vai fazer uma série de palestras nos colégios municipais e
estaduais sobre “A Música em Porto Velho”. Leia-se
música autoral em seus vários segmentos.
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Pra
quem não sabe, Bado é um estudioso da música inclusive é
bacharel. A dúvida do professor era sobre o primeiro samba composto
em Porto Velho.
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Expliquei
que o primeiro samba composto por músico de Porto Velho é o famoso
“Triângulo” que foi feito pelo músico João
Henrique conhecido como Manga Rosa, lá no início da década de
1950.
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Vale
lembrar que a primeira escola de samba a desfilar no carnaval de
Porto Velho foi criada pelo Eliezer dos Santos o Bola 7, no ano de
1946. A história do carnaval de rua de Porto Velho tem registros
inclusive com fotografias antes de 1920. Eram os chamados “Corsos”,
quando os foliões desfilavam apenas em carros.
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A
escola de Samba “Deixa Falar” fundada pelo Bola 7 e
outros sambistas como Antônio Coxó, Severino Porteiro, Pelado e
tantos outros, era composta apenas por foliões do sexo masculino.
Todos seus integrantes faziam pate da “Batucada”, Bola 7 ia a
frente como se fosse o Baliza portando uma Maromba (espécie de
pedaço de pau no formato de um bastão de beisebol). Não cantavam e
nem usavam instrumentos de sobro. Desfilava apenas batucando.
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A
Escola de Samba “O Triângulo Não Morreu” surge também no
início da década de 1950 o que levou muita gente a pensar que o
samba “Triângulo” composto pelo Manga Rosa era o hino da escola.
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Manga
Rosa antes de morrer, me disse que seu samba não tinha nada a ver
com a escola de samba. “Triângulo” foi feito para homenagear os
boêmios que frequentavam a casa da dona Abgail esposa do sertanista
Francisco Meirelles que ficava no pé do Morro do Triângulo. O nome
dos boêmios consta da letra do samba. Black, Angail, Chico Moreira,
Manga Rosa, Nego Mário, Aldenor e Waldemar.
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Na
minha conversa com o Bado até comparei dona Abgail com a Tia Ciata
negra que veio da Bahia para o Rio de Janeiro e em cuja casa, se
reuniam os boêmios da época. Foi na casa da Tia Ciata que foi
composto o primeiro samba gravado no Brasil “Pelo Telefone” em
1916.
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Depois
do samba “Triângulo” de autoria do Manga Rosa, pelo que me
consta, o segundo samba de autoria de um sambista de Porto Velho tem
minha assinatura “Rondônia Futuro do Brasil” composto em
parceria como o José Carlos Lobo em 1966 para o carnaval de 1967.
Depois compus o samba enredo “Sinha Moça e a Abolição” para o
desfile da escola de samba Pobres do Caiari no carnaval de 1970.
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Meu
amigo e parceiro Bainha diz que muito antes da Caiari apresentar
samba enredo, ele já compunha samba enredo para a Diplomatas. Só
que minhas pesquisas dizem, que o primeiro samba enredo da escola de
samba Os Diplomatas foi realmente composto pelo Bainha só que para o
carnaval de 1971.
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Quem
quiser saber realmente sobre essa história, tem que pesquisar no
Jornal O Alto Madeira que para o ano completa 100 anos. Ali se você
procurar nos anos antes de 1970, vai ver que não consta nenhum
registro (noticia) de que uma escola de samba de Porto Velho desfilou
cantando samba enredo da lavra de seus compositores. A gente
desfilava cantando samba das escolas do Rio de Janeiro.
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A
escola de samba “O Triângulo Não Morreu” que surgiu antes da
Diplomatas, desfilava cantando o samba do Jackson do Pandeiro “Vou
Gargalhar”: “Quem disse que a escola não sai,
não tem cabeça pra pensar. A escola vai sair, e o povo da vila
(eles diziam Morro) vai samba, vou gargalhar quá quá quá quá...”
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