sábado, 12 de setembro de 2015

MARCELO FREIRE - De Arquivista a Editor chefe do Diário

‘Olha Marcelo você fica cuidando da página de variedades e do arquivo’

‘O Diário começou numa época que não existia Internet, não tinha celular, a equipe utilizava o bip para entrar em contato com a redação’





MARCELO FREIRE
De Arquivista a Editor chefe do Diário

Neste domingo 13 de Setembro, o jornal Diário da Amazônia está completando 22 anos de fundação. Entre seus atuais funcionários ainda encontramos alguns que estão na empresa desde sua inauguração no dia 13 de Setembro de 1993 e até antes da inauguração, como é o caso do Marcelo Freire que foi um dos responsáveis, pela legalização da documentação necessária para a formação da Empresa Diário da Amazônia. “Acontece que eu trabalhava com o Celso Zanelato lá na Secretaria de Planejamento do Estado e ele veio pra Eucatur. Quando surgiu o Diário da Amazônia éramos nos dois que dávamos o suporte na parte de documentação, ou seja, da legalização da empresa”. Marcelinho depois foi contratado como arquivista de fotografia e daí foi crescendo dentro da Empresa ao ponto de hoje, ser o Editor Chefe do jornal.
Essas e outras histórias você fica sabendo na entrevista que segue:

ENTREVISTA



Zk – Conta pra gente como foi seu envolvimento na empresa Diário da Amazônia?
Marcelinho – Trabalhava com o Celso Zanelato que hoje está na Fiero, lá na Secretaria de Planejamento do Estado e ele veio pra Eucatur. Quando surgiu o Diário da Amazônia éramos nos dois que dávamos o suporte na parte de documentação, ou seja, da legalização da empresa. Quer dizer, comecei no Diário muito antes da sua inauguração.
Zk – Quais os primeiros a chegar realmente para trabalhar no jornal?
Marcelinho – Os primeiros foram o Carlos Sperança – Carlão, Waldir Costa que vieram com a missão de montar a equipe. Os primeiros jornalistas contratados foram o Walbran Júnior, Zacarias Pena Verde, Laura Vendas, Edneide Arruda, Fatinha Alves, Ana Aranda, Bosco Gouveia, Idelfonso Valentim, Agdo Melo, João Zoghbi, Gerson Costa e outros como Marcos Grutzmacher e Jorge Chediak sem esquecer o Natalino diagramador.
 Zk -  E você passou a trabalhar no jornal?
Marcelinho – Depois que a equipe foi montada veio a inauguração e nós dissemos, vamos lá que nós fazemos parte disso, já que cuidamos de toda a papelada da empresa. Lembro muito bem que o seu Emir Sfair no dia da inauguração falou pra mim, estamos precisando de você aqui para nos dar apoio também.
Zk – Aceitou o convite?
Marcelinho – Foi quando surgiu a vaga de arquivista o menor cargo do planeta terra. Pois é, comecei como Arquivista. Na época o Marcos Grutzmarcher fazia as fotos que eram em filme e o Diário tinha um laboratório onde eram reveladas as fotografias em papel, o Marcos identificava as fotos e eu ia legendando os personagens daquela foto. Eram dois fotógrafos o Marcos pela manhã e o Jorge Chediak a tarde e eu ficava organizando o arquivo fotográfico do jornal.
Zk – Como foi a muvuca na semana da inauguração?
Marcelinho – A semana da inauguração está até marcada na nossa história, porque trouxeram os equipamentos modernos e a gente não sabia utilizar ainda o computador e os jornalistas eram acostumados com máquina de datilografia e nós pegamos a transição da maquina de datilografia para o computador 386 e 486 que era o top do momento. No dia da inauguração correu tudo bem, porque a edição já estava praticamente pronta. Inclusive a primeira edição rodou com as fotos da inauguração um fato inédito em Rondônia. O problema mesmo aconteceu na publicação das próximas edições.
Zk – Qual foi o problema?
Marcelinho – Foi um problema na máquina impressora. O Assis Neto filho do seu Acir com dona Ana meteu a mão no papel já montado na impressora e cortou e até arrumar a máquina de novo demorou um pouco. No dia seguinte: Como fazer o jornal com a turma toda sem experiência de trabalhar em computador. Até identificar, foi como você disse, uma muvuca danada e em conseqüência, ficamos sem circular por uns dois/três dias.
Zk – Depois de arquivista qual seu próximo passo no jornal?
Marcelinho – Minha primeira experiência como integrante realmente do jornalismo do Diário da Amazônia foi fazendo ou editando a Página de Variedades, seu Emir com o Waldir me deram essa oportunidade. “Olha Marcelo você fica cuidando da Página de Variedades e do arquivo”, disse seu Emir.
Zk – Quer dizer que você realmente se formou jornalista na redação do Diário?
Marcelinho – A redação do Diário pra nós, foi uma faculdade, a gente foi aprendendo com os colegas. Na época não tinha faculdade de jornalismo em Porto Velho, mas, a equipe que fazia parte da redação do Diário era muita boa, experiente em textos jornalísticos. O computador era o dia-a-dia, a gente se embananava e aprendia.
Zk – Muitos jornalistas que hoje se destacam na profissão surgiram ou começaram no Diário. Você lembra alguns?
Marcelinho – Realmente! Da nossa redação saíram profissionais que se destacam no jornalismo nos dias de hoje, jornalista inclusive no gabinete da presidência da república. As pessoas que passam pelo jornal e isso nos deixa contente, saem capacitadas para exercer cargos de relevância em outros órgãos de comunicação. Eu mesmo já assumi vários cargos na administração de outras empresas e órgãos públicos.
Zk – Por falar nisso, você se afastou por algum tempo do jornal. Foi fazer o que?
Marcelinho – Acontece que recebi convite pra ir pro Ministério Público do Estado ser assessor do Procurador Geral de Justiça Dr. Abdiel onde fiquei durante dois anos, depois fui convidado para ser assessor de imprensa da Assembléia Legislativa na gestão do deputado Neodi por quatro anos e mais tarde, fui convidado e aceitei ser assessor de imprensa de um deputado federal em Brasília. Foi quando pintou o convite para assumir a Editoria Geral do Diário da Amazônia analisei a proposta gostei e estou aqui até hoje.
Zk – Sobre o seu Emir Sfair?
Marcelinho – Seu Emir além de ser jornalista era advogado também. Ele tinha uma visão muito crítica do jornalismo e pra nós foi o professor, era uma pessoa muito humana, além de ter a visão voltada para o futuro, era como se fosse um mago, previa as coisas futuras e colocava em prática no presente. Particularmente eu gostava de ler os Editoriais escritos por ele.
 Zk – Que análise você faz desses 22 anos de existência do jornal?

Marcelinho – É muito interessante a história. O Diário começou numa época que não existia Internet, não tinha celular, a equipe utilizava o bip para entrar em contato com a redação. Em 1995 fomos o primeiro jornal da Região Norte a fazer parte da rede de computadores, isso foi uma vitória muito grande, inclusive saímos na Revista Imprensa. Como a família Gurgacz tem origem no Paraná, eles procuraram trazer profissionais de ponta e equipamentos modernos, isso ajudou muito na formação do que é hoje o produto Diário da Amazônia.
Zk – Você é tão enraizado na Empresa que até casou com uma funcionária. Fala sobre essa história?
Marcelinho – Pois é, comecei namorar minha esposa Claudete aqui no Diário da Amazônia. Aliás, muitas famílias foram formadas dentro do Diário. O interessante é que ela fazia o serviço de digitalização de fotografia, função que hoje já não existe mais. Veja as coincidências: Eu comecei como arquivista de fotografia e ela na digitalização de fotografia. Casamos e depois ela foi tocar a via dela como dentista e estamos juntos até hoje.
Zk – Muito se fala que o jornal impresso está com os dias contados. Qual sua opinião a respeito disso?
 Marcelinho – Hoje a gente procura mostrar o que a Internet não mostra. Graças a Deus temos muitos assinantes. Nossos leitores têm gostado do trabalho porque é um trabalho diferenciado. A Internet tem muita informação mas, é preciso ver a credibilidade dessa informação e o conteúdo. No Diário a gente publica a noticia mais bem trabalhada e graças a isso, temos conquistado vários prêmios. Acredito que o jornal impresso ainda vai durar um bom tempo!

Zk – Para encerrar?
Marcelinho – O jornal só é bom quando conta como uma equipe boa como é o caso da nossa equipe. Parabéns pelos nossos 22 anos!

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