Rondônia
ficou fora da seleção do Rumos Itaú Cultural.
********
Os
projetos selecionados são originários de 25 estados e um é da Argentina.
Somente Rondônia e Roraima não tiveram trabalhos classificados– sendo que o
primeiro é impactado por uma obra a ser realizada a partir de Goiás. Pelo menos
52 dos escolhidos terão repercussão e investigações em outros estados ou países
(Angola, Colômbia, Cuba, Espanha, México e Uruguai).
********
Com
as propostas inscritas em três grandes campos – criação e desenvolvimento
(concepção e/ou desenvolvimento de projetos artístico-culturais),documentação
(organização e preservação de acervos relacionados à arte e à cultura
brasileiras) e pesquisa (desenvolvimento de pesquisas em arte e cultura brasileiras)
–, a maior incidência é nos formatos audiovisual/documentário (48), seguido de
patrimônio e memória (45), artes visuais (40), formação (30) e música (28).
*********
“Esta
edição do Rumos reafirma a força e a amplitude da diversidade cultural e
artística brasileira e, portanto, para o Itaú Cultural o programa cumpre o
papel de garantir e incentivar a construção desta multiplicidade de narrativas
sobre a nossa contemporaneidade” observa Eduardo Saron, diretor do instituto.
*********
Os
temas aparecem tanto em projetos de pesquisa quanto de fim artístico. Um deles,
do Rio de Janeiro, é Pontes sobre abismos,
de Aline de Souza Motta. Trata-se de um trabalho de artes visuais que fala sobre relações familiares,
história, memória e ancestralidade na África, em um diálogo com a atualidade.
*********
Outro exemplo é Acervo Agudás - Os "brasileiros" do Benim: Documentos visuais,
sonoros e textuais, uma
pesquisa de Milton Roberto Monteiro Ribeiro, também do Rio de Janeiro, que
aborda a questão dos descendentes de africanos
escravizados no Brasil que, ao longo do século 19, retornaram à África (região
de Benim, Togo e Nigéria). O conteúdo será disponibilizado ao público no site
do Laboratório de História Oral e Imagem da Universidade Federal Fluminense.
********
Pelo menos três
perpassam questões de gênero. Fabiana,
um audiovisual a ser realizado pela goiana Brunna
Laboissiere Ferreira que impactará, além de Goiás, Belém, Recife, Macapá, Porto
Velho e Vitória. O projeto contempla a pesquisa,
produção e finalização de um documentário em que a diretora acompanhará a
rotina de Fabiana, uma caminhoneira que se assume como mulher transexual na
adolescência e está prestes a se aposentar.
**********
A baiana Camele Lyra Queiroz
realizará LUMA, um curta-metragem de 20min que se apoia na abordagem
documental para mostrar a retomada do contato e da aproximação entre ela, que
vive em Salvador, e seu tio, que se tornou travesti e vive em São Paulo há
vários anos. A última vez que se viram foi há 27 anos. No conteúdo, o filme
será marcado pelas tensões emocionais, e na sua forma, pelas tensões estéticas.
*********
Em TransAmazona, o Muamba Estúdio, de Belém
do Pará, fará um roadmovie experimental sobre o universo de mulheres transexuais e
travestis em áreas de influência da BR320, a Rodovia Transamazônica.
Percorrendo três estados cortados por ela, os realizadores pretendem questionar
a sobreposição sistemática de opressões na trajetória de mulheres trans na
Amazônia: a transfobia, o machismo, o racismo e o preconceito de classe
agravados pelo isolamento político da região, que figura nos piores índices de
educação do país.
**********
Cadê
os produtores culturais de Rondônia e em especial de Porto Velho que deixaram
passar essa oportunidade oferecida pelo Itaú.
Cultural. Vamos acordar povo da cultura!
Nenhum comentário:
Postar um comentário