‘Olha Marcelo você fica
cuidando da página de variedades e do arquivo’
‘O Diário começou numa época
que não existia Internet, não tinha celular, a equipe utilizava o bip para
entrar em contato com a redação’
MARCELO
FREIRE
De
Arquivista a Editor chefe do Diário
Neste domingo 13 de
Setembro, o jornal Diário da Amazônia está completando 22 anos de fundação. Entre
seus atuais funcionários ainda encontramos alguns que estão na empresa desde
sua inauguração no dia 13 de Setembro de 1993 e até antes da inauguração, como
é o caso do Marcelo Freire que foi um dos responsáveis, pela legalização da
documentação necessária para a formação da Empresa Diário da Amazônia. “Acontece
que eu trabalhava com o Celso Zanelato lá na Secretaria de Planejamento do Estado
e ele veio pra Eucatur. Quando surgiu o Diário da Amazônia éramos nos dois que
dávamos o suporte na parte de documentação, ou seja, da legalização da
empresa”. Marcelinho depois foi contratado como arquivista de
fotografia e daí foi crescendo dentro da Empresa ao ponto de hoje, ser o Editor
Chefe do jornal.
Essas e outras histórias
você fica sabendo na entrevista que segue:
ENTREVISTA
Zk – Conta pra gente como
foi seu envolvimento na empresa Diário da Amazônia?
Marcelinho – Trabalhava com
o Celso Zanelato que hoje está na Fiero, lá na Secretaria de Planejamento do Estado
e ele veio pra Eucatur. Quando surgiu o Diário da Amazônia éramos nos dois que
dávamos o suporte na parte de documentação, ou seja, da legalização da empresa.
Quer dizer, comecei no Diário muito antes da sua inauguração.
Zk – Quais os primeiros a
chegar realmente para trabalhar no jornal?
Marcelinho – Os primeiros
foram o Carlos Sperança – Carlão, Waldir Costa que vieram com a missão de
montar a equipe. Os primeiros jornalistas contratados foram o Walbran Júnior,
Zacarias Pena Verde, Laura Vendas, Edneide Arruda, Fatinha Alves, Ana Aranda,
Bosco Gouveia, Idelfonso Valentim, Agdo Melo, João Zoghbi, Gerson Costa e
outros como Marcos Grutzmacher e Jorge Chediak sem esquecer o Natalino
diagramador.
Zk - E
você passou a trabalhar no jornal?
Marcelinho – Depois que a
equipe foi montada veio a inauguração e nós dissemos, vamos lá que nós fazemos
parte disso, já que cuidamos de toda a papelada da empresa. Lembro muito bem
que o seu Emir Sfair no dia da inauguração falou pra mim, estamos precisando de
você aqui para nos dar apoio também.
Zk – Aceitou o convite?
Marcelinho – Foi quando
surgiu a vaga de arquivista o menor cargo do planeta terra. Pois é, comecei
como Arquivista. Na época o Marcos Grutzmarcher fazia as fotos que eram em
filme e o Diário tinha um laboratório onde eram reveladas as fotografias em
papel, o Marcos identificava as fotos e eu ia legendando os personagens daquela
foto. Eram dois fotógrafos o Marcos pela manhã e o Jorge Chediak a tarde e eu
ficava organizando o arquivo fotográfico do jornal.
Zk – Como foi a muvuca na
semana da inauguração?
Marcelinho – A semana da
inauguração está até marcada na nossa história, porque trouxeram os
equipamentos modernos e a gente não sabia utilizar ainda o computador e os
jornalistas eram acostumados com máquina de datilografia e nós pegamos a
transição da maquina de datilografia para o computador 386 e 486 que era o top
do momento. No dia da inauguração correu tudo bem, porque a edição já estava
praticamente pronta. Inclusive a primeira edição rodou com as fotos da
inauguração um fato inédito em Rondônia. O problema mesmo aconteceu na
publicação das próximas edições.
Zk – Qual foi o problema?
Marcelinho – Foi um problema
na máquina impressora. O Assis Neto filho do seu Acir com dona Ana meteu a mão
no papel já montado na impressora e cortou e até arrumar a máquina de novo
demorou um pouco. No dia seguinte: Como fazer o jornal com a turma toda sem
experiência de trabalhar em computador. Até identificar, foi como você disse,
uma muvuca danada e em conseqüência, ficamos sem circular por uns dois/três
dias.
Zk – Depois de arquivista
qual seu próximo passo no jornal?
Marcelinho – Minha primeira
experiência como integrante realmente do jornalismo do Diário da Amazônia foi
fazendo ou editando a Página de Variedades, seu Emir com o Waldir me deram essa
oportunidade. “Olha Marcelo você fica cuidando da Página de Variedades e do
arquivo”, disse seu Emir.
Zk – Quer dizer que você
realmente se formou jornalista na redação do Diário?
Marcelinho – A redação do
Diário pra nós, foi uma faculdade, a gente foi aprendendo com os colegas. Na
época não tinha faculdade de jornalismo em Porto Velho, mas, a equipe que fazia
parte da redação do Diário era muita boa, experiente em textos jornalísticos. O
computador era o dia-a-dia, a gente se embananava e aprendia.
Zk – Muitos jornalistas que
hoje se destacam na profissão surgiram ou começaram no Diário. Você lembra
alguns?
Marcelinho – Realmente! Da
nossa redação saíram profissionais que se destacam no jornalismo nos dias de
hoje, jornalista inclusive no gabinete da presidência da república. As pessoas
que passam pelo jornal e isso nos deixa contente, saem capacitadas para exercer
cargos de relevância em outros órgãos de comunicação. Eu mesmo já assumi vários
cargos na administração de outras empresas e órgãos públicos.
Zk – Por falar nisso, você
se afastou por algum tempo do jornal. Foi fazer o que?
Marcelinho – Acontece que
recebi convite pra ir pro Ministério Público do Estado ser assessor do
Procurador Geral de Justiça Dr. Abdiel onde fiquei durante dois anos, depois
fui convidado para ser assessor de imprensa da Assembléia Legislativa na gestão
do deputado Neodi por quatro anos e mais tarde, fui convidado e aceitei ser
assessor de imprensa de um deputado federal em Brasília. Foi quando pintou o
convite para assumir a Editoria Geral do Diário da Amazônia analisei a proposta
gostei e estou aqui até hoje.
Zk – Sobre o seu Emir Sfair?
Marcelinho – Seu Emir além
de ser jornalista era advogado também. Ele tinha uma visão muito crítica do
jornalismo e pra nós foi o professor, era uma pessoa muito humana, além de ter
a visão voltada para o futuro, era como se fosse um mago, previa as coisas
futuras e colocava em prática no presente. Particularmente eu gostava de ler os
Editoriais escritos por ele.
Zk – Que análise você faz
desses 22 anos de existência do jornal?
Marcelinho – É muito
interessante a história. O Diário começou numa época que não existia Internet,
não tinha celular, a equipe utilizava o bip para entrar em contato com a
redação. Em 1995 fomos o primeiro jornal da Região Norte a fazer parte da rede
de computadores, isso foi uma vitória muito grande, inclusive saímos na Revista
Imprensa. Como a família Gurgacz tem origem no Paraná, eles procuraram trazer
profissionais de ponta e equipamentos modernos, isso ajudou muito na formação do
que é hoje o produto Diário da Amazônia.
Zk – Você é tão enraizado na
Empresa que até casou com uma funcionária. Fala sobre essa história?
Marcelinho – Pois é, comecei
namorar minha esposa Claudete aqui no Diário da Amazônia. Aliás, muitas
famílias foram formadas dentro do Diário. O interessante é que ela fazia o
serviço de digitalização de fotografia, função que hoje já não existe mais.
Veja as coincidências: Eu comecei como arquivista de fotografia e ela na
digitalização de fotografia. Casamos e depois ela foi tocar a via dela como
dentista e estamos juntos até hoje.
Zk – Muito se fala que o
jornal impresso está com os dias contados. Qual sua opinião a respeito disso?
Marcelinho – Hoje a gente procura mostrar o
que a Internet não mostra. Graças a Deus temos muitos assinantes. Nossos
leitores têm gostado do trabalho porque é um trabalho diferenciado. A Internet
tem muita informação mas, é preciso ver a credibilidade dessa informação e o
conteúdo. No Diário a gente publica a noticia mais bem trabalhada e graças a
isso, temos conquistado vários prêmios. Acredito que o jornal impresso ainda
vai durar um bom tempo!
Zk – Para encerrar?
Marcelinho – O jornal
só é bom quando conta como uma equipe boa como é o caso da nossa equipe.
Parabéns pelos nossos 22 anos!
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