A cidade está em polvorosa com
a enchente do rio Madeira. Aliás, o Madeirão não está pra peixe não!
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Nasci nas barrancas do rio
Madeira, lá em São Carlos e me criei em Porto Velho justamente na avenida
Farquar, numa casa que ficava bem em frente ao hoje Mercado Central.
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Portanto, acompanhei várias
enchentes. A pior entre todas foi uma que se não me engano, aconteceu no ano de
1957 (eu ainda era “quase um bebê”), quando a água chegou onde hoje existe uma
escada, na entrada do complexo da praça Madeira Mamoré pela 7 de Setembro. Isso
quer dizer que invadiu a estação de passageiros, os armazéns e naquele tempo
existia um galpão onde funcionava a Cooperativa dos Ferroviário da Madeira
Mamoré.
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Depois daquela enchente,
algumas chegaram apenas até os galpões e não afetaram sequer a estação de
passageiros, como foi o caso da enchente de 1997.
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Vale salientar que não
existia o Cai N’água do jeito que é hoje. O que existia ali era uma serraria
que a gente chamava de “Serraria do Território” e a Baixa da União que
independente de cheia maior ou menor, sempre ficou alagada nessa época.
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Nos tempos modernos, a cheia
deste ano está superando tudo. Ninguém sabe se apenas pela força dos fenômenos
da natureza, ou por outros motivos que todo mundo sabe, mas, tem medo ou receio
de apontar. Até porque corre muita lenda pelo fundo do rio Madeira.
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E tem uma curiosidade, o mês
considerado como mais chuvoso na região do Rio Madeira é o mês de março. Assim
sendo muita água ainda vai rolar pelas “valas” de Porto Velho.
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Uns dizem que é praga do
“cascão” pra cima do atual prefeito, que diante de tanta água, fica que nem
canoa sem quilha, sem saber que rumo tomar.
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Na realidade a cheia no
local onde hoje está a Feira do produtor e o Shopping Popular onde existia a
Baixa da União sempre existiu como já escrevi acima, independente do volume de
chuva.
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Aí o prefeito que começou a
construção da Feira do Produtor, que conheceu a Baixa da União porque
praticamente se criou em Porto Velho, aterrou o local e construiu o prédio da
Feira sem se preocupar com a altura do seu piso, resultado, todo ano os
agricultores ficam com o local isolado pela enchente do rio.
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Na gestão passada do
município, andaram fazendo um estudo para canalizar os canais ou igarapés de
Santa Bárbara e igarapé Grande, inclusive conseguiram recursos para construir
apartamentos, que seriam doados aos moradores dessas áreas. (São aqueles
apartamento do bairro Mato Grosso cuja construção está parada).
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Na época disseram que os
igarapés seriam canalizados. Digo isso, porque morava e moro no Santa Bárbara e
meu nome foi relacionado para receber um apartamento daqueles. Não sei se os
recursos para a canalização dos igarapés chegou, só sei que nada foi feito e o
resultado é o que estamos vendo, com a água do madeirão chegando até o Mocambo
via canal Santa Bárbara.
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Tenho quase certeza que se
já tivessem canalizados os igarapés que cortam a cidade de Porto Velho, os
habitantes do Triângulo, Baixa da União e Cai N’água e alguns do Mocambo não
sofreriam mais com a enchente do rio Madeira. A não ser se o rio subisse pelo
menos cinco metros.
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O que as autoridades podem
fazer? Apenas acionar a defesa civil e ajudar as vítimas das enchentes!
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E se abrirem as comportas
das usinas como tão dizendo? Aí é melhor pegar uma TORA DE ASSACÚ “montar” nela e ficar de bubuia ou bubulha,
esperando o rio baixar!
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