Passamos
a reproduzir a parte final do artigo do Dr. Paulo Rodrigues sobre a enchente do
Rio Madeira e suas causas.
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Ecos
do Madeira II (Final)
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...Não
há “encaixe”, para formar grandes reservatórios com o fito de reter água e
produzir pressão ideal para movimentar equipamentos geradores de energia
elétrica. Assim, é fácil concluir que para a obtenção da referida pressão, sem
“encaixe”, necessário é, a formação de um reservatório artificial de longa
extensão, que cria igapós, também artificiais, bem como, represa tributários
com menos volume d’água, como é, em tese, a atual situação do Rio Araras.
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Represados,
os rios antes domados se tornam ameaçadores, alagando grandes faixas marginais,
desalojando moradores (ribeirinhos ou não), empresários, isolando populações
causando transtornos e prejuízos cumuladamente manifestos de difícil ou
impossível reparo, com real contaminação do lençol freático já totalmente
encharcado, e, provável acometimento de doenças advindas do transbordamento de
esgotos, fossas e outros.
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Ora se
o Madeira depende das monções andinas, teriam sido elaborados estudos pré
empreendimentos sobre tal sazonalidade? Os estudos alcançaram as nascentes nos
contrafortes andinos? Ou a “coisa” foi feita, em tese, à “toque de caixa” sem a
observância das realidades singulares do Madeira e seus formadores?
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Tais
interrogações nos remetem ao passado recente onde víamos e ouvíamos algo
parecido como: “...onde se vê apenas um rio, vemos um grande empreendimento”.
Não podemos afirmar se a construção da frase retro é ipsis litteris,
todavia, porém, nos parece, em tese, que os empreendimentos, talvez levados
pela “aura sacra fames”, por analogia, estão intrinsecamente embutidos
no pensamento que foi veiculado em grandes “out doors”.
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Não
temos notícias passadas, tampouco registros, de alagações aceleradas, pontes
submersas e represamento de rios neste período, levando-nos a resgatar a
memória dos “sons” digitados no artigo Ecos do Madeira publicado em
21.Mai.2012, quando fizemos referência à fúria do Madeira e suas respostas. Do
raciocínio cognitivo extraímos que não podemos descartar nenhuma possibilidade
que nos leve à compreensão do que está ocorrendo. Não podemos ficar de braços
cruzados, espiando, sem mencionar que estudos precisam ser feitos, com a
urgência que o caso requer para apontar de maneira segura se os empreendimentos
tem ou não a ver com a realidade nunca dantes vivenciada e quais as soluções,
se é que existem para “barrar” a escalada crescente de mazelas.
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É
inegável que a influência no meio, está afetando diretamente a vida dos
rondonienses e demais irmãos de Distritos, Municípios, Estados vizinhos e
outros. Enquanto não temos afirmações sobre as verdadeiras causas desta nova
realidade e se há outros perigos ainda por vir, longe de se arvorar apóstolo do
apocalipse ou “bidu”, vamos continuar observando as respostas do Rio Madeira.
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Para
os verdadeiros e destemidos pioneiros, resta o ônus da herança... Nasci aqui,
na Maternidade Darcy Vargas e nunca vi algo ao menos parecido. Encerro com
versos de “Caiari – A Dança dos Banzeiros”, de nossa lavra: “...Santo
Antonio do Madeira/ A primeira Capital/ Ilumina meus caminhos/ Livra-nos de
todo mal...”.
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(*)
- Paulinho Rodrigues é Rondoniense, Advogado, Amo do Boi Corre Campo,
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Músico
multifacetado, Produtor e Diretor de Produção Cultural
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Independente de tudo isso,
hoje tem o desfile do Bloco Furacão da Zona Sul as 19h00, em frente ao
Florestão na rua Jatuarana.
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